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Schevchuk: valorizar o papel dos leigos para que se sintam responsáveis pela Igreja

"As paróquias onde os leigos se sentem realizados nos seus dons, sentem que aí poderão cumprir o seu papel e a missão da vocação laical, as paróquias que alimentam a vocação à vida conjugal, preparam e acompanham adequadamente, em particular os jovens esposos, são paróquias que florescem, se desenvolvem e permanecem modelo de nossa pastoral eclesial."

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Prezados irmãos e irmãs em Cristo,

hoje é quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023, e na Ucrânia já é o 364º dia da grande guerra em grande escala que o ocupante e agressor russo trouxe para nossa terra.

Mesmo agora, as sirenes de ataque aéreo são ouvidas em toda a Ucrânia. Mais uma vez, explosões de foguetes, bombas e artefatos russos são ouvidos em nossa pátria. Batalhas pesadas estão acontecendo no leste de nossa pátria. Pelo que foi apurado esta manhã, o inimigo está tentando romper a defesa das tropas ucranianas em vários locais, em particular no Donbass ucraniano. Nossos defensores de Bakhmut, Avdiivka e Vuhledar repelem bravamente os ataques inimigos. Sabemos que no último dia pelo menos em sete centros populacionais foram repelidos ataques em massa e de ofensivas das tropas russas.

Ontem choramos sobretudo pela tragédia em nossa Kherson. Durante o dia útil de ontem, o inimigo lançou um ataque maciço com sistemas de mísseis GRAD no centro da cidade, atingindo uma parada de transporte público lotada e 21 pessoas ficaram feridas. Pelo menos cinco pessoas morreram no local, e danos extensos foram relatados. Novamente o clamor, o grito da terra ucraniana sobe ao céu e bate na consciência de cada pessoa, de cada pessoa de boa vontade.

Hoje rezamos por todos os mortos. Queremos envolver todos os feridos com o nosso amor. Queremos amparar todas as vítimas desta guerra. Rezemos pelas corajosas cidades de Bakhmut, Avdiivka, Kherson, por nossas regiões fronteiriças de Chernihiv, Sumy e Kharkiv que sofrem diariamente golpes do inimigo.

 

Mas queremos que o mundo inteiro nos ouça: a Ucrânia ainda hoje resiste! A Ucrânia está lutando contra o inimigo que nos supera em número e intensidade do uso de armas! A Ucrânia reza! E hoje a grande comunidade da Igreja, a grande família de cristãos de várias Igrejas e confissões está na presença de Deus. Rezamos pelo nosso país.

Mas hoje desejo continuar com vocês nossas reflexões sobre o cultivo da vocação na comunidade da Igreja. Ontem falamos sobre como é importante cultivar a vocação à vida sacerdotal ou consagrada e monástica em nossas comunidades paroquiais.

Hoje também quero recordar que a maioria dos membros de nossas paróquias são leigos. Cada pároco, toda a nossa comunidade eclesial deve ter particularmente no coração a vocação dos leigos para a missão na sua Igreja. A tarefa do bispo, do sacerdote é discernir os dons do Espírito Santo, os dons de Deus que os nossos leigos têm, e ajudá-los a colocar a serviço de cada dom que recebem em benefício de nossa comunidade, nossa paróquia, nossa Igreja.

A valorização do papel e da missão dos leigos na Igreja é a chave para o sucesso do nosso cuidado pastoral. O sacerdote não deveria substituir tudo e todos, controlar tudo. É preciso cultivar a vocação de leigos ativos, confiar neles. É assim que a Igreja percebe que somos uma comunidade, uma comunidade de pessoas com talentos.

Os leigos deveriam sentir-se responsáveis ​​pela sua Igreja, envolver-se nas várias obras da sua comunidade. Cada leigo deve compreender a sua missão especial no mundo, assim como na sua comunidade eclesial, e cumpri-la dignamente.

Cada uma de nossas comunidades, a nossa paróquia, deveria cultivar de maneira particular a vocação ao matrimônio. Sabemos que a preparação para o matrimônio é um aspecto trabalhoso, difícil, mas importante do ministério pastoral de nossa Igreja. Na Igreja Católica distinguimos duas fases de preparação para o matrimônio: uma fase remota e uma fase direta.

Cada pessoa deve aprender a construir relacionamentos saudáveis ​​com todas as outras pessoas. Cada pessoa deve aprender a construir relacionamentos com os mais velhos e com os mais jovens. Mas, sobretudo, quem é chamado à vida conjugal deve aprender a construir uma relação humana pura, sã e profunda com a pessoa do sexo oposto. E todos nós temos que aprender a amar. Portanto, a preparação para o casamento é a educação da capacidade de amar. Essa é educação no amor. A preparação direta para o casamento é o momento em que uma pessoa escolheu seu noivo ou noiva e se prepara para construir uma vida familiar juntos.

Em nenhuma de nossas paróquias o sacerdote tem o direito de administrar o Sacramento do Matrimônio sem a adequada preparação dos esposos, que devem realizar o sentido de sua vocação à vida conjugal, de sua vocação à paternidade e à maternidade responsáveis. Eles devem perceber, além de aceitar consciente e voluntariamente, todos os benefícios da vida conjugal, sua fecundidade, fidelidade, inseparabilidade no amor, a importância de perceber que o sacramento do matrimônio é o momento da ação especial da graça do Santo Espírito que une duas pessoas em uma única comunidade de cônjuges.

Em nossa Igreja temos o grande dom do sacerdócio casado. Portanto, as famílias de nossos sacerdotes devem ser um casal cristão modelo para todos os que buscam um exemplo, uma vida conjugal cristã exemplar. Portanto, o pároco, especialmente o casado, deve preparar adequadamente os esposos para o matriônio e acompanhá-los nos primeiros anos de vida conjugal.

Vejamos que grande bênção são os movimentos leigos em nossas paróquias, especialmente os movimentos de casais pró-família. Porque estes esposos partilham entre si a experiência da vida conjugal, catequizam os adultos, ajudam as famílias jovens a superar as primeiras dificuldades e crises da vida familiar e conjugal.

As paróquias onde os leigos se sentem realizados nos seus dons, sentem que aí poderão cumprir o seu papel e a missão da vocação laical, as paróquias que alimentam a vocação à vida conjugal, preparam e acompanham adequadamente, em particular os jovens esposos, são paróquias que florescem, se desenvolvem e permanecem modelo de nossa pastoral eclesial.

Deus abençoe a Ucrânia! Deus abençoe nossas famílias! Deus, ensina-nos a amar, a amar-nos uns aos outros, educa em cada criança, em cada jovem a capacidade de amar! Dê aos jovens modernos a capacidade de realizar um matrimônio saudável! Deus, cuide do nosso exército ucraniano, nossas meninas e meninos que protegem nossa pátria! Deus, abençoe nossa pátria, a Ucrânia, com Tua paz celestial!

Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade, agora e para todo e sempre, amém!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Svyatoslav+

Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana
22.02.2023

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22 fevereiro 2023, 21:56