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Momento de oração em Mumbai, em memória do sacerdote jesuíta. Momento de oração em Mumbai, em memória do sacerdote jesuíta. 

Perícia revela que provas contra Pe. Swamy foram inseridas no PC por hacker

O sacerdote jesuíta residente no Estado indiano de Jharkhand, que trabalhava para o desenvolvimento e emancipação de grupos tribais, debilitou-se muito na prisão e morreu no hospital após contrair a Covid-19. Segundo a Agência Nacional de investigação, o jesuíta teria feito parte de uma conspiração, com outras 15 pessoas, para instigar tumultos na vila de Bhima-Koregaon, Estado de Maharashtra, em 2018.

Vários documentos usados como "provas de acusação" foram inseridos no computador pessoal do padre Stan Swamy por um hacker. A afirmação é de uma empresa forense estadunidense responsável por perícias em processos judiciais, e que recebeu dos jesuítas indianos para análise o computador do padre Stan Swamy - o religioso detido por supostas ligações com grupos terroristas e morreu na prisão no verão de 2021.

O relatório da "Arsenal Consulting", empresa sediada em Boston (EUA), abre uma brecha nas denúncias contra o jesuíta indiano, centradas em suposta correspondência eletrônica entre o clérigo e dirigentes maoístas, utilizadas para demonstrar que ele era um cúmplice de uma conspiração violenta.

A empresa, contactada pelos advogados nomeados pela Companhia de Jesus na Índia, refere que 44 documentos, entre os quais as chamadas "cartas aos maoístas", citadas como prova de acusação contra Swamy, foram implantados no seu computador pessoal por um hacker que conseguiu acessá-lo (através de um malware chamado "NetWire") por cerca de cinco anos, de 2014 a 2019, quando o PC foi apreendido e examinado pela polícia indiana.

 

Na nota enviada à Agência Fides, o jesuíta indiano Cedric Prakash, que tanto trabalhou nos últimos dois anos para defender pe. Swamy, afirmou: "Conhecíamos Stan e tínhamos certeza absoluta de sua inocência e boa fé. Preso sob acusações absurdas de colaboração com grupos terroristas, ele morreu sob custódia aos 83 anos, debilitado por sua longa e injusta prisão. Agora temos as provas de que o padre Swamy foi incriminado. Nós as entregamos à Agência Nacional de Investigação da Índia (NIA) para que tomem conhecimento delas, realize suas investigações e admita seus erros. Exigimos uma reabilitação completa do padre Swamy como uma pessoa totalmente inocente, também com um possível pronunciamento 'suo motu' da Suprema Corte da Índia".

Stan Swamy, sacerdote jesuíta residente no Estado indiano de Jharkhand, que trabalhava para o desenvolvimento e emancipação de grupos tribais, debilitou-se muito na prisão e morreu no hospital após contrair a Covid-19. Segundo a NIA, o jesuíta teria feito parte de uma conspiração, com outras 15 pessoas, para instigar tumultos na vila de Bhima-Koregaon, Estado de Maharashtra, em 2018, quando dezenas de dalits se reuniram para comemorar uma batalha histórica em que os dalits derrotaram uma casta superior exército.

Com base em documentos encontrados nos PCs dos réus, a NIA também acusou o jesuíta e os outros réus de conspirar com os maoístas para matar o primeiro-ministro indiano Narendra Modi. Padre Swamy sempre negou seu envolvimento e qualquer acusação contra ele. Num processo judicial que foi notícia nacional e internacional, os jesuítas indianos, ao lado de numerosos grupos da sociedade civil, sempre o apoiaram, declarando a sua inocência e pedindo a sua libertação.

Preso em outubro de 2020 sob falsas acusações de "sedição", ele morreu em 5 de julho de 2021 aguardando julgamento, em um hospital em Mumbai, oeste da Índia.

*Agência Fides 

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14 dezembro 2022, 12:14