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Usina Nuclear de Zaporizhzhia na margem do reservatório de Kakhovka em Nikopol (Foto:REUTERS/Alina Smutko) Usina Nuclear de Zaporizhzhia na margem do reservatório de Kakhovka em Nikopol (Foto:REUTERS/Alina Smutko) 

Santa Sé na AIEA: um mundo sem armas atômicas é necessário e possível

O pronunciamento de monsenhor Daniel Pacho em Viena na conferência geral da Agência Internacional de Energia Atômica. Expressa preocupação com o Irã, a Coreia do Norte e a central eléctrica ucraniana de Zaporizhzhia

Osservatore Romano

«A Santa Sé não tem dúvidas sobre o fato de que um mundo livre de armas nucleares é necessário e possível», um objetivo para o qual contribui um «importante instrumento» como os «controles de segurança da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)».

Foi o que destacou na terça-feira, 26,o  subsecretário para o Setor multilateral da Seção para as Relações com Estados e Organizações Internacionais da Secretaria de Estado, monsenhor Daniel Pacho, aopronunciar-se em Viena na 67ª conferência geral da AIEA.

Irã, Coreia do Norte e Ucrânia foram os três cenários sobre os quais se concentrou monsenhor Pacho. Em primeiro lugar, o subsecretário expressou o pesar da Santa Sé pelo fato que Teerão «tenha deixado de implementar os seus compromissos no âmbito do Plano de Ação Conjunto Global há dois anos, comprometendo seriamente as atividades de verificação e monitorização da Agência». Disto, o incentivo ao «compromisso contínuo da AIEA em relação ao Irã» e aos seus «relatórios sobre o programa nuclear iraniano».

Da mesma forma, monsenhor Pacho manifestou o apreço da Santa Sé pelos «esforços contínuos e pacientes da comunidade internacional para relançar as negociações sobre o programa nuclear da República Popular Democrática da Coreia». Um programa que, sublinhou, «ameaça a integridade do regime de não proliferação».

Quanto à Ucrânia, o subsecretário reiterou a necessidade de «garantir a segurança da central nuclear de Zaporizhzhia», graças aos esforços da AIEA. «Nunca antes – acrescentou – um país com um programa de energia nuclear tão importante foi alvo de um ataque militar. Nunca antes uma central nuclear correu o risco de ser danificada por uma ação militar e foi repetidamente fechada Nunca antes a AIEA teve de mobilizar uma equipa de especialistas para manter vigilância contínua numa central nuclear exposta a riscos tão elevados ou forçada a trabalhar em condições tão perigosas». A esperança, portanto, é que «uma mudança significativa possa ser alcançada, mesmo em situações sem precedentes como esta».

Por fim, monsenhor Pacho também alertou todos os países para que se recordem da sua «responsabilidade moral de construir bases políticas e econômicas para a paz, com o obtetivo de sustentar o desenvolvimento humano integral e as autênticas esperanças de todos os povos, colocando no centro a dignidade humana e o bem comum». Objetivos para os quais contribui o trabalho da própria AIEA ao «disponibilizar tecnologias nucleares pacíficas aos países em desenvolvimento para ajudar a melhorar a saúde, o bem-estar e a prosperidade das suas populações».

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27 setembro 2023, 21:04