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Francisco ao encontrar a realidade da periferia de Lisboa Francisco ao encontrar a realidade da periferia de Lisboa

Papa conhece o trabalho pela defesa da vida de três centros assistenciais de Lisboa

No terceiro dia na capital portuguesa nesta sexta-feira (4), por ocasião da JMJ, Francisco conheceu a realidade vivida por três iniciativas assistenciais: o Centro Social Paroquial São Vicente de Paulo, a Associação de Solidariedade Social 'Ajuda de Berço' e a Associação de Pais e Amigos de Crianças com Câncer 'Acreditar'.

Andressa Collet - Vatican News

Através de três centros assistenciais que atendem desde bebês a crianças e adolescentes com necessidades especiais, econômicas e de saúde, Lisboa procurou apresentar ao Papa Francisco o trabalho desenvolvido com os mais vulneráveis na capital portuguesa. O encontro aconteceu na manhã desta sexta-feira (4) na Paróquia de São Vicente de Paulo, do bairro de Serafina, um dos mais problemáticos da periferia.

O pároco e também diretor do Centro Social Paroquial foi quem começou o giro de apresentações em nome das entidades reunidas. Em discurso, o cônego Francisco Crespo agradeceu a presença do Papa, um gesto que os "enche de grande alegria e anima a fazer sempre mais e melhor por aqueles que precisam de apoio e do amor de Cristo".

O esforço diário do Centro Social Paroquial

Ao contar a história da obra de assistência do bairro de Serafina, Pe. Francisco disse que "a Paróquia e o Centro Social nasceram no mesmo ano de 1959, apenas com dois meses de intervalo", por intuição do primeiro pároco, o Padre José Gallea: "para evangelizar esta população", ele sabia que "teria que tocar a realidade concreta da sua gente, desprotegida de direitos e de meios essenciais para levarem uma vida digna e justa". E Pe. Francisco acrescentou:

"Também a mim, ao chegar a esta paróquia, me impressionou tanta manifestação de pobreza, mas sobretudo o olhar triste e vazio dos idosos sentados nas ruas. Paulatinamente, com todo o esforço de uma comunidade de braços arregaçados, a ajuda de alguns benfeitores e apoios estatais, fomos agregando múltiplas respostas sociais, às necessidades da população."

Hoje, o Centro Social Paroquial de São Vicente de Paulo atende quase 800 pessoa e dá emprego a mais de 170 funcionários ao oferecer serviços, como: berçário, creche, centro juvenil, Lar Residencial para Idosos e apoio às famílias. "Procuramos fazer crescer o amor por cada pessoa", contou ainda ao Papa o pároco, através da cultura do cuidado, "aplicando a expressão do Papa São João XXIII: 'a paróquia é o fontanário da aldeia onde todos vão beber'”.

Ajuda de Berço fundada pela defesa da vida

A Associação de Solidariedade Social 'Ajuda de Berço' também apresentou a sua história ao Papa, "uma casa de acolhimento para crianças abandonadas ou em risco", fundada há 25 anos no contexto dos movimentos de defesa da vida e das campanhas do referendo do aborto de 1998:

"Moveu-nos oferecer uma alternativa aos homens e mulheres tentados a abortar os seus filhos ou que não os conseguem cuidar. Até hoje, já acolhemos 452 crianças que depois de viverem conosco encontraram um projeto de vida seguro e definitivo. Para uns foi o regresso à família, para outros, a adoção ou outras casas de acolhimento. Duas delas acompanham-nos do Céu."

A casa de Lisboa acolhe durante as 24h do dia 40 crianças - entre os poucos dias de vida e os 13 anos de idade - que são entregues pelo governo de Portugal. Um empenho pela defesa da vida inspirada no magistério do próprio Papa Francisco, de seus predecessores e da Igreja em Lisboa, que têm "animado, confortado e confirmado" o trabalho diário da 'Ajuda de Berço'. O apoio à entidade também vem "por crentes de diversas confissões e homens de boa vontade que não professam nenhuma religião". 

A esperança às crianças com câncer da Associação Acreditar

Por fim, o Papa também conheceu a realidade vivida pela Associação de Pais e Amigos de Crianças com Câncer 'Acreditar'. A entidade há 30 anos "fomenta a esperança na cura e tenta minorar o sofrimento durante os tratamentos, na sobrevivência e nas famílias cujos filhos não sobrevivem":

"Damos apoio emocional, psicológico, material e escolar, e acolhemos nas nossas Casas quem vive longe do hospital. A nossa missão é estar com todas as crianças e jovens, procurando que o câncer nunca os defina e que a evolução da cura e a melhor qualidade de vida sejam uma realidade. Sabemos que nos fortalecemos nas vidas partilhadas e na defesa dos direitos, por isso criamos elos entre os sobreviventes, doentes e pais para que, com esperança, nunca se sintam sós."

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04 agosto 2023, 12:00