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Francisco ao batizar Miguel Ángel no hospital: sinal de vida e fé para a Semana Santa

Francisco, na sexta-feira (31) quando ainda se encontrava internado no Hospital Gemelli, em Roma, batizou uma criança durante a visita às alas de oncologia e neurocirurgia pediátrica da instituição. O Papa que batiza um recém-nascido em um lugar de sofrimento - onde ambos estavam internados - é o sinal de vida, simples e forte, que acompanhará a próxima Semana Santa.
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L'Osservatore Romano

"Miguel Ángel". Com uma voz muito terna, marcada pelo sotaque do povo peruano, que a mãe pronunciou o nome do seu filho para apresentá-lo ao Papa Francisco na sexta-feira (31). No momento mais imprevisível para ela: o batismo em um berço de uma sala na ala D do Hospital 'Agostino Gemelli', em Roma. E para batizar Miguel Ángel, o Papa disse: quem poderia imaginar? Certamente não uma jovem mãe que, nestas horas, investe toda a sua esperança antes de receber o formulário de alta assinado pelos médicos para Miguel Ángel. Um sinal de que ele está bem e pode ir para casa, junto.

O encontro com o Papa

Francisco se aproximou da jovem e gentilmente perguntou o nome do pequeno que estava dormindo naquele momento. "Michelangelo", ela respondeu rápido, para depois se corrigir com um sorriso maternal: "Miguel Ángel". Dando assim resposta à intuição do Papa Bergoglio sobre a transmissão da fé que, nas famílias, deve acontecer 'em dialeto', na língua de origem. Catequese encarnada, então.

Para Miguel Ángel, a vida cristã começou na sexta-feira, 31 de março de 2023, no hospital. Na surpresa dos que o rodeavam. E da sua surpresa quando ele será maior e verá as fotos escutando o relato da sua família: "Estávamos ali, cansados, quando a porta se abriu e o Papa entrou e batizou você...".

"Miguel Ángel, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" foram as palavras do Papa, que aspergiu o bebê com água da típica bacia usada como recipiente para instrumentos esterilizados em enfermarias e laboratórios médicos. E, ao ser despertado pela água, Miguel Ángel "respondeu" com um forte choro. O próprio Francisco, primeiro, tentou acalmá-lo acariciando suavemente o seu rosto. Depois, ele o abençoou e sussurrou para a mãe: "já é cristão. Quando for à paróquia, diga que o Papa o batizou".

O batismo e a Semana Santa

O Pontífice que batiza um recém-nascido em um lugar de sofrimento - onde ambos estavam internados - é o sinal de vida, simples e forte, que acompanhará a próxima Semana Santa. Francisco fez esse gesto na tarde de sexta-feira, 31 de março, quando quis encontrar as crianças, indo nos quartos da ala de oncologia e neurocirurgia pediátrica.

Entre carícias e sorrisos, ele lhes deu ovos de chocolate para lembrar que, mesmo - e talvez, acima de tudo, - nos "corredores da dor", a Páscoa é a festa cristã mais importante. E, em seguida, livros sobre o Menino Jesus, afinal, um seu "coetâneo": "Nasceu Jesus em Belém da Judeia", um pequeno volume para crianças, publicado pelo Apostolado da Oração e organizado por Filippo M. Grasso e pelo bispo Daniele Libanori, auxiliar de Roma, sobre a Natividade como é relatada nos Evangelhos de Mateus e de Lucas.

Em particular, Francisco encorajou os familiares que, junto com os seus pequenos, vivem uma experiência lacerante no hospital, procurando nunca perder a esperança. A eles, o presente de um terço para rezar, especialmente nos momentos de desânimo, quando o sofrimento "morde" com mais força. O Papa também quis dedicar um pensamento ao pessoal de saúde que trabalha na linha de frente, expressando gratidão pela abnegação e espírito de serviço. Após deixar uma dedicatória assinada, ele voltou à ala do hospital que o recebeu desde a tarde de quarta-feira, 29 de março.

Por ocasião de quando foi internado anteriormente, em julho de 2021, o Papa também tinha ido à ala de oncologia pediátrica, onde o acordeonista Ambrogio Sparagna e a Orquestra Popular Italiana tocavam para as crianças, como parte de uma série de concertos organizados pela Fundação Música para Roma em colaboração com a Caritas diocesana.

O último dia do Papa internado

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, havia anunciado que aquela era a última tarde que Francisco ficaria internado, baseada no "curso clínico favorável" e na avaliação dos exames pela equipe médica, e que havia começado aquela sexta (31) recebendo a Eucaristia na capela do seu apartamento privado, no décimo andar, após um momento de recolhimento em oração.

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03 abril 2023, 09:03