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Colunata da Praça São Pedro: policiais ao lado do corpo sem vida do sem-teto. Colunata da Praça São Pedro: policiais ao lado do corpo sem vida do sem-teto. 

Morre sem-teto que encontrara abrigo sob a colunata. A dor do Papa

Trata-se de um homem nascido na Alemanha em 1961, Burkhard Scheffler. Em sua oração", divulgou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, "o Papa o recorda junto com todos aqueles que são obrigados a viver sem uma casa.

Silvonei José – Vatican News

“Pouco depois das 10h30 da manhã. Meu olhar repousa sobre as maravilhas da Praça de São Pedro, perdido, como sempre, entre as curvas da colunata de Bernini, mas de repente é capturado por uma cena que não é imediatamente compreensível”: assim começa o relato do jornalista de Vatican News, redação italiana, Amedeo Lomonaco sobre a cena que ele presenciou na manhã desta sexta-feira quando passava pela colunata que circunda a famosa Praça São Pedro. “Vejo policiais – continua a contar Amedeo -, e uma fita amarela que restringe a passagem de pedestres. Então, olhando além dessa faixa, a imagem desfocada torna-se clara: vislumbro entre as silhuetas dos oficiais o corpo de um homem deitado e envolto em um cobertor térmico dourado. Ele é um sem-teto que morreu, provavelmente, também devido às baixas temperaturas desses dias”, afirma. Espontâneo o sinal da cruz. É a saudação àquele homem, um dos pobres que entre a propileia da colunata tentam se abrigar do frio e da chuva. O jornalista vaticano conta que alargando o olhar, viu também dois sacerdotes e uma freira em oração. Uma vela foi colocada ao lado do corpo. Uma pequena luz que quebra a indiferença daqueles que passam, apressados, sem ver as “pessoas invisíveis” que sobrevivem, muitas vezes em meio a dificuldades, em nossas cidades ao lado de nossos passos.

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A dor do Papa

O homem que morreu hoje nas adjacências do Vaticano tem um rosto e um nome. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, respondendo às perguntas dos jornalistas, disse que era Burkhard Scheffler, nascido em 1961 na Alemanha. "Ele vivia pelas ruas de Roma, seguido pela ação assistencial do Dicastério para a Caridade. Infelizmente, as últimas noites de frio e chuva contribuíram para agravar a sua frágil condição". Em sua oração", acrescentou Matteo Bruni, "o Papa recorda Burkhard e todos aqueles que são forçados a viver sem casa, em Roma e no mundo inteiro, e convida os fiéis a se unirem a ele". O Esmoleiro pontifício, cardeal Krajewski em Assis, em peregrinação, confia Burkhard à intercessão de São Francisco".

O jornalistra Amedeo recorda ainda que aquele homem, cujo nome agora conhece, tinha frequentemente um livro em suas mãos e lia em voz alta com um sotaque alemão distinto. “Pude vê-lo várias vezes absorvido em seus pensamentos e concentrado em sua leitura. Ele tinha poucas coisas, mas nunca faltavam livros ao lado de cobertores e caixas de papelão”.

"Talvez com a fantasia procurava escapar das margens para as quais os acontecimentos da vida o haviam arrastado", finaliza.

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25 novembro 2022, 16:12