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"A pastoral em chave missionária exige que abandonemos o conveniente critério pastoral de 'sempre se fez assim'" "A pastoral em chave missionária exige que abandonemos o conveniente critério pastoral de 'sempre se fez assim'" 

Os 3 pilares sobre os quais alicerçar a comunicação da mensagem do Evangelho

O diretor das POM estadunidense, arcebispo Kieran Harrington, com dados em mãos da Ásia, África e América do Sul, destacou aos bispos de recente nomeação um crescimento exponencial do digital nesses continentes, com as correlatas mudanças que trouxe, antes de tudo a velocidade da mensagem, focando acima de tudo no Twitter e trazendo o exemplo das postagens do Papa Francisco no Twitter.

Vatican News

Realiza-se até dia 16 de setembro em Roma o Seminário de Estudos (o primeiro foi realizado em 1994) dirigido aos bispos recentemente nomeados à frente das circunscrições eclesiásticas dos territórios de missão. Após a Missa de abertura presidida pelo cardeal Luis Antonio Tagle na última segunda-feira,5, passaram a ser abordados vários temas ao longo dos dias de trabalho, que se estenderão até 16 de setembro.

Na quinta-feira, 8, coube ao diretor do Pontifícias Obras Missionárias (POM) nos Estados Unidos, Dom Kieran Harrington, falar aos bispos de recente nomeação sobre os meios de comunicação. A audiência e como o público usa a mensagem (targeting), a narração (storytelling) e os instrumentos para chegar aos destinatários (delivery) são os três pilares sobre os quais alicerçar a comunicação da mensagem do Evangelho, disse ele.

Dom Harrington emocionou seus ouvintes com uma apresentação que combinava uma ilustração eficaz e detalhada dos "fundamentos" da comunicação missionária com a experiência à campo: ofereceu exemplos concretos, declinando cada passo de sua intervenção não somente às necessidades primárias de um bispo recém-nomeado, mas também aos meios de que realmente dispõe para poder comunicar eficazmente no âmbito dos meios de comunicação social.

 

Dom Harrington exortou a começar qualquer discurso comunicativo a partir do público, partindo de quem ouve, fazendo-se perguntas que ajudem a focalizar a quem pretende fazer chegar uma mensagem.

Exortou os bispos a terem a coragem de mudar, de repensar a comunicação e de terem consciência de que "a comunicação é missão", citando uma passagem do documento "Evangelii Gaudium" (n. 33): "A pastoral em chave missionária exige que abandonemos o conveniente critério pastoral de 'sempre se fez assim'", salientou, convidando todos a serem "ousados ​​e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores de suas comunidades. Uma identificação dos fins sem uma adequada busca comunitária dos meios para alcançá-los, está condenada a ser traduzida em mera fantasia”.

Para um melhor êxito de uma narrativa, Dom Harrington sublinhou a necessidade de saber identificar histórias e testemunhos nas suas comunidades que possam chegar aos ouvintes de forma direta e empática: "A história para ser eficaz - explicou - deve mudar o nosso modo de agir, deve ser contada de modo simples e compreensível, deve estar próxima ao sentir de quem a escuta; em alguns casos será também um convite para passar à ação, aos fatos”.

Falando dos instrumentos tradicionais de comunicação mediática (agências de notícias, televisão e rádio), Dom Harrington, embora recordando a sua importância fundamental no mundo da informação, denunciou a sua insuficiência no atual contexto totalmente digitalizado onde o papel fundamental da comunicação é desempenhado pelas redes sociais (Twitter, Facebook, Instagram, WhatsApp, Telegram, etc.).

O diretor das POM estadunidense, com dados em mãos da Ásia, África e América do Sul, destacou um crescimento exponencial do digital nesses continentes, com as  correlatas mudanças que trouxe, antes de tudo a velocidade da mensagem, focando acima de tudo no Twitter e trazendo o exemplo das postagens do Papa Francisco no Twitter.

Na segunda parte do seu  pronunciamento, o arcebispo Harrington ofereceu pontos práticos, convidando os bispos a realizar uma programação dos calendários pastorais com o objetivo de organizar uma comunicação eficaz e exortou-os a aproveitar a sua própria "dispensa" interna, para fazer com que a própria mensagem tenha uma maior amplificação (pilares da comunidade, professores, educadores, lideranças de grupos ou movimentos religiosos, empresários, etc.).

Por fim, tratou da questão da gestão da “comunicação de crise”, a ser abordada com a justa lucidez que permite definir o seu alcance para atuar com uma mensagem rápida a ser confiada aos instrumentos corretos.

*Com Agência Fides

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09 setembro 2022, 10:49