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Um navio turístico em Veneza Um navio turístico em Veneza 

Czerny: sim ao turismo sustentável e sem exploração

Em sua mensagem para o Dia Mundial do Turismo celebrado hoje, o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral convida a uma mudança de rumo em nome de uma atividade turística cada vez mais justa e sugere promover o "turismo de proximidade" a fim de apreciar os "tesouros do patrimônio, da culinária, do folclore e até mesmo da espiritualidade que as regiões vizinhas têm para compartilhar".

Vatican News

Celebra-se, nesta terça-feira (27/09), o Dia Mundial do Turismo sobre o tema "Repensar o turismo".

Numa mensagem, o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny, recorda que o turismo certamente foi uma das "atividades humanas mais seriamente afetadas" pela crise causada pela pandemia, e que agora pode se tornar um "dos motores da reconstrução de um mundo mais justo, sustentável e integral".

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A Igreja "olha para o renascimento e renovação do turismo com os olhos da esperança", convidando a fazer referência, para o reinício do turismo, aos princípios que inspiraram o Código Mundial de Ética do Turismo, elementos fundamentais "para a construção da fraternidade e da amizade social, mas sobretudo para o serviço a um desenvolvimento humano integral".

O chamado aos cristãos

Segundo o cardeal Czerny, é urgente uma mudança de rumo para "sair melhor de uma crise que revelou muitas desigualdades e injustiças". Por isso, "a atividade turística deve ser realizada de acordo com princípios de equidade e transformação social". Portanto, é necessária a proximidade aos agentes do setor turístico "que já trabalham segundo uma consciência correta" e construíram profissionalismo e vidas "em torno do acolhimento". A mensagem se refere aos empresários atentos "aos mais vulneráveis e às trabalhadoras e trabalhadores expostos à exploração, em especial aos funcionários sazonais que realizam tarefas mais humildes a serviço dos turistas". É feito também um apelo aos cristãos para "fazerem uma aliança com todas as mulheres e homens de boa vontade, porque isso deve mudar".

Repensar o turismo

Para a retomada é necessário calcular o impacto que o turismo tem sobre o meio ambiente, um fato "muito relevante", segundo o cardeal. Hoje, tornou-se mais urgente do que nunca a necessidade de "mirar no turismo de proximidade: saber olhar ao redor, reconhecer e apreciar os tesouros do patrimônio, da culinária, do folclore e até mesmo da espiritualidade que as regiões vizinhas têm para compartilhar". Por isso, as políticas locais hoje podem ser repensadas "em termos de hospitalidade e qualidade de vida para os habitantes históricos, os recém-chegados, os vizinhos mais próximos". "Um turismo mais sustentável também terá de ser recalibrado", ressalta o purpurado, "na direção de uma relação correta entre seres humanos e criação", uma vez que a sustentabilidade do turismo também é medida "no impacto na biodiversidade dos ecossistemas naturais e sociais", pois "a proteção da biodiversidade e a emoção diante das maravilhas da criação devem coexistir no turismo 'repensado'". Um turismo que tenha em mente a "visão integral da pessoa" que não é uma teoria, mas "um modo de viver e agir", ressalta o cardeal citando o Papa Francisco, no encontro com uma cultura diferente, com sua história e com os valores que preserva, vindo a regenerar uma comunidade, "favorecendo o diálogo entre as linguagens culturais locais e estilos de vida dos visitantes".

Manter a tocha da esperança acesa

A Igreja católica, observa o cardeal Czerny, "se compromete em promover essa visão renovada do turismo, na ótica do desenvolvimento humano integral". Uma metodologia de escuta e participação é representada pelo processo sinodal, que poderá levar "também para a sociedade civil e organizações econômicas, uma maior atitude para a composição de interesses e pontos de vista contrastantes". Os desafios de hoje serão enfrentados durante os trabalhos do VIII Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, em Santiago de Compostela, de 5 a 8 de outubro próximo, evento intitulado "Turismo e peregrinações: caminhos de esperança". "Olhamos com esperança para a vivacidade do setor, para todas as pessoas envolvidas e para aqueles que têm responsabilidade por ele", ressalta o cardeal Czerny que, retomando as palavras do Papa, encoraja a todos a "manter a tocha da esperança acesa".

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27 setembro 2022, 15:50