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Santa Missa na Solenidade de Corpus Christi em 6 de junho de 2021 Santa Missa na Solenidade de Corpus Christi em 6 de junho de 2021  

Pilar do Pão e Papa Francisco

"O Pão da Vida, na verdade, cura a rigidez e a transforma em docilidade. A Eucaristia cura porque nos une a Jesus: nos faz assimilar seu modo de viver, sua capacidade de partir-se e doar-se a seus irmãos e irmãs, de responder ao mal com o bem. Nos doa a coragem de sair de nós mesmos e de nos inclinarmos com amor para a fragilidade dos outros”.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

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“A Eucaristia constitui o apogeu da obra de salvação de Deus: com efeito, fazendo-se pão partido para nós, o Senhor Jesus derrama sobre nós toda a sua misericórdia e todo o seu amor, a ponto de renovar o nosso coração, a nossa existência e o nosso próprio modo de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos. É por isso que geralmente, quando nos aproximamos deste Sacramento, dizemos que «recebemos a Comunhão», que «fazemos a Comunhão»: isto significa que no poder do Espírito Santo, a participação na mesa eucarística nos conforma com Cristo de modo singular e profundo, levando-nos a prelibar desde já a plena comunhão com o Pai, que caracterizará o banquete celestial, onde juntamente com todos os Santos teremos a felicidade de contemplar Deus face a face¹. (Papa Francisco)”

Depois de "Igreja-casa, pilar do Pão", padre Gerson Schmidt* dá continuidade a sua série de reflexões sobre os pilares da Igreja, falando sobre “pilar do Pão e Papa Francisco”:

"Segundo as novas Diretrizes da CNBB, um dos pilares da Igreja vista como uma casa e construção, é o pilar do Pão que é a Eucaristia, a liturgia da Igreja, a espiritualidade que mantêm toda a Evangelização e a Missão.

 

Na Audiência Geral de 8 de novembro de 2017, O Papa Francisco já dizia assim: “A Eucaristia é um acontecimento maravilhoso no qual Jesus Cristo, nossa vida, se faz presente. Participar na Missa ‘é viver outra vez a paixão e a morte redentora do Senhor. É uma teofania: o Senhor torna-se presente no altar para ser oferecido ao Pai pela salvação do mundo’. O Senhor está ali conosco, presente. Muitas vezes nós vamos ali, olhamos para as coisas, falamos entre nós enquanto o sacerdote celebra a Eucaristia… e não celebramos ao lado d’Ele. Mas é o Senhor!”.

Na Audiência Geral de 21 de março de 2018, afirmava: “Cada vez que recebemos a Comunhão, assemelhamo-nos mais a Jesus, transformamo-nos mais em Jesus. Do mesmo modo que o pão e o vinho são transformados no Corpo e Sangue do Senhor, assim quantos os recebem com fé são transformados em Eucaristia viva. Ao sacerdote que, distribuindo a Eucaristia, te diz: ‘O Corpo de Cristo’, tu respondes: ‘Amém’, ou seja, reconheces a graça e o compromisso que comporta tornar-se Corpo de Cristo. Pois quando recebes a Eucaristia, tornas-te corpo de Cristo. Isto é bonito, é muito bonito. Enquanto nos une a Cristo, arrancando-nos dos nossos egoísmos, a Comunhão abre-nos e une-nos a todos aqueles que são um só nele. Eis o prodígio da Comunhão: tornamo-nos aquilo que recebemos!”

Na festa de Corpus Christi de 2020, o Papa dizia assim: “O Senhor sabe que o mal e os pecados não são a nossa identidade; são doenças, infeções. E Ele vem curá-las com a Eucaristia, que contém os anticorpos para a nossa memória doente de negativismo. Com Jesus, podemos imunizar-nos contra a tristeza. Continuaremos a ter diante dos olhos as nossas quedas, as canseiras, os problemas de casa e do trabalho, os sonhos não realizados; mas o seu peso deixará de nos esmagar, porque, na profundidade de nós mesmos, temos Jesus que nos encoraja com o seu amor. Aqui está a força da Eucaristia, que nos transforma em portadores de Deus: portadores de alegria, não de negativismo”².

Em Corpus Christi do Ano Passado, o Papa Francisco, em sua homilia, propunha a seguinte reflexão: “É assim, com simplicidade, que Jesus nos doa o maior dos sacramentos. É um gesto humilde de dom, um gesto de partilha. No auge de sua vida, ele não distribui pão em abundância para alimentar as multidões, mas se parte na ceia pascal com os discípulos. Desta forma, Jesus nos mostra que o objetivo da vida é doar-se, que a maior coisa é servir. E hoje encontramos a grandeza de Deus num pedaço de Pão, numa fragilidade que transborda amor, transborda partilha”. Disse mais o Sumo Pontífice: "A Eucaristia é um remédio eficaz contra esses fechamentos. O Pão da Vida, na verdade, cura a rigidez e a transforma em docilidade. A Eucaristia cura porque nos une a Jesus: nos faz assimilar seu modo de viver, sua capacidade de partir-se e doar-se a seus irmãos e irmãs, de responder ao mal com o bem. Nos doa a coragem de sair de nós mesmos e de nos inclinarmos com amor para a fragilidade dos outros”. 

O Papa Francisco conta uma história que lhe aconteceu em relação à Sagrada Comunhão: “A única vez que aconteceu uma coisa simpática – conta o Papa - foi quando fui celebrar a missa em um lar de idosos, eu estava na sala e disse: quem quer comunhão? Todos os idosos levantaram as mãos. Uma velhinha levantou a mão e tomou a comunhão e disse: "Obrigado, eu sou judia". E eu disse: "Aquele que eu lhe dei também é judeu". A comunhão não é um prêmio para os perfeitos - pense no Jansenismo - a comunhão é um dom, um presente, é a presença de Jesus na Igreja e na comunidade. Então, aqueles que não estão na comunidade não podem comungar, como esta senhora judia, mas o Senhor quis recompensá-la sem o meu conhecimento”.

Em entrevista ao programa da TV dos bispos italianos, Papa Francisco refletiu sobre a força e presença de Deus na Eucaristia, quando disse: “A Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas remédio para os fracos”.

Depois de 21 anos, o Papa Francisco fez questão no ano passado de participar do 52º Congresso Eucarístico Internacional em Budapeste. O último Papa que participou pessoalmente foi o Papa João Paulo II, em Roma, no ano 2000. Partiu da Eucaristia essa peregrinação espiritual do Santo Padre ao coração da Europa."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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¹ Papa Francisco na Audiência Geral de 5 de fevereiro de 2014

²Homilia de Corpus Christi em 14 de junho de 2020. 

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02 março 2022, 07:57