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Nemonte Nenkimo, representante do povo Waorani Nemonte Nenkimo, representante do povo Waorani 

A defesa da vida pelo Sínodo

"A prática de Jesus nos leva para uma ação missionária, porque Ele veio procurar e salvar o que estava perdido", escreve Dom Vital Corbellini, bispo de Marabá.

Dom Vital Corbellini - Bispo de Marabá (PA)

Um dos pontos importantes no Sínodo está sendo o tema pela defesa da vida. A referência bíblica aonde se diz que Deus no principio criou o céu e a terra(Gn 1,1) é fundamental para todos de modo que  Ele criou todos os outros seres vivos. Ele formou também o ser humano a sua imagem e semelhança, Adão e Eva e o colocou no jardim do Éden (Gn 2,15). Portanto nós podemos dizer que na terra a presença de Deus se manifestou e continua se manifestando pela criação de todos, sobretudo dos seres humanos. Quando defendemos a vida, estamos em unidade com o projeto do Senhor na defesa da vida.

A água, fonte de vida, possui um significado importante na Bíblia e na vida de todos os seres vivos. A água une a todos na vida da Amazônia e da Pan-Amazônia. O Papa Francisco afirma que a água conecta ecossistemas, culturas e o desenvolvimento do território (LS 16,91). A compreensão da vida se caracteriza pela harmonia de relações entre a água, o território e a natureza, Deus Criador. A centralidade do bem viver entre os seres humanos e a criação deve levar ao bem fazer. Tudo isso tem referencia com a família, com a comunidade por uma utilização responsável de todas as pessoas em relação aos bens da criação (IL 13).

No entanto, esta vida tão bonita na Amazônia está ameaçada pela destruição e exploração ambiental, violação dos direitos dos povos originários, como são os direitos ao seu território, a sua autodeterminação, a demarcação de suas terras. As ameaças à vida e ao território provem de interesses por grupos econômicos, políticos dos setores da sociedade atual. Existem também assassinatos de suas lideranças, a caça e a pesca predatórias, as concessões de madeireiras legais e ingresso de madeireiras ilegais, as hidrelétricas, as hidrovias e ferrovias, o narcotráfico, a violência contra a mulher, a exploração sexual infantil e de adolescentes, o assassinato de jovens, a violência contra os trabalhadores rurais entre outros problemas sociais.

A partir do Sínodo a Igreja busca a vida sobre a morte neste contexto da Amazônia. Somos chamados a lutar pela vida dos povos originários, pelas pessoas dos campos e das cidades, pelos jovens, pelos idosos, pelas crianças, por todos porque Deus é vida e quer a vida sobre a morte. O Sínodo nos estimula para ir em busca das pessoas que mais precisam de nós, os pobres e os excluídos da sociedade. A prática de Jesus nos leva para uma ação missionária, porque Ele veio procurar e salvar o que estava perdido(Lc 19,10).

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26 outubro 2019, 11:28