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A contribuição dos Papas pré-conciliares na reforma litúrgica

“Importante recordar o mérito do Papa Pio X, que na reforma da música sacra, no 'Motu Proprio' tra le Sollectudini (1903) já defende o conceito de participação ativa dos fiéis." Ele também "introduziu as reformas do Breviário, promoveu a comunhão cotidiana e também antecipou a Primeira Eucaristia para as crianças. Se hoje as crianças de 9 anos em diante fazem a Primeira Comunhão", deve-se ao Papa Pio X o mérito de antecipar a Eucaristia.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos falar no programa de hoje sobre “a contribuição dos Papas pré-conciliares na reforma litúrgica”.

Temos dedicado diversos programas deste nosso espaço ao tema da reforma litúrgica trazida pelo Concílio Vaticano II, que como disse em agosto de 2017 o Papa Francisco aos participantes da Semana Litúrgica Nacional italiana, “é irreversível”. Já ressaltamos aqui, que a reforma litúrgica não se deu de um dia para outro, como se tivesse acontecido um Pentecostes tão somente no Concílio Vaticano II, mas houve um tempo de longa preparação, motivados pelos movimentos de renovação litúrgica, pelos teólogos, liturgistas e também pelas reformas dos Papas anteriores ao Concílio, como Pio X, Pio XI e Pio XII.  E justamente a contribuição destes Pontífices, é o tema de nosso programa de hoje. Padre Gerson Schmidt:

 

“Importante recordar o mérito do Papa Pio X, que na reforma da música sacra, no Motu Proprio tra le Sollectudini (1903) já defende o conceito de participação ativa dos fiéis. Lembramos que Pio X também introduziu as reformas do Breviário, promoveu a comunhão cotidiana e também antecipou a Primeira Eucaristia para as crianças. Se hoje as crianças de 9 anos em diante fazem a Primeira Comunhão, se deve a esse Papa Pio X o mérito de antecipar a eucaristia, através dos decretos Sacra Tridentina Synodus(1905) e Quam Singulari(1910).

Já o Papa Pio XI, na constituição apostólica Divinus Cultus sanctitatem (1928), pediu com mais vigor a participação ativa dos fiéis nos mistérios cristãos.  Nesse constituição apostólica Divinus Cultus, diz assim no número IX: “A fim de que os fiéis tomem parte mais ativa no culto divino, restitua-se para o povo o uso do canto gregoriano, no que ao povo tocar. É necessário, na verdade, que os fiéis, não como estranhos ou mudos espectadores, mas verdadeiramente compreendedores e compenetrados da beleza da Liturgia, assistam às sagradas funções de tal modo que alternem a sua voz - segundo as devidas normas e instruções, mesmo em procissões e outros momentos solenes -, com a voz do sacerdote e a do coro. Porque, se isto felizmente suceder, não haverá já mais que lamentar esse triste espetáculo em que o povo nada responde, ou apenas responde com um murmúrio fraco e confuso às orações mais comuns expressas na língua litúrgica e até em língua vulgar”.

É verdadeiramente fantástica essa preocupação papal da compreensão e participação dos fiéis na liturgia. Nesse documento, Pio XI fazia menção do movimento de renovação litúrgica e de Pio X, recordando o esforço feito até então para uma maior “participação ativa dos fiéis nos sacrossantos mistérios e na oração solene da Igreja”. 

Pio XI ainda falou assim nesse documento: “as disposições de Pio X se logrou a restauração das mais diletas formas de arte e o consolador reflorescimento do espírito religioso, já que o povo cristão, compenetrado por um mais profundo sentimento litúrgico, começou a tomar parte mais ativa no rito eucarístico, na oração pública e na salmodia”. Aqui o Papa Pio XI já reconhece uma maior participação do povo cristão na liturgia: “ (o povo) começou a tomar parte mais ativa no rito eucarístico, na oração pública e na salmodia”.

O movimento Litúrgico, como toda a renovação na Igreja, tinha seus oponentes. Até hoje eles existem. A Magna Charta que dá força ao Movimento Litúrgico é a encíclica Mediator Dei, de Pio XII (1939-1958), que vai dar ao movimento litúrgico um caráter eclesial, a partir do magistério ordinário. O Sumo Pontífice institui, em 1948, 15 anos antes do Concilio, uma comissão para a Reforma Litúrgica”.

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05 novembro 2018, 12:02