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Participantes durante o Katholikentag na Alemanha Participantes durante o Katholikentag na Alemanha 

Katholikentag, Papa: a paz que Cristo traz doa aos homens uma nova esperança

"O homem de paz tem futuro" é o lema da 103ª edição do Katholikentag, Festival da Fé dos Católicos Alemães em andamento na cidade de Erfurt. Francisco enviou uma mensagem, aos participantes do evento, na qual convida, seguindo o exemplo de Jesus, "a dar uma nova dignidade às pessoas abandonadas e marginalizadas e fazê-las sentir que não estão sozinhas". "Sem justiça não pode haver paz", recorda o Papa.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem, nesta quarta-feira (29/05), aos participantes da 103ª edição do Katholikentag, Festival da Fé dos Católicos Alemães em andamento na cidade de Erfurt.

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"O homem de paz tem futuro" é o lema do encontro deste ano. "O Salmo 37", escreve o Papa, "explica por que o futuro está prometido ao homem de paz: porque ele é justo, porque faz o que agrada a Deus, porque confia em Deus".

Porém, "desde o início, a tragédia do homem está no fato de ele não confiar em Deus, mas desconfiar dele. Não faz o que agrada a Deus, mas segue seu próprio caminho". Sendo assim, "a unidade e a harmonia das origens desejadas por Deus para toda a criação “saíram do controle”. O homem já não usa a criação de acordo com as intenções do Criador, mas abusa e a maltrata pelas suas ambições egoístas de poder e ganho".

Cristo doa uma nova esperança

"Assim", ressalta Francisco no texto, "vieram ao mundo o sofrimento e a morte". Percebe-se "que há algo errado no homem e no mundo" e "que não podemos continuar como temos feito até agora. Há necessidade de conversão, de uma nova orientação eficaz".

Francisco escreve ainda que "a missão de Jesus foi precisamente em nome desta nova orientação do homem para Deus, e com ela também de uma renovação e cura da sua relação com os seus irmãos, com a criação e consigo mesmo".

“A paz que Cristo traz torna-se visível quando doa aos homens uma nova esperança, um futuro em tempos difíceis: aos marginalizados, aos doentes, aos que viviam no pecado. Cristo chamou a injustiça pelo nome e condenou as desigualdades.”

Doar uma nova dignidade às pessoas marginalizadas

No silêncio da Cruz silencia-se o ruído das armas e fala a linguagem da reconciliação, do perdão, do diálogo e da paz. A paz de Cristo nasce do amor e da devoção. Precisamente isto se manifesta no dia de Páscoa: o homem de paz tem futuro", ressalta.

Segundo o Pontífice, os cristãos são chamados a cumprir a missão de Jesus. "Como ele, também nós queremos doar uma nova dignidade às pessoas abandonadas e marginalizadas e fazê-las sentir que não estão sozinhas. Também queremos nos comprometer com o social e com a política, para que tenham melhores condições de vida e, sobretudo, dar voz a quem não é ouvido". "Sem justiça não pode haver paz.

“Não só na Europa, mas também em outras partes do mundo, os direitos humanos fundamentais parecem estar neste momento ameaçados: devido ao crescente antissemitismo, ao racismo e a outras ideologias que tendem para o extremismo e a violência, destaca o Papa.”

Katholikentag, lugar de encontro ecumênico e inter-religioso

Francisco recorda na mensagem que "as muitas crises morais, sociais, econômicas e políticas que vivemos estão todas interligadas". "A preocupação pela natureza, pela justiça para com os pobres, o compromisso com a sociedade, a proteção da vida e da família, a defesa da dignidade de cada vida humana, bem como a paz externa e interna andam de mãos dadas. Os problemas afetam a todos e só podem ser resolvidos em conjunto", escreve ele. De acordo com o Papa, "é necessário um amplo diálogo em todos os níveis da vida social, econômica e política" e "as várias ocasiões de debate dentro do Katholikentag com muitos altos representantes da vida social oferecem uma boa oportunidade neste sentido".

"Neste contexto, é muito bonito e significativo que o Katholikentag seja também um lugar de encontro ecumênico e de diálogo inter-religioso", ressalta ainda o Pontífice, pois "precisamos da colaboração de todas as pessoas de boa vontade que queiram construir um futuro pacífico".

A força da oração

O Papa recorda a força do testemunho comum dos cristãos, em 1989, com a queda do Muro de Berlim, "quando homens e mulheres de paz, com apenas uma vela nas mãos, desencadearam uma revolução pacífica". "Aqui em Erfurt, foram realizadas orações pela paz na Igreja de São Lourenço e na Igreja Evangélica dos Pregadores. Este milagre de mudança pacífica, iniciado por pessoas que rezam, nos mostra do que a oração é capaz. Que esta lembrança seja um incentivo para todos nós hoje", ressalta Francisco.

"O homem de paz tem futuro. Esta certeza é um alerta e um encorajamento para nós. Rezemos pela paz. Rezemos também uns pelos outros, para que a força do Espírito Santo nos encha de esperança e de alegria", conclui a mensagem.

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29 maio 2024, 16:06