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Logo ao entrar na Sala Paulo VI, o olhar atento do Santo Padre ao ícone mariano Logo ao entrar na Sala Paulo VI, o olhar atento do Santo Padre ao ícone mariano  (Vatican Media)

Diante de ícone mariano da Belarus, a oração do Papa pela paz

Na Audiência Geral, chamou a atenção o ícone mariano com inscrição em russo colocado à esquerda do palco da Sala Paulo VI. Ao final do tradicional encontro das quartas-feiras, foi o próprio Papa a revelar tratar-se de um ícone venerado na Belarus. Diante dele, em silêncio, rezou pela paz na Ucrânia.

Vatican News

Esta quarta-feira marca o 322° dia da guerra na Ucrânia. Como faz desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, também na Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco convidou a não esquecermos daquele martirizado país:

E não esqueçamos da martirizada Ucrânia, sempre em nosso coração; a este povo que passa por cruéis sofrimentos, expressemos nosso afeto, nossa proximidade e nossa oração.

E aos presentes na Sala Paulo VI e àqueles que acompanhavam pelos meios de comunicação, Francisco convidou a unirem-se a ele na oração silenciosa diante do ícone de Nossa Senhora do Povo, venerado na Belarus:

E agora passarei alguns momentos em silêncio diante do ícone conhecido como Nossa Senhora do Povo, venerado na Belarus, rezando por aquele querido país e pela paz. Convido-vos a unir-vos espiritualmente nesta minha oração.

A aparição do ícone

 

Diz a lenda que um ícone de Nossa Senhora apareceu no povoado de Žyrovici, em 1470, correspondente ao atual povoado do distrito de Slonim, região de Grodno, Belarus. Ao redor do povado existia um bosque onde, nas proximidade de uma nascente, alguns pastores perceberam uma luz que brilhava entre os ramos de uma pereira: era um ícone da Virgem com o Menino, muito pequeno, aliás o menor conhecido deste tipo iconográfico. Ele mede, de fato, 43x56 milímetros.

A imagem sagrada foi imediatamente retirada e entregue ao dono da floresta, Oleksandr Soltan, um nobre bielorrusso e tesoureiro da Corte do Grão-Ducado da Lituânia que não quis dar importância ao assunto e escondeu-o em casa. A história continua entre o ceticismo do nobre Soltan e o desaparecimento do ícone, com seu consequente reaparecimento milagroso. O nobre então mudou de ideia e decidiu construir primeiro uma pequena capela e depois uma grande igreja de madeira, que foi destruída em um incêndio um século mais tarde. No entanto, o ícone sagrado permaneceu intacto: foi encontrado por crianças vagando pela igreja destruída, nas mãos de uma bela mulher sentada em uma pedra, onde uma nova igreja foi posteriormente construída pelo neto de Soltan, Ivan. No decorrer dos séculos 16 e 17, somou-se um mosteiro à área da igreja.

Uma imagem venerada por dois povos

 

Há testemunhos de numerosos milagres acontecidos aos que se detiveram em oração diante deste ícone e depois à sua cópia, que é conservada em Roma na catedral greco-católica ucraniana dos Santos Sérgio e Baco. Mesmo em torno dessa imagem, a história e a lenda se adensam e são de difícil reconstrução.

O que fica, porém, e é importante, é que o doce rosto da Mãe ao lado do Filho e a mútua troca de olhares, ou seja, a Mãe Theotókos do tipo Eleousa, que significa ternura, pertence a uma iconografia muito venerado nos países do Leste, que por meio de Maria estão unidos no mesmo amor. E neste caso, a imagem de Nossa Senhora de Žyrovici é igualmente querida aos dois povos, da Belarus e da Ucrânia.

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11 janeiro 2023, 10:07