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Papa Francisco com a Conferência Episcopal do Cazaquistão, em 1 de março de 2019. Papa Francisco com a Conferência Episcopal do Cazaquistão, em 1 de março de 2019.  

Sinal de atenção às Igrejas das periferias: bem recebido anúncio de possível viagem do Papa ao Cazaquistão

Na segunda-feira, o Papa falou por videconferência com o presidente do Cazaquistão Kassym-Jomart Tokayev, oportunidade em que demonstrou seu desejo de participar do VII Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, a ser realizado na capital do país, Nur-Sultan, nos dias 14 e 15 de setembro de 2022.

“A notícia nos enche de alegria. Agradecemos ao presidente do Cazaquistão por ter convidado o Papa Francisco e esperamos realmente que a visita possa acontecer, 20 anos após a visita do Papa João Paulo II. Que o Papa venha entre nós é um grande sinal de atenção às Igrejas das periferias. Queremos apresentá-lo à beleza e vitalidade da comunidade católica em nosso país e na Ásia Central".

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Essa foi a reação de Dom José Luis Mumbiela Sierra, bispo da Santíssima Trindade em Almaty e presidente da Conferência Episcopal do Cazaquistão, ao tomar conhecimento de uma nota da Sala de Imprensa do presidente da República do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, que anunciou que – durante uma conversa por videoconferência com o Santo Padre na segunda-feira, 11 – soube de sua intenção de visitar o Cazaquistão em setembro próximo. A notícia foi confirmada pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

 

“Estamos muito felizes em receber o Papa entre nós. Seria um sopro de esperança e força”, declarou à Agência Fides Pe. Guido Trezzani, diretor da Caritas Cazaquistão.

Conforme declarado no comunicado presidencial, durante o encontro, que teve como objetivo o fortalecimento da cooperação entre o Cazaquistão e o Vaticano e a promoção do diálogo inter-religioso, o Santo Padre confirmou seu desejo de participar do VII Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, a ser realizado na capital do Cazaquistão, Nur-Sultan, nos dias 14 e 15 de setembro de 2022.

“Aguardo com impaciência este evento significativo em termos de promoção do diálogo inter-religioso, da unidade e da aproximação dos Estados, um aspecto extremamente importante nestes dias. Podemos observar o quanto seu país é heterogêneo e, ao mesmo tempo, unido. Esta é a base da estabilidade. Estamos satisfeitos que o Cazaquistão entenda isso. Podem contar com o meu apoio, agradeço os vossos esforços”, disse o Papa Francisco – como refere o texto do comunicado de imprensa – sublinhando a excepcional importância de manter valores de unidade e harmonia na atual conjuntura geopolítica.

Kassym-Jomart Tokayev - informa a nota enviada à Agência Fides - confirmou, por sua vez, o firme compromisso do Cazaquistão por um ulterior desenvolvimento da cooperação com a Santa Sé no campo do diálogo inter-religioso e do respeito mútuo, ilustrando então ao Papa a modelo cazaque de harmonia e unidade inter-religiosa e recontando a implementação das recentes reformas políticas e econômicas.

Papa com presidente do Senado do Cazaquistão, Sr. Maulen Ashimbayev (06/11/2021)
Papa com presidente do Senado do Cazaquistão, Sr. Maulen Ashimbayev (06/11/2021)

O convite ao Cazaquistão foi entregue ao Papa Francisco no último dia 6 de novembro, durante uma audiência com o presidente do Senado do Cazaquistão, Maulen Ashimbayev, no Vaticano. Na ocasião, o presidente do Senado agradeceu à Santa Sé o apoio à iniciativa já demonstrada em anos anteriores.

O Primeiro Congresso das Religiões Mundiais e Nacionais Tradicionais foi convocado pelo ex-presidente Nazarbayev em Astana (agora Nur-Sultan) nos dias 23 e 24 de setembro de 2003. Naquela ocasião, delegados enviados de 17 realidades e instituições religiosas e confessionais de todo o mundo reuniram-se com o objetivo de relançar os temas do diálogo e da liberdade religiosa a partir do coração da Ásia Central, região próxima ao epicentro dos conflitos étnico-religiosos que se seguiram ao 11 de setembro de 2001. Aquele Congresso, desde as declarações programáticas dos organizadores, teve como modelo o "Dia de Oração pela Paz" no mundo convocado em Assis por João Paulo II em 24 de janeiro de 2002, para reafirmar a contribuição das diversas tradições religiosas ao diálogo e à harmonia entre os povos e as nações.

*Com Agência Fides

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12 abril 2022, 14:25