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Etapa ecumênica em Atenas: cristãos e ortodoxos vivam novo Pentecostes

Venho como peregrino, disse o Papa à Sua Beatitude Ieronymos II, “com grande respeito e humildade, para renovar a comunhão apostólica e alimentar a caridade fraterna”.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

“Graça e paz (…) da parte de Deus”! Com as palavras do apóstolo Paulo, o Papa Francisco saudou Sua Beatitude Ieronymos II, arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, no Arcebispado Ortodoxo da capital.

Trata-se da máxima autoridade religiosa do país, considerando que o país é de maioria ortodoxa e os católicos constituem cerca de 10% da população.

Ouça a reportagem completa com a voz do Papa Francisco

Não é a primeira vez que Francisco e Ieronymos se reúnem na Grécia: cinco anos atrás, o encontro foi realizado na ilha de Lesbos e o motivo foi a “emergência de um dos maiores dramas do nosso tempo”, isto é, a migração.

Hoje, o encontro se realiza “para partilhar a alegria da fraternidade e contemplar o Mediterrâneo que nos circunda não só como lugar que preocupa e divide, mas também como mar que une”. Venho como peregrino, disse o Papa, “com grande respeito e humildade, para renovar a comunhão apostólica e alimentar a caridade fraterna”.

O pedido de perdão

Com os passar dos séculos, a comunhão foi envenenada pelo mundanismo e pela cizânia, foi murchada por ações e opções que pouco ou nada têm a ver com Jesus e com o Evangelho.

“A história tem o seu peso e, hoje, sinto a necessidade de renovar aqui o pedido de perdão a Deus e aos irmãos pelos erros cometidos por tantos católicos.”

Como símbolo desta comunhão a ser alimentada, o Pontífice propõe o azeite, fruto final da oliveira, que abunda em solo grego. O azeite, explicou o Papa, faz pensar no Espírito Santo, que deu à luz a Igreja. “Só Ele, com o seu esplendor sem ocaso, pode dissipar as trevas e iluminar os passos do nosso caminho.”

A exortação de Francisco é para não ter medo uns dos outros, mas ajudar-se mutuamente a adorar a Deus e a servir o próximo, sem fazer proselitismo e respeitando plenamente a liberdade alheia.

O anúncio na divisão?

Aliás, questiona o Papa, como se pode testemunhar ao mundo a concórdia do Evangelho se nós, cristãos, estivermos ainda separados? Como se pode anunciar o amor de Cristo que congrega os povos, se não estivermos unidos entre nós?

Por isso, o Espírito é também azeite de sabedoria: ungiu Cristo e deseja inspirar os cristãos. Francisco agradeceu e encorajou o trabalho de todas as comissões conjuntas que unem católicos e ortodoxos.

Por fim, o Espírito é ainda azeite de consolação, que impele os cristãos dos mais frágeis, sobretudo neste tempo de pandemia:

“Desenvolvamos, juntos, formas de cooperação na caridade, abramo-nos e colaboremos em questões de caráter ético e social para servir as pessoas do nosso tempo e levar-lhes a consolação do Evangelho.”

Mas uma vez, a exortação do Papa é para não se deixar paralisar pelas coisas negativas e os preconceitos de outrora, mas a olhar a realidade com olhos novos.

“Que o Espírito Se derrame sobre nós num novo Pentecostes”, concluiu Francisco.

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04 dezembro 2021, 15:58