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Francisco é o segundo Papa a ir à Bulgária após São João Paulo II, que a visitou em 2002 Francisco é o segundo Papa a ir à Bulgária após São João Paulo II, que a visitou em 2002 

Papa Francisco na Bulgária. Dom Proykov: os jovens são o futuro fé

Na Bulgária, contagem regressiva para a chegada do Papa Francisco, que de 5 a 7 de maio estará, primeiro, no país do sudeste da Europa e, depois, na Macedônia do Norte. Entrevista do Vatican News ao presidente da Conferência episcopal búlgara

Barbara Castelli, Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

“A Igreja na Bulgária espera há tempo a chegada do Papa Francisco e se preparou para este encontro com uma oração, recitada em todas as Igrejas do país.” O exarca apostólico para os católicos de rito bizantino-eslavo residentes na Bulgária e presidente da Conferência Episcopal da Bulgária, Dom Christo Proykov, explica em entrevista ao Vatican News que a oração se concentrou no lema da viagem apostólica do Papa Francisco à Bulgária: “Pacem in terris”.

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Os católicos – 1% da população – rezaram nas últimas semanas a fim de que o Pai Celeste transforme “os medos em esperança, as ofensas em perdão, para manter acesa a inextinguível chama da reconciliação”.

“[Deus da paz escutai a nossa súplica. Conduzi-nos na vossa paz. Ensinai-nos a viver na paz: a amar todos que encontramos em nosso caminho, a ouvir o grito deles, a partilhar suas alegrias. Transformai nossos medos em esperança, as ofensas em perdão, para manter acesa a inextinguível chama da reconciliação. Deus da paz, concedei paz às almas para mostrar com a nossa vida, que a paz é possível na terra. Amém. (Oração pela paz)]”

A fé viva dos jovens búlgaros

O prelado fala da fé dinâmica dos jovens na Bulgária e sobre como o país está se recuperando após os anos do regime comunista. “Após um período bastante difícil de ateísmo de certo modo feroz”, observa, “em que tivemos nossos mártires, que foram beatificados por João Paulo II, se registra uma ausência de educação espiritual, não nas gerações de hoje, mas na de seus pais”.

Desse modo, são as crianças que aproximam seus pais dos sacramentos, sobretudo do sacramento do matrimônio: trata-se de um verdadeiro “apostolado destes pequeninos que têm a peito aquilo que falta a seus pais”.

Dom Proykov recorda também ter sido, em 1971, o primeiro sacerdote ordenado após 19 anos e fala que a Igreja hoje envolve sempre mais jovens na evangelização, inclusive através da participação das Jornadas mundiais da juventude.

Segue a referida entrevista ao Vatican News:

Com qual espírito a Igreja na Bulgária está prestes a acolher o Papa Francisco?

Dom Proykov:- “Estamos esperando o Santo Padre novamente na Bulgária. Digamos ‘novamente’ porque em menos de 20 anos dois Papas visitam a terra búlgara. Isso se dá raramente numa vida humana. Eis o motivo porque todos estamos entusiasmados, sobretudo os jovens, aqueles que o acolherão e o verão pela primeira vez em suas vidas.”

Qual será, a seu ver, o coração da viagem apostólica? Há muitos eventos programados, todos significativos...

Dom Proykov:- “O Papa quer seguir as pegadas de João Paulo II. Sabemos que, no século passado, Dom Angelo Roncalli (que mais tarde se tornou o Papa João XXIII, ndr) foi durante dez anos delegado apostólico aqui na Bulgária. Ele gostava muito de viajar pela Bulgária e assim conheceu muito o nosso país, e sobretudo há uma bonita recordação que gostaria de contar. Ele amava muito a cidade que se encontra no Mar Negro, Msembria. Pediu ao Papa Pio XI que mudasse seu título de arcebispo de Areopoli para bispo de Msembria. A solicitação foi acolhida e ele, por toda uma vida como arcebispo, foi bispo de Msembria. Ademais, há um ícone, uma imagem de Nossa Senhora da qual era muito afeiçoado: fez uma cópia para ele e a teve sempre consigo, mesmo quando se tornou João XXIII. O Papa Roncalli escreveu uma Encíclica muito bonita ‘Pacem in terris’: foi o lema escolhido pelo Papa Francisco para sua viagem à Bulgária. O Santo Padre quer vir aqui para abençoar nosso povo, rezar com nosso povo, mas também lançar um apelo em favor da paz no mundo inteiro. Esperamos que esta oração possa chegar aos lugares onde falta a paz.”

Hoje, quais são os desafios para a Igreja na Bulgária?

Dom Proykov:- “Após um período bastante difícil de ateísmo de certo modo feroz – em que tivemos nossos mártires, que foram beatificados por João Paulo II –, se registra uma ausência de educação espiritual, não nas gerações de hoje, que graças a Deus podem aprender o catecismo, crescer na fé, mas em seus pais. É muito interessante o fato que quando as crianças começam a estudar a fé, quando entendem que o matrimônio é um sacramento, quando voltam para casa perguntam a seus pais: ‘Vocês se casaram na igreja?’. Após as mudanças algumas famílias vieram à igreja para se casar. O apostolado destes pequeninos que têm a peito aquilo que falta a seus pais é verdadeiramente muito forte.”

Durante a visita ‘ad Limina’ de fevereiro de 2014 o Papa Francisco encorajou os católicos búlgaros a ser missionários para preencher os vazios espirituais – disse – “deixados pelo passado regime ateu”. Quais são as prioridades pastorais dos senhores?

Dom Proykov:- “Durante o regime comunista, como todos os seminários foram fechados ou confiscados, houve pouquíssimas ordenações. Por exemplo, fui ordenado em 1971. Havia 19 anos que não se ordenava um sacerdote! Fui o primeiro depois de tanto tempo. Isso é uma lacuna. Eis o motivo porque trabalhamos sobretudo nessa direção: trabalhar muito com os jovens. Desde quando nos livramos do regime, portanto desde 1989, participamos de todas as JMJ e a participação dos jovens aumenta sempre mais. Isso é bonito. Estamos muito satisfeitos com o espírito dos jovens, porque eles vivem sua fé verdadeiramente.”

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03 maio 2019, 15:42