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Um residente local passa por uma cratera e um edifício residencial danificado após um recente bombardeio aéreo em Kupiansk, região de Kharkiv, em 18 de fevereiro de 2024. (Foto de SERGEY BOBOK/AFP) Um residente local passa por uma cratera e um edifício residencial danificado após um recente bombardeio aéreo em Kupiansk, região de Kharkiv, em 18 de fevereiro de 2024. (Foto de SERGEY BOBOK/AFP)  (AFP or licensors)

ACNUR: a esperança de voltar para casa diminui entre ucranianos deslocados

Atualmente, quase 6,5 milhões de refugiados ucranianos buscaram asilo em todo o mundo, enquanto cerca de 3,7 milhões de pessoas continuam deslocadas dentro do país.

Vatican News

A esperança de regressar a casa, mais cedo ou mais tarde, diminui entre os refugiados ucranianos e as pessoas deslocadas internamente, segundo revelado pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), com base em uma pesquisa realizada entre janeiro e fevereiro envolvendo 10 mil famílias ucranianas de refugiados, deslocados internos e repatriados.

De acordo com a pesquisa, a maior parte dos refugiados ucranianos e do deslocadas forçados (65% e 72%, respectivamente) sempre expressaram o desejo de regressar a casa. Atualmente, quase 6,5 milhões de refugiados ucranianos buscaram asilo em todo o mundo, enquanto cerca de 3,7 milhões de pessoas continuam deslocadas dentro do país.

A guerra, que entra no seu terceiro ano, regristra um aumento maciço dos ataques russos com mísseis e drones contra alvos civis e instalações energéticas, deixando milhares de casas sem serviços essenciais - o que inclui electricidade e aquecimento -, e outras tantas destruídas por bombardeamentos, o que faz aumentar a desilusão e desesperança,  fazendo com que mais pessoas expressem agora incerteza quanto ao regresso ao país agredido.

As pessoas deslocadas entrevistadas citaram a insegurança na Ucrânia como o principal factor que impede o regresso, enquanto outras preocupações incluem a falta de oportunidades econômicas e de habitação. Além disso, os refugiados dizem que continuam a enfrentar dificuldades nos países de acolhimento, especialmente no que diz respeito a oportunidades de emprego e estatuto legal.

Após dois anos de guerra em grande escala na Ucrânia, incluindo destruição massiva, bombardeamentos e ataques com mísseis em todo o país, destaca o ACNUR, as condições humanitárias continuam a ser terríveis na Ucrânia, onde cerca de 40% da população necessita de assistência e proteção humanitária.

A fuga de Avdiivka

 

A captura de Avdiivka pela Rússia, no leste da Ucrânia, alarmou as pessoas nas cidades próximas e muitos estão agora se deslocando para áreas mais seguras, depois de terem permanecido escondidos durante meses dos constantes bombardeios russos. A maioria dos que fogem são idosos que vêem a linha do front se aproximando cada vez mais. Em muitos casos, eles têm dificuldade em deslocar-se e recebem ajuda de uma instituição de caridade de evacuação chamada «East SOS».

Na cidade de Selydove, Maryna Batrak, agasalhada para se proteger do frio, é ajudada a descer as escadas e colocada em um microônibus que a espera no pátio para levá-la à estação de trem na cidade de Pokrovsk. As forças russas - conta ela à Reuters da cidade de Selydove - chegaram a Nevelske. Mais 20-30 km e pronto, eles vão nos destruir também. Você já viu como essas cidades foram varridas da face da terra?”, pergunta.

Para Valentyna Kitush, a queda de Avdiivka foi a gota d'água. “Os bombardeios se intensificaram - disse ela ao embarcar no microônibus -, estão bombardeando e destruindo tudo. Devo esperar que eles nos destruam? Eu decidi. Vou embora."

Em Kurakhove, outra cidade cada vez mais alvo de ataques russos, os moradores não têm ilusões sobre o que os espera: "A cidade é constantemente bombardeada. À medida que se aproximam, fica mais fácil atacar”, diz Volodymyr. "A cidade está facilmente ao seu alcance. A linha do front fica a 10 quilômetros de distância, ou mesmo a oito."

Medvedev ameaça que é possível que a "operação especial" chegue a Kiev

 

O vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, afirmou nesta quinta-feira, 22, que é possível que "para atingir os objetivos da operação especial na Ucrânia, a Rússia tenha de chegar até Kiev, se não agora, então dentro de algum tempo, talvez noutra fase do conflito". Na sua interpretação, Kiev é “uma cidade russa” de onde provém “uma ameaça internacional à existência da Rússia”. "Embora Kiev tenha raízes russas, é dirigida por uma brigada internacional de opositores à Rússia liderada pelos Estados Unidos da América. Todos aqueles que desempenham formalmente as suas funções são fantoches que não têm consciência, não têm medo do futuro do seu país, não têm oportunidades. Todas as decisões são tomadas no estrangeiro, na sede da OTAN. Isto é bastante óbvio. Portanto, sim, pode ser que cheguemos a Kiev”, explicou.

Até agora mais de 8.000 mísseis e 4.630 drones russos sobre a Ucrânia

 

A Rússia lançou mais de 8.000 mísseis e 4.630 drones contra alvos na Ucrânia desde o início da guerra em fevereiro de 2022, disse o porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuri Ignat, conforme relatado pelo The Guardian.

Anistia Internacional diz que Rússia deve responder por crimes cometidos na Ucrânia desde 2014

“Não pode haver justiça para a população ucraniana sem a responsabilização total por todos os crimes cometidos pela Rússia desde a sua intervenção militar em 2014." A afirmação foi dada pela Anistia Internacional na véspera do segundo aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Desde a ocupação da Crimeia em 2014, a Anistia Internacional recorda ter documentado «numerosas atrocidades, incluindo ataques direcionados contra civis e infraestruturas civis, desaparecimentos forçados, execuções extrajudiciais, tortura, privações ilegais de liberdade, transferências forçadas de civis e uso de violência contra prisioneiros de guerra». «Enquanto a guerra ainda está em curso, é necessário preservar o máximo possível de provas de cada atrocidade. Os responsáveis ​​por crimes do direito internacional devem ser responsabilizados por eles, independentemente do tempo que isso demore. Estes crimes não estão sujeitos ao prazo de prescrição”, afirmou Denis Krivosheev, vice-diretor para a Europa de Leste e Ásia Central da Anistia Internacional.

«No período entre 2014 e 2021 – afirma a Anistia – mais de 10.000 civis ucranianos perderam a vida ou ficaram feridos. Numerosas violações das leis da guerra já foram documentadas no primeiro ano do conflito."

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22 fevereiro 2024, 07:07