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Playground de prédio destrupido por ataque russo em Sviatohirsk, região de Donetsk. (Photo by AFP/Anatolii Stepanov) Playground de prédio destrupido por ataque russo em Sviatohirsk, região de Donetsk. (Photo by AFP/Anatolii Stepanov)  (AFP or licensors)

438 crianças mortas na Ucrânia em um ano de guerra

Um ano de guerra, 7,8 milhões de crianças do país foram privadas de 365 dias de jogos, memórias, educação e tempo com amigos e familiares.

Um ano após o início da guerra na Ucrânia, 438 crianças foram mortas e 854 feridas. Cerca de 3,4 milhões de crianças necessitam de assistência humanitária no país. 1,5 milhões de crianças correm o risco de depressão, ansiedade, TEPT e outras doenças mentais, mais de 5 milhões de crianças sofreram interrupções em sua educação, 2 em cada 3 crianças refugiadas ucranianas não estão matriculadas no sistema escolar do país anfitrião, mais de 1.000 instalações de saúde foram danificadas ou destruídas, assim como mais de 2.300 escolas primárias e secundárias.

Estes não são apenas números, diz um comunicado do UNICEF/Italia: as crianças ucranianas sofreram 365 dias de violência, trauma, perda, destruição e deslocamento desde o início da guerra em fevereiro de 2022. As 7,8 milhões de crianças do país foram privadas de 365 dias de jogos, memórias, educação e tempo com amigos e familiares.

 

Isso significa 365 dias em que as crianças passaram seus aniversários amontoadas em abrigos, em vez de em casa com seus entes queridos. 365 dias em que as crianças tiveram que se adaptar a uma vida em outros países, em vez de brincar com seus amigos no parque perto de suas casas. 365 dias em que as crianças conheceram seus colegas e professores através de uma tela, em vez de em uma sala de aula segura e aquecida. 365 dias em que as crianças esperavam que a vida logo 'voltasse ao normal'.

À medida que se aproxima da marca de um ano, as crianças ucranianas começaram a perceber que o mundo é instável, imprevisível e pode ser um lugar terrível. A perda de um senso básico de segurança tem um efeito catastrófico em seu aprendizado, desenvolvimento emocional e social.

Embora as crianças e famílias ucranianas tenham mostrado uma tremenda resiliência, as feridas psicológicas desta guerra podem, de fato, deixá-las marcadas para o resto de suas vidas. Um ano após o início da guerra, as crianças continuam a enfrentar o medo, a ansiedade e a dor associadas à perda de entes queridos, separação da família, deslocamento forçado de suas casas, isolamento e a completa reviravolta em suas vidas. As feridas mentais da guerra podem reverberar nas crianças até a idade adulta. Para evitar uma geração de crianças marcadas pela guerra, sua saúde mental e necessidades psicossociais devem ser priorizadas.

Situação que angustia também o Papa Francisco, que na entrevista ao Canal 5 da tevê italiana recorda que elas "esqueceram-se de rir... Muitas crianças vieram aqui, muitas da Ucrânia, não riem... São amáveis, sim, mas não não riem, elas perderam isso. Fui encontrar as crianças que estavam no Bambino Gesù ucranianas, feridas, ninguém (tinha) um sorriso”. Para o Santo Padre, “tirar o sorriso de uma criança significa... uma tragédia!”. E esta tragédia está marcando o nosso tempo.

Esta guerra também já privou os bebês ucranianos de um ano de suas vidas. Não podemos permitir que isso os prive de seu futuro também. As crianças ucranianas precisam de paz e devemos ajudá-las a se recuperar e reconstruir suas vidas”.

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22 fevereiro 2023, 10:11