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Passam de 3 mil as vítimas do terremoto na Turquia e Síria

Pelo menos 2.316 pessoas morreram na Turquia e mais de 11..000 ficaram feridas devido a um terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o centro do país. O presidente Tayyip Erdogan disse que foi o maior desastre do país desde 1939, acrescentando que 2.834 prédios desabaram em consequência do forte abalo sísmico. Já na Síria, o número de mortos subiu para cerca de 1.300 pessoas, onde os feridos são mais de 1.000.

Um forte terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria na madrugada desta segunda-feira, 6, provocando a destruição de centenas de prédios. Os mortos em um balanço ainda provisório são ao menos 3.600, os feridos 11.100. Acredita-se que centenas de pessoas ainda estejam presas sob os escombros, prevê-se que o número de vítimas aumente à medida que equipes de resgate vasculham montes de destroços em cidades e vilarejos da região. Em ambos os lados da fronteira, moradores acordados pelo terremoto antes do amanhecer correram para fora em uma noite de inverno fria, chuvosa e com neve, enquanto os prédios foram destruídos e fortes tremores secundários continuaram.

Quase 2.800 equipes de busca e resgate foram mobilizadas nas áreas atingidas pelo desastre. “Esperamos superar esse desastre juntos o mais rápido possível e com o mínimo de danos”, escreveu o presidente turco Recep Tayyip Erdogan no Twitter. Países de Taiwan à Rússia e à Alemanha se ofereceram para enviar ajuda, seja com suprimentos médicos, equipes de busca ou dinheiro.

Equipes de resgate e residentes em várias cidades procuraram por sobreviventes, trabalhando em emaranhados de metal e pilhas gigantes de concreto. Um hospital na Turquia desabou e pacientes, incluindo recém-nascidos, foram evacuados de instalações na Síria. Na cidade turca de Adana, um morador informou que três edifícios perto de sua casa desabaram. Mais a leste, em Diyarbakir, guindastes e equipes de resgate retiraram pessoas em macas de uma montanha de pisos de concreto que já foi um prédio de apartamentos.

O terremoto, sentido até no Cairo, foi teve seu epicentro ao norte de Gaziantep, capital da província turca (a cerca de 33 quilômetros de Gaziantep), a 18 quilômetros de profundidade. A Turquia está sobre duas falhas geológicas e é frequentemente abalada por terremotos. Cerca de 18.000 pessoas morreram em fortes terremotos que atingiram o noroeste da Turquia em 1999.

O forte tremor atingiu uma região marcada em ambos os lados da fronteira por mais de uma década de guerra civil na Síria. Do lado sírio, a faixa afetada é dividida entre o território controlado pelo governo e o último enclave controlado pela oposição do país, cercado por forças do governo apoiadas pela Rússia. A Turquia, por sua vez, abriga milhões de refugiados desse conflito. As regiões controladas pela oposição na Síria estão lotadas com cerca de 4 milhões de pessoas deslocadas de outras partes do país pelos combates. Muitos deles vivem em prédios já destruídos por bombardeios anteriores.

Centenas de famílias permanecem presas nos escombros, disse a organização de emergência da oposição, chamada Capacetes Brancos, em um comunicado. Instalações de saúde e hospitais sobrecarregados ficaram rapidamente cheios de feridos, disseram equipes de resgate. Outras tiveram de ser esvaziadas, incluindo uma maternidade, segundo a organização médica do SAMS.

O Serviço Geológico dos EUA mediu o terremoto de segunda-feira em 7,8. Pelo menos 20 tremores secundários se seguiram, algumas horas depois durante o dia, o mais forte medindo 6,6, disseram autoridades turcas. Prédios desabaram em uma ampla área que se estende desde as cidades de Aleppo e Hama, na Síria, até Diyarbakir, na Turquia, a mais de 330 quilômetros (200 milhas) a nordeste. Quase 900 edifícios foram destruídos nas províncias turcas de Gaziantep e Kahramanmaras, disse o vice-presidente Fuat Oktay. Um hospital desabou na cidade costeira mediterrânea de Iskanderoun, mas as vítimas não foram imediatamente conhecidas, disse ele. 

Na Turquia, as pessoas que tentavam deixar as regiões atingidas pelo terremoto causaram engarrafamentos, dificultando os esforços das equipes de emergência que tentavam chegar às áreas afetadas. As autoridades pediram aos residentes que não saiam para as estradas. Mesquitas em toda a região estão sendo abertas como abrigo para pessoas que não podem retornar às casas danificadas em meio a temperaturas que giram em torno de zero.

O terremoto praticamente destruiu o marco mais famoso de Gaziantep, seu histórico castelo, Patrimônio Mundial da Unesco, situado no topo de uma colina no centro da cidade. Partes das muralhas das fortalezas e torres ruíram e outras partes foram fortemente danificadas.

Em Diyarbakir, centenas de equipes de resgate e civis formaram filas em uma montanha de destroços, passando por pedaços de concreto quebrado, pertences domésticos e outros detritos enquanto procuravam por sobreviventes presos enquanto as escavadeiras escavavam os escombros abaixo.

No noroeste da Síria, o terremoto acrescentou novos problemas ao enclave controlado pela oposição centrado na província de Idlib, que está sob cerco há anos, com frequentes ataques aéreos russos e do governo. O território depende de um fluxo de ajuda da vizinha Turquia para tudo, de alimentos a suprimentos médicos. A Defesa Civil Síria da oposição descreveu a situação lá como “desastrosa”, acrescentando que prédios inteiros desabaram e pessoas estão presas sob os escombros. Na pequena cidade de Azmarin, controlada pelos rebeldes sírios, nas montanhas perto da fronteira com a Turquia, os corpos de várias crianças mortas, enroladas em cobertores, foram levados a um hospital.

O número de mortos na Síria, em balanço provisório, chegam a 810. Em Damasco, prédios tremeram e muitas pessoas saíram às ruas com medo. O terremoto foi sentido também no Líbano, fazendo edifícios balançarem por cerca de 40 segundos. Muitos moradores de Beirute deixaram suas casas e saíram às ruas ou dirigiram seus carros para longe dos prédios, aterrorizados com as lembranças da explosão do porto em 2020 que destruiu grande parte da cidade. 

*Com informações de AP/REUTERS

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06 fevereiro 2023, 11:44