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Migrantes a bordo de um barco da ONG Humanity1, pessoas com sinais de tortura Migrantes a bordo de um barco da ONG Humanity1, pessoas com sinais de tortura 

Relatório Migrantes, aumento recorde de refugiados no mundo

São 103 milhões, um número recorde sem precedentes. A Itália recebe menos do que outros países da União Europeia. Para o Cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana, o direito de asilo "deve ser garantido a todos". Pelo menos 1.800 mortos no Mediterrâneo

Alessandro Guarasci – Vatican News

Aumenta o número de refugiados no mundo. Atualmente são 103 milhões, um número recorde sem precedentes, igual a 1 em 77 habitantes, mais que o dobro do número de 10 anos atrás. São dados do Relatório 2022 sobre o Direito de Asilo da Fundação Migrantes, órgão pastoral da Conferência Episcopal Italiana, apresentado na terça-feira (13) na Universidade Gregoriana.

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A Itália acolhe menos do que a Alemanha e a Espanha

Em 2021, foram registrados na Itália mais de 45.000 pedidos de asilo, no mesmo período na Alemanha foram quase três vezes mais numerosos, ou seja, 148.200 pedidos. A França registrou 103.800, e a Espanha também fez mais, recebendo 62.000. No que diz respeito à incidência sobre a população, a Grécia já tinha uma carga múltipla com relação à Itália.

Mais de 4 milhões de refugiados ucranianos

A guerra na Ucrânia afetou os fluxos migratórios. Em 2022, a Europa provou que poderia acolher mais de 4,4 milhões de refugiados ucranianos com proteção temporária, sem perder nada em termos de segurança e bem-estar. Este ano, no entanto, a União Europeia "fez de tudo para deixar fora das próprias fronteiras poucas dezenas de milhares de pessoas necessitadas de proteção provenientes de outras rotas e de outros países", disse o Relatório.

Mortes no Mediterrâneo

As duas rotas mais percorridas pelos requerentes de asilo ou refugiados são a do Mediterrâneo e as rotas balcânicas. O Relatório Migrantes afirma que "no final de outubro de 2022, a estimativa (mínima) de refugiados e migrantes mortos e desaparecidos no Mediterrâneo é de pouco menos de 1.800". Mais uma vez, os que pagam o pedágio mais pesado são os que tentam a travessia central do Mediterrâneo, na rota para a Itália e Malta, onde foram contados 1.295 mortos e desaparecidos, em comparação com 172 no setor ocidental e 295 no setor oriental. Neste último, vários incidentes graves recentes já deram o número provisório de '22 quase três vezes o total para 2021 ('apenas' 111 mortos e desaparecidos). Em 2021, por outro lado, houve um aumento de vítimas em comparação com o ano anterior em todas as três áreas da rota, com um trágico +57% no Mediterrâneo central".

Cardeal Zuppi: garantir asilo a todos

Para o Cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana, o direito de asilo "deve ser garantido para todos". O cardeal salientou que "os dados nos ajudam a ver os problemas como eles são e não como nós os percebemos". O direito é para todos, sempre, a decisão de direitos não pode ser questionada pelo contingente. O direito de asilo deve ser garantido para todos. O limbo vem a um preço alto para todos. Se não agirmos, os enviamos para lugares desumanos".

Os direitos dos refugiados na UE são os mesmos para todos

O relatório Migrantes, diz o presidente da Conferência Episcopal Italiana, "ajuda a política a fazer escolhas, a dar indicações". Ajuda a fazer comparações, a entender o que está por trás de tudo. Isto também é importante. São 40 anos que o país vem abrindo suas portas; é uma questão de compreender a precariedade e que estamos diante de um direito enunciado que não é garantido. Dói ainda mais quando pensamos na Europa dos direitos, que deve ser sempre igual para todos. Os dados mostram que nem sempre houve uma aplicação uniforme em todos os lugares".

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14 dezembro 2022, 10:05