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Haiti, onde crise econômica e política e problemas de insegurança colocam a população a duras provações (ANSA) Haiti, onde crise econômica e política e problemas de insegurança colocam a população a duras provações (ANSA)

Haiti: Guterres pede tropas internacionais para combater a insegurança

Na nação caribenha, marcada por uma profunda crise econômica e política, agravam-se a violência das quadrilhas armadas e as já terríveis condições humanitárias, devido à falta de bens primários e de serviços de saúde. Esta situação corre o risco de ser exasperada por uma epidemia de cólera. O secretário-geral da ONU, preocupado com a situação no país, exortou os membros do Conselho de Segurança a considerarem o envio de forças armadas

Tiziana Campisi – Vatican News

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A solicitação de Antonio Guterres foi feita depois que o governo haitiano pediu ajuda para garantir a segurança do país. O Haiti é hoje a nação mais pobre das Américas e enfrenta uma grave crise política e econômica, o sistema de saúde é carente e a ordem pública entrou em colapso. O secretário-geral da ONU apresentou este domingo, 09 de outubro, uma carta ao Conselho de Segurança propondo a ativação imediata de uma força de ação rápida. Bandos e manifestantes estão paralisando o país e a força policial nacional precisa receber apoio. Para Guterres, o envio de tropas internacionais eliminaria a ameaça representada pelos bandos armadas e proporcionaria proteção imediata à infraestrutura e serviços críticos, bem como garantiria a livre circulação de água, combustível, alimentos e suprimentos médicos dos principais portos e aeroportos para as comunidades e instalações de saúde. O secretário-geral da ONU também disse estar seriamente preocupado com a situação no Haiti, onde as já terríveis condições humanitárias correm o risco de ser agravadas por uma epidemia de cólera. Várias pessoas já foram mortas e há mais de 150 casos suspeitos.

Possíveis ajudas da ONU

A carta de Guterres sugere que a força de ação rápida se retire gradualmente assim que a polícia haitiana recuperar o controle das infraestruturas, e aponta duas opções: que os Estados membros criem uma força-tarefa policial internacional para ajudar e aconselhar os agentes locais, ou que seja criada uma força especial para ajudar a combater as gangues. O apelo do governo haitiano para a "mobilização imediata de uma força armada especializada, em quantidade suficiente", para deter as "ações criminosas" de quadrilhas armadas, lê-se num documento publicado sexta-feira passada, foi feito quase um mês depois que uma das mais poderosas quadrilhas cercou um importante terminal de combustível em Porto Príncipe, impedindo a distribuição de cerca de 10 milhões de galões de diesel e gasolina e mais de 800 mil galões de querosene ali armazenados. Dezenas de milhares de manifestantes também bloquearam estradas na capital e em outras grandes cidades nas últimas semanas, impedindo o fluxo do tráfego, incluindo caminhões de água e ambulâncias, para protestar contra o aumento dos preços da gasolina, do diesel e do querosene. Postos de gasolina e escolas estão fechados, enquanto bancos e mercearias operam em horários restritos.

Alarme do Unicef

Na semana passada, o Unicef lançou o alarme em favor de mais de um milhão de crianças para as quais são temidas doenças mortais e desnutrição, e alertou que 75% dos principais hospitais não podem prestar serviços críticos devido à crise de combustível, insegurança e saques. Na semana passada, entrevistada pelo VaticanNews, Mariavittoria Rava, presidente da Fundação Francesca Rava NPH Italia Onlus, que trabalha no Haiti há cerca de 20 anos, disse que o país está vivendo o fracasso de todos os objetivos da Agenda 2030 da ONU, enfatizando que as crianças e as novas gerações estão sofrendo com os mecanismos distorcidos da gestão política e também com a falta de atenção da comunidade internacional, e que pouco e nada mudou desde o terremoto de 2010, apesar da ajuda internacional prometida. Muitos fundos nunca chegaram e a instabilidade política não permitiu que a ajuda recebida fosse bem aproveitada, explicou a presidente da organização sem fins lucrativos, também ressaltando que a violência está aumentando e que também é cada vez mais difícil para as organizações humanitárias trabalharem.

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10 outubro 2022, 12:00