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Doutorado honoris causa a Kiko Argüello e ao rabino David Rosen Doutorado honoris causa a Kiko Argüello e ao rabino David Rosen 

Doutorado honoris causa a Kiko Argüello e ao rabino David Rosen

A Universidade Francisco de Vitoria de Madri concedeu o reconheceimento ao iniciador do Caminho Neocatecumenal e ao Diretor Internacional de Assuntos Religiosos do Comitê Judaico Americano, pelo seu empenho no diálogo entre judeus e cristãos.

Debora Donnini – Vatican News

São as notas da Sinfonia "O Sofrimento dos Inocentes" a fazer perceber o significado mais profundo do Doutorado honoris causa pela sua grande contribuição ao diálogo judaico-católico, conferido nesta segunda-feira (25/10) ao Rabino David Rosen, Diretor Internacional de Assuntos Religiosos do Comitê Judaico Americano, e a Kiko Argüello, iniciador do Caminho Neocatecumenal juntamente com Carmen Hernández, que morreu há cinco anos e para quem, em julho passado, foi apresentado ao arcebispo de Madri o 'Supplex Libellus', o pedido de abertura da fase diocesana para a causa de beatificação e canonização. A composição, criada por Kiko em 2010, é na realidade dedicada ao drama vivido pelos judeus com a Shoah e à dor "inocente" da Mãe de Deus cujo coração foi trespassado por uma espada. É, portanto, em honra de todas as mães judias que viram os seus filhos barbaramente assassinados nos campos de concentração. E se as notas tocam o coração, as palavras expressam o significado mais profundo: partilhar o sofrimento e a história dos outros ao ponto de dar a própria vida, faz-nos experimentar o amor e com ele, portanto, a presença de Deus.

Doutorado honoris causa a Kiko Argüello e ao rabino David Rosen
Doutorado honoris causa a Kiko Argüello e ao rabino David Rosen

Uma amizade ao serviço do bem

O doutorado foi concedido pela Universidade Francisco de Vitória de Madri, uma universidade católica com mais de 8.000 estudantes, onde se realizou nesta segunda-feira uma cerimônia evocativa na presença do arcebispo de Madri, cardeal Carlos Osoro, e do cardeal Antonio María Rouco Varela, arcebispo emérito da mesma diocese. O reconhecimento acadêmico visa destacar o encontro entre duas personalidades, um judeu e um cristão, que acreditaram neste diálogo e colocaram a sua amizade ao serviço do bem e da beleza. Um doutorado que, diz Kiko, Carmen Hernández merece, mesmo que seja postumamente, porque com a sua experiência é a origem do grande amor que nasceu no Caminho em direção a Israel, com a redescoberta das raízes judaicas da fé cristã.

Carmen e a redescoberta das suas raízes judaicas

A atribuição do doutorado honoris causa marca uma etapa de um percurso de amizade que dura há décadas. Anos antes de conhecer Kiko e iniciar o Caminho, precisamente entre 1963 e 1964, Carmen fez uma peregrinação inesquecível à Terra Santa. Entre outras coisas, teve a oportunidade de ouvir Paulo VI em Nazaré durante a sua peregrinação. Desta vez, vivida nas pegadas da vida de Jesus, foi muito importante para redescobrir as raízes judaicas do cristianismo, compreendendo a ligação da história da salvação com a terra onde Deus se manifestou. Também central para Carmen foi o seu conhecimento do Concílio Vaticano II e neste sentido, em particular a constituição dogmática Dei Verbum e a declaração Nostra Aetate. Toda esta riqueza foi então concretamente transmitida na experiência do Caminho com a celebração semanal da Palavra de Deus.

Doutorado honoris causa a Kiko Argüello e ao rabino David Rosen
Doutorado honoris causa a Kiko Argüello e ao rabino David Rosen

O compromisso do rabino Rosen com o diálogo

Grande apreço pela sinfonia e pela profunda amizade que se desenvolveu com o Caminho Neocatecumenal é sublinhado pelo rabino Rosen que se refere ao percurso do Concílio Vaticano II, à experiência dos Papas, começando por João XXIII que desejou a realização do Concílio. Um caminho de reconciliação e aproximação do qual ele próprio fez parte. Em particular, recorda a sua participação na Comissão Bilateral da Santa Sé e do Estado de Israel para negociar as questões relevantes que levariam à assinatura do Acordo Fundamental entre as duas partes em 1993, estabelecendo relações diplomáticas plenas entre ambas. Depois veio a peregrinação histórica de João Paulo II à Terra Santa, no ano jubilar de 2000. Depois do encontro do Papa com o Rabino-Chefe, foi criada uma Comissão bilateral permanente de diálogo entre o Rabino-Chefe de Israel e a Santa Sé para promover o entendimento e a cooperação entre os dois, da qual o próprio Rosen foi então convidado a ser membro, estando por isso fortemente empenhado nas relações e no diálogo entre judeus e católicos.

No centro do seu discurso esteve a importância da declaração Nostra Aetate. E também, no seu 50º aniversário, o documento da Comissão Pontifícia para as Relações Religiosas com o Judaísmo: "Porque os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis". Um caminho de reconciliação que ainda precisa de ser totalmente aprofundado e assimilado, observa Rosen, sublinhando neste sentido o importante papel do Caminho Neocatecumenal também em relação à formação teológica no seminário Redemptoris Mater na Galileia.

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26 outubro 2021, 15:41