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Dois ataques em menos de 3 dias: na quinta-feira (foto), matando 2 pessoas, e no sábado, 65 vítimas fatais Dois ataques em menos de 3 dias: na quinta-feira (foto), matando 2 pessoas, e no sábado, 65 vítimas fatais 

Boko Haram: grupo provoca terror e mata milhares de civis há 10 anos, na Nigéria

No último sábado (27), foi registrado o atentado mais grave atribuído ao Boko Haram desde o início do ano no país: 65 pessoas foram mortas por combatentes fortemente armados, depois de uma cerimônia fúnebre em uma vila no nordeste da Nigéria. Ataques também são registrados em países de fronteira, como na República do Chade e Camarões.

Elvira Ragosta, Andressa Collet – Cidade do Vaticano

Ouça a reportagem com a entrevista especial

Os combatentes do Boko Haram têm intensificado os ataques contra civis e o exército nos últimos meses na Nigéria, saqueando comida e queimando casas.

Na quinta-feira passada (25), eles atacaram um campo de deslocados na periferia da capital regional de Maiduguri, matando duas pessoas e saqueando alimentos. No último sábado (27), porém, foi registrado o atentado mais grave atribuído ao grupo fundamentalista desde o início do ano: 65 pessoas foram mortas por homens fortemente armados, depois de uma cerimônia fúnebre em uma vila no nordeste do país, a 90 Km de Maiduguri.

O presidente do governo local, Muhammed Bulama, disse que o ataque de sábado foi uma represália à morte de 11 combatentes do grupo e à apreensão de 10 fuzis automáticos por moradores há duas semanas.

Dez anos de ataques

O grupo Boko Haram, que significa “a educação ocidental é pecado”, há 10 anos espalha morte e terror no nordeste da Nigéria. Nos últimos anos, os ataques foram registrados inclusive em países de fronteira, como na República do Chade e Camarões. Um rastro de terror que já provocou, segundo dados das Nações Unidas, a morte de cerca de 27 mil pessoas e obrigou 2,8 milhões de civis a abandonar as casas.

Um movimento sempre mais violento

Em entrevista ao Vatican News, Enrico Casal, da revista África dos Padres Brancos, afirmou que o Boko Haram tem ficado mais violento a cada ano:

“O grupo sofreu algumas divisões e tensões internas. Inicialmente, o seu objetivo eram grandes operações. Depois, diante das reações da polícia e das forças armadas, se concentrou nas operações sempre mais simples e direcionadas.”

Ao se referir à capacidade de reação das autoridades, sobretudo nas pequenas vilas, Enrico Casal acrescentou:

“Boko Haram tem uma modesta força militar e, por isso, a Nigéria e também os países de fronteira têm reagido para conter esse movimento islâmico fundamentalista. Muitas vilas têm começado a se organizar para evitar incursões e chantagens. Tendo dito isso, o Boko Haram ainda é muito forte, apesar de a Nigéria realmente empenhar muitos homens na luta contra esse movimento.”

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30 julho 2019, 11:19