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VESCOVI NICARAGUA: Cardenal brenes VESCOVI NICARAGUA: Cardenal brenes 

Nicarágua. Bispos suspendem a mediação no diálogo nacional

A Conferência Episcopal da Nicarágua suspendeu na quirta-feira (24/05) a mediação no diálogo nacional encaminhado entre o governo do presidente Daniel Ortega e os representantes de vários setores da sociedade.

Cidade do Vaticano

Interrompida a mediação dos bispos depois do não do governo a uma agenda comum. Os bispos tomaram esta decisão depois que os delegados do executivo recusaram a aprovação de uma agenda comum de reformas. “Foi impossível ir adiante com o diálogo nacional porque não conseguimos nem mesmo começar com a agenda pela democratização”. Escreveu no tuíte o bispo auxiliar de Manágua, Silvio José Báez Ortega, sobre os trabalhos de diálogo que se realizam no Seminário de Nossa Senhora de Fátima.

Não do governo à reforma da constituição e do poder legislativo

A tomada de posição dos bispos está relacionada à situação decisiva que chegou o Diálogo nacional. A quarta sessão do diálogo, com efeito, ficou bloqueada nos três primeiros pontos da agenda proposta pelo episcopado, ou seja, a reforma constitucional para eleições antecipadas, a reforma da lei sobre a organização do poder legislativo e o lançamento de novas reformas com a assistência de garantes externos como a União Europeia e a Organização dos Estados Americanos. Até então todos os participantes do diálogo tinham aceitado uma agenda de quinze pontos proposta pela Comissão Interamericana dos direitos humanos (CIDH) que visitara o país nos dias anteriores. A CIDH tinha solicitado no seu relatório, entre outros pontos, a criação de um mecanismo legal independente para investigar sobre as violações dos direitos humanos, e a dissolução dos grupos irregulares sandinistas que apoiaram as forças de ordem nas ações contra os manifestantes.

“Depois da suspensão do diálogo, as duas partes decidiram criar uma comissão mista, com três delegados do governo e três da sociedade civil, para tentar desbloquear a situação.”

Mediadores nicaraguenses

“É preciso confiar nos bispos, não queremos desiludir ninguém. Estamos fazendo o possível pelo amor de Jesus e da nossa pátria, a Nicarágua”, são as palavras de D. Báez Ortega alguns dias atrás em uma coletiva de imprensa. “A paz que estamos procurando não é a paz dos cemitérios, nem a dos escravos submetidos, é a paz que nasce das pessoas reconciliadas. Nós aceitamos ser mediadores do diálogo nacional para não convidar delegações estrangeiras ou internacionais”.

O Governo pede o fim das violências e dos protestos

Enquanto isso, o governo sublinhou que o programa do diálogo deve incluir como ponto essencial o fim dos protestos e das violências. O ministro do Exterior, Denis Moncada, declarou na quarta-feira (23/05) que “não aceitamos esta agenda, imposta unilateralmente” e que representa “um caminho que leva ao golpe de Estado”. Junto com outros representantes do governo, Moncada insistiu que o verdadeiro problema que o país enfrenta “são os blocos estradais e os protestos nas ruas”.

A Igreja denuncia ameaças de morte a bispos e sacerdotes

Na terça-feira (22/05) os bispos declararam em um comunicado: “Como mediadores e testemunhas no diálogo nacional, somos chamados a propor e promover todos os meios possíveis para obter a democratização tando desejada no país e , como consequência, é nosso sagrado dever a veradeira palavra que nos faz livres”. Na nota – assinada pelo secretário geral, Juan Abelardo Mata Guevara, bispo de Estelí – denuncia-se “o descrédito e as ameaças de morte ao qual estão sueitos os bispos e sacerdotes”, emparticular D. Báez Ortega. Portanto fala-se de “ataques do governo organizados através de jornalistas e meios de comunicação” inclusive nos social network como Facebook e Twitter.

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25 maio 2018, 11:09