Os primeiros templos da Igreja Católica no Brasil dedicados à São Nicolau
Por Édison Hüttner¹
O artigo apresenta a história dos dois primeiros templos dedicados a São Nicolau, no atual território brasileiro: a) A Redução de São Nicolau foi fundada dia 3 de maio de 1626, pelo Padre Roque González e Padre Miguel de Ampuero, da Província Jesuítica do Paraguai em território da Coroa da Espanha. Atualmente é denominada Paróquia de São Nicolau das Missões, no Município de São Nicolau – RS), pertencente à Diocese de Santo Ângelo; b) A Capela de São Nicolau de Suruí teve início em 1628, com a edificação de uma pequena ermida construída por Nicolau Baldim, dedicada a São Nicolau. Foi oficialmente fundada no dia 6 de novembro de 1628, como capela dedicada a São Nicolau, em território da Coroa de Portugal. Atualmente é denominada Paróquia São Nicolau de Suruí – RJ, no Município de Magé – RJ, pertencente à Diocese de Petrópolis – RJ. A devoção ao santo padroeiro perpassa pelo tempo. No jogo das circunstâncias e dos mapas, o santo estabelece sua força simbólica no local.
Introdução
Na América, o Tratado de Tordesilhas (1494) delimitou as fronteiras da colonização das Coroas Ibéricas (XVI-XVIII), limites que decidiram o local e a fundação de capelas com seus santos oragos que, com o tempo, fizeram proliferar paróquias, como a Paróquia São Nicolau do Suruí, em Magé, Rio de Janeiro, representação material de patrimônios nacionais e da tradição da fé da Igreja Católica. No decorrer da história de fé sul-americana, em meio a tratados, escravidão e guerras, novos mapas geográficos se configuraram, em que comunidades foram destruídas com seus templos e esculturas, e/ou emigraram para novas fronteiras, como foi o caso da Redução de São Nicolau. São as primeiras paróquias dedicadas a São Nicolau no Brasil, sendo essa, ao Sul, a primeira.
1. Paróquia São Nicolau de Suruí (1628)²
A Paróquia São Nicolau de Suruí – RJ pertence à Diocese de Petrópolis – RJ, está situada no Município de Magé – RJ. O atual pároco é o Padre Leonardo Tassinari Resende. A ocupação da região de Suruí teve início no séc. XVI com a sesmaria de Inácio de Bulhões (10/9/1565). Nesse mesmo ano, teve início a fundação da Paróquia de Suruí com uma capela dedicada à Nossa Senhora de Copacabana. Em 22 de outubro de 1614, Nicolau Baldim recebeu 1.500 braças de terras no rio Suruí. Anos mais tarde, no dia 6 de novembro de 1628, Baldim doou à igreja 200 braças de sua sesmaria, juntamente com a capela construída no sítio chamado Goia, com o orago do Suruí, São Nicolau, representado por estátua trazida de Portugal. A partir dessa data, foi concedido o direito de celebrar missas nessa capela.3 A história da Paróquia de São Nicolau de Suruí tem como fonte em sua página oficial: “Relatos do restaurador Sr. Luiz Álvaro Esteves”, Livro do Tombo da Paróquia de São Nicolau: “Foi nessas terras de Goia que no século XVII o mesmo proprietário erguera uma pequena ermida com paredes de pedra e cal para São Nicolau de quem era devoto, possivelmente pelos anos de 1628, ou melhor, em 6 de novembro de 1628.” 4
As referências históricas registradas no site da Paróquia São Nicolau do Suruí também são referenciadas em livros e periódicos científicos, como este em que escreveu Azeredo:
No ano de 1669, a capela de São Nicolau recebeu a pia batismal da Paróquia N. S. de Copacabana que contava com suas paredes em ruínas. Essa capela já existia como capela desde 1647 no Suruí. 6 A capela de São Nicolau, com o translado da pia batismal, passou a ser a segunda paróquia da freguesia. Conforme Fridman: “Entre 1634 e 1697, foram criadas 16 paróquias: [...] São Nicolau, orago de Suruí [...]. Nos portos de Suruí e de Guapimirim, os marinheiros e soldados eram protegidos por São Nicolau e Nossa Senhora da Ajuda.” 7
Fridman apresenta, ainda, uma tabela em que constam as Freguesias no Rio de Janeiro, no último quartel do século XVIII: São Nicolau de Suruí tem esta cronologia: Capela Curada (1628), Freguesia (1647) e Capela Colada (1755).8 No ano de 1709, a capela de São Nicolau foi reedificada por Felix de Proença Magalhães, que comprou a propriedade após a morte de Nicolau Baldim. A obra foi concluída em 13 de dezembro de 1710, construída na parte navegável do rio Suruí, passando a servir como Matriz. Em 1755, por alvará de 11/1/1755, a capela se torna Paróquia de São Nicolau do Suruí, cujo primeiro pároco foi José Rodrigues Ferreira, apresentado em 14/1/1756 e confirmado em 16/5/1757. O segundo padre foi Antonio Leite Ferreira, confirmado em 28/6/1765; depois vieram os Padres Manoel da Costa Mata, confirmado em 11/8/1784, e Antônio Gomes Barboza, confirmado em 27/9/1788. No ano seguinte, o quinto padre foi Joakim Valerio Lizardo Rego.9
Conforme registro da Paróquia São Nicolau de Suruí, em 1925, a Igreja de São Nicolau do Suruí passou por restauração e construção de sua fachada principal, graças à iniciativa de Frei Basílio Rower, historiador franciscano, que, ao visitar a paróquia naquele ano, observou a deplorável situação do prédio. Incentivada pelo Frei, toda a comunidade se uniu na empreitada, com saudosa lembrança do incansável Cel. Sérgio José do Amaral. Todavia, em 1979, um acontecimento fez esmorecer a esperança dos devotos.
A escultura de São Nicolau havia sido roubada de dentro da igreja. Enquanto as preces subiam aos céus, um devoto paroquiano encontrava a escultura num relicário no Bairro das Laranjeiras, na zonal sul da cidade do Rio de Janeiro. A polícia foi nas Laranjeiras e resgatou a escultura para a Paróquia em Magé. 11 Dez anos depois, no dia 17 de março de 1989, a Igreja de São Nicolau do Suruí foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do RJ como Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro.12 A primeira escultura de São Nicolau mencionada na história de Suruí foi trazida de Portugal por Nicolau Baldim, entre o período em que recebeu a sesmaria no Suruí (1614) e o ano de 1628. A escultura foi colocada em capela construída no sítio chamado Goia, servindo como orago, e para a celebração de missas. A atual escultura de São Nicolau, que se encontra tombada dentro da Igreja de São Nicolau do Suruí, poderia ser a mesma, trazida por Baldim, em 1628, pois não encontramos registros de outra escultura de São Nicolau, provinda da Bahia ou mesmo de Portugal.13
O único registro de uma escultura de São Nicolau trazida de Portugal no séc. XVII para o Rio de Janeiro (Suruí) é essa de Baldim. Todavia, a escultura de São Nicolau do Suruí, conforme o INEPC (Código de Ficha: 2110), passou por uma restauração. A partir da restauração, a escultura apresentou detalhes da arte sacra baseada nos cânones do rococó. Esse estilo de escultura surgiu a partir do séc. XVIII. Não significa que seja outra, pois muitas esculturas do período colonial passaram pelo mesmo processo de restauração e/ou encarnação da imagem, para renovar a imagem dos santos. Em outras palavras, a escultura de São Nicolau do Suruí, de Baldim, pode estar dentro da atual escultura restaurada.
Para saber se se trata da mesma escultura trazida por Baldim em 1628, será necessário realizar uma nova pesquisa acerca da e na escultura de São Nicolau do Suruí e uma tomografia computadorizada para ver os detalhes da parte interna da escultura (se é oca), pois, geralmente, no processo de restauração, é aplicado 1cm de gesso sobre a madeira. O Livro de Fábrica da Paróquia pode trazer o registro referente à data em que foi realizada a restauração, à empresa ou ao artesão contratado. Esses estudos podem valorizar cada vez mais a escultura de São Nicolau do Suruí, a representação material de sua história e de seus devotos.
2 Redução de São Nicolau (1626)
A Companhia de Jesus articulou um modelo de povoamento que marcou a história: as 30 Reduções. O termo redução foi utilizado pelos jesuítas para identificar sua missão com os índios, conforme a exigência de uma cédula real de Filipe II que determinava que os povos indígenas fossem reduzidos, porém os jesuítas preferiram determiná-las popularmente como doutrinas, paróquias, povos ou aldeamentos.14
As Reduções no Sul do continente sul-americano tiveram início com a instalação, em 1607, da Província Jesuítica do Paraguai em Assunção. Dois anos depois, era fundada a primeira Redução de San Ignacio Guazú (1609) no atual Paraguai. As Reduções formavam uma rede de povoados cujas ruínas se encontram no Sul do Paraguai, no Nordeste da Argentina, em parte do Uruguai e no Sul do Brasil (Noroeste do Rio Grande do Sul).15 De acordo com Barcelos, em 1732, essas Reduções chegaram a ter um total de 141.182 habitantes.16
São Nicolau foi a primeira das Sete Reduções no atual território do Rio Grande do Sul. A Redução administrada pelos jesuítas passou por momentos históricos marcantes:
a) Primeira fase: criação (1626 – 1637)
Nessa primeira fase, temos a Fundação de São Nicolau do Piratini. Piratini, porque se localizava perto do rio Piratini e afluente do rio Uruguai. Foi fundada no dia 3 de maio de 1626 pelos Padres Roque Gonzalez e Miguel de Ampuero (primeiro pároco). O santo escolhido foi São Nicolau. O arquiteto que construiu a igreja desse primeiro estabelecimento foi o Irmão Bartolomeu Cardenosa. Havia 280 famílias e 2.500 pessoas.17 Esse período durou 11 anos e foi de grande prosperidade e vivência de devoção.
b)Segunda fase: a fuga (1637 – 1651)
Em 1637, com a iminente invasão dos bandeirantes, o Padre Jesuíta Diego de Alfaro cruzou o rio Uruguai e se estabeleceu entre as Reduções de Conceição e Santa Maria Maior (hoje Argentina). O povo remanescente da Redução de São Nicolau esteve, pelo período de 14 anos, no espaço entre outras Reduções, em “campo aberto”, sem registro canônico de refundação ou nova fundação. Por não estar vinculada à outra Redução, manteve a identidade de seu padroeiro de devoção. As esculturas acompanhavam seus habitantes, seu povo. Atuaram com essa população os Padres: Tómas Brena e Adriano Crespo. A igreja foi construída entre 1647 e 1650). A população em 1644 era de 1.803 pessoas.18
c) Terceira fase: estabelecimento (1651 – 1687)
Em 1651, os remanescentes de São Nicolau se incorporaram à Redução de Apóstolos. No período de 36 anos, a população dessa redução vivenciava algo novo: o encontro de duas devoções: aos Apóstolos e a São Nicolau. Porém a devoção oficial era do santo padroeiro da Redução fundada, nesse caso: Apóstolos. Atuaram no período com essa população os Padres: Felipe Viveros e Diego de Salazar. A população em 1660 era de 3.684 pessoas.19
d) Última fase: o retorno (1687 - 1768)
O início dos “Sete Povos no Brasil”, segundo ciclo missioneiro. Conforme Mario Simon, nesse segundo São Nicolau, “notabilizou-se por agrupar índios artistas, os melhores das Missões. Longe de problemas de defesa, como ocorria em São Borja, podia desenvolver melhor seu povo nas artes e na religião”.20
A Redução de São Nicolau renasceu em 2 de fevereiro de 1687. Retornou para onde estavam as suas ruínas, na cidade do atual Município de São Nicolau, no estado gaúcho. Sua população maior nesse período foi de 5.380 pessoas em 1689. O último padre jesuíta que atuou em São Nicolau foi Domingos Antônio Perfetti. Conforme Rubert, “a Redução se achava muito bem traçada. Tinha ampla igreja, boa residência dos padres, hospital e casas dos índios, todas cobertas de telhas.21 Os padres jesuítas que atuaram nessa Redução foram: Anselmo de la Mata (1689) e Matías de Perca (1708) – este era o Cura em 1713. O Padre Juan Ramos também atuava nesse
período; Bernardo Nusdorfer e Pedro Alvear Bernardo Nusdorfer e Pedro Alvear (1724). (1732); Rafeal Genestar, Hilário Vázquez e Tomás Herle (1732). Adolfo Skal e Antonio Planes (1745); Carlos Tux, Ignacio Cierheim, Conrado Herber e José Geniz (1749); Domingos Perfetti e Felipe Arias – juntamente com o Irmão Wenceslao Horski (1765-1768). Padres que faleceram em São Nicolau: Pedro Antonio Forte (1670), Alonso Delgado (1688), Francisco Acevedo (1711), Tomás Rosa (1726) e Rafael Genestar (1745). 22
A Redução de São Nicolau teve que ser entregue à Coroa de Portugal, por determinação do Tratado de Madrid (1750). Esse tratado sancionou a troca da Colônia do Sacramento pelos Sete Povos.
De acordo com Chaves, os espanhóis rescindiram o Trado de Madrid, pois os portugueses renunciaram a sair da Colônia do Sacramento. Com o Tratado de El Pardo (1761) – os Jesuítas continuaram a atuar nos Sete Povos.24
3 Dos Sete Povos às Paróquias
A Redução de São Nicolau funcionou praticamente até 1768, quando os jesuítas foram expulsos dos territórios pertencentes à Coroa da Espanha. Sem os jesuítas, o modelo administrativo da Redução terminou. No lugar dos jesuítas, assumiram os dominicanos, responsáveis pela administração dos sacramentos e organização das atividades espirituais nos Povos de São Borja, São Nicolau, São Lourenço, São Miguel e Santo Ângelo. Em São Nicolau, atuaram 16 Curas dominicanos no período de (1769-1805). O primeiro sacerdote em São Nicolau foi o Frei Dominicano Pascoal Hernandez (1768-1771).25
Em 1801, os portugueses haviam começado a administrar os Sete Povos, pois iniciavam ocupação e demarcação do território no Sul do Brasil, graças ao Tratado de Badajoz (1801) que instituiu, finalmente, que os Sete Povos ficassem com Portugal e a Colônia do Sacramento com a Espanha. Nesse mesmo ano, as reduções jesuíticas que estavam sob a jurisdição do Bispo de Buenos Aires foram elevadas a Paróquias sob a jurisdição do Bispo do Rio de Janeiro.26
Conforme o Arcediago Zeferino, a Paróquia de São Nicolau foi criada por Resolução, de 24 de dezembro de 1801, mas “perdeu mais tarde esta categoria pelo abandono de seus habitantes, não havendo mais que ruínas de seu antigo estabelecimento”.27
Em 1810, o comandante militar das missões, Brigadeiro Francisco das Chagas, demarcou o território das missões, que, ao longo do tempo, viriam, na prática, a ser paróquias. Os Sete Povos tornaram-se paróquias definitivamente aprovadas no dia 8 de março de 1816 por Provisão do Vigário-Geral Antônio Vieira da Soledade, delegado por D. José Caetano da Silva Coutinho.
Os Sete Povos passaram a ser Paróquias, ficando sob a proteção da Vara Eclesiástica de Rio Pardo até 1811, quando, em 15 de fevereiro desse mesmo ano, passaram a ser administradas pela Vara Eclesiástica de São Luiz Gonzaga, capital dessas missões. O Vigário da Vara foi o Pe. Jose Paim Coelho de Souza, açoriano. De 1806 a 1822, quem presidiu como pároco de São Nicolau foi o Padre Felisberto Nepomuceno Prates (carmelita). 28 Depois dessa data, por um bom período, não houve párocos em São Nicolau. Escreve Rubert que, depois de Prates, “parece que só houve ainda um pároco, que foi o Padre Marcelino Lopes Falcão. Deve ter se retirado por volta de 1830”.29 Continua Rubert dizendo que outro incêndio havia destruído o templo por conta de uma vela acesa, levando ao desaparecimento da paróquia. Eram muito comuns, nessa época, incêndios ocasionados por velas acesas deixadas por descuido nos altares e aos pés dos santos.
Com o tempo, surge nova povoação, fazendo com que a província, pela Lei n. 1.287, de 4/5/1881, criasse um Curato no lugar. Porém, não tivera aprovação do bispo por falta de condições. Mais adiante, a Lei Provincial n. 1.741, de 24 de dezembro de 1888, lhe daria instituição canônica como Paróquia, “mas só em tempos recentes foi restaurada a paróquia nas ruínas do antigo Povo”.30
a) O padroeiro: São Nicolau
Os jesuítas celebravam o Natal com os índios nas Reduções. Disse Clovis Lugon: “No Natal, as reduções rivalizavam em esmero e generosidade para montar um presépio digno do Menino.” 31 Com grande pompa, festas e devoção, celebravam o Natal. Escreveu Muratóri: “Usavam fazer a confissão para todos, na preparação das festas do Natal [...] do Santo Padroeiro.” 32 Entre outras demonstrações de arte, existia uma especial: os caciques caçavam os pássaros mais lindos, não pelo prazer de matar. Continua Muratóri: “Esses pássaros são amarrados num pé, de modo que possam saltar de um ramo a outro, possam fazer pompa com suas cores.” 33 As Reduções eram fundadas com nome de santos católicos. O santo era o protetor, o padroeiro. Como escreveu Muratóri em sua obra Cristianismo feliz:
Hemetério José Velloso Silveira havia visitado as ruínas de São Nicolau em 1886. Silveira observou algumas imagens na capela, que ainda estavam no local:
O atual templo de São Nicolau, localizado ao lado das ruínas da antiga Redução de São Nicolau, foi elevado à Paróquia, conforme Ata n. 2, de 10/6/1979 que diz:
Em 2017, a escultura de São Nicolau foi devolvida ao Município de São Nicolau, de onde foi roubada, do interior do templo da igreja, na década de 60. Em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a escultura foi devolvida e festejada na Paróquia de São Miguel das Missões, no dia 22 de dezembro de 2017. A autorização para doação se deu através de solicitação da escultura de São Nicolau, por carta escrita (22/11/2017) pelo pároco Roque Andre Zaro (São Nicolau) ao Ir. Provincial da Província Marista Brasil Sul-Amazônica. O Irmão Inacio Etges autorizou, por carta, a doação em 6/12/2017.
A escultura do padroeiro vista por Silveira na capela de São Nicolau em 1886, apresenta as mesmas características da escultura de São Nicolau descoberta em Santa Maria (RS) em 2017: a vestimenta (hábito), o formato da madeira de cedro (não é oca) e estimativa da idade, 200 anos naquele período. É possível também que esta escultura de São Nicolau tenha passado por um processo de restauração, no qual a escultura era revestida de gesso e depois com folhas de ouro, um dos motivos que levava aos saques de esculturas missioneiras. As esculturas de santos eram raspadas por ladrões para tirar o ouro em seu corpo.
Considerações finais
Da Redução de São Nicolau (1626) à Paróquia de São Nicolau (1816), até os dias de hoje (2019), vislumbramos a importância do espaço abençoado com seu orago/padroeiro, cruzando a história com o ânimo de seus fiéis, como estrutura de redução, paróquia, curato, capela, paróquia novamente, indicando o endereço certo para a celebração da comunidade ao redor do altar.
As referências mais antigas de fundação do templo católico dedicado a São Nicolau, no período colonial ibérico, seguem esta cronologia: a) a Redução de São Nicolau foi fundada no dia 3 de maio de 1626, pelos Padres Roque Gonzales e Miguel de Ampuero (primeiro pároco); b) a Paróquia de São Nicolau de Suruí teve início em 1628 – com a edificação de uma pequena ermida construída por Nicolau Baldim, dedicada a São Nicolau. Foi oficialmente, neste mesmo ano de 1628, que a capela dedicada a São Nicolau teve autorização eclesiástica para ministrar culto público e celebração de sacramentos.
De acordo com este estudo, até que não surjam outras fontes verídicas, podemos confirmar que, em terras que hoje compreendem o território brasileiro:
1) a atual Paróquia de São Nicolau – RS, que teve origem na antiga Redução de São Nicolau de Piratini (1626), representa o primeiro templo erguido (fundado) da Igreja Católica, que tem como invocação de seu protetor/padroeiro, o Bispo de Mira: São Nicolau. Essa foi fundada no dia 3 de maio de 1626; e
2) a Paróquia de São Nicolau de Suruí, que teve início em 1628. É o segundo templo com o nome de seu padroeiro, o mesmo Bispo de Mira: São Nicolau. Essa foi fundada no dia 6 de novembro de 1628.
Assim sendo, temos, no Brasil, as primeiras paróquias irmãs do século XVII com a invocação de São Nicolau – o Bispo de Mira (Turquia), como: São Nicolau de Piratini, em 1626 – RS e São Nicolau de Suruí, em 1628 – RJ.
Aproxima-se o Natal, momento sublime para os devotos de São Nicolau, de tantas paróquias que levam o seu nome em todo o mundo: Bari, Piratini, Suruí. O fato de ser a primeira e a segunda fundações dedicadas ao santo em território brasileiro, é uma referência histórico-simbólica, para valorizar gerações de devotos ao redor de seu santo.
O São Nicolau gaúcho e o fluminense se manifestam como identidade de paróquias irmãs. Esse fato precisa ser celebrado no altar, pois, onde está o protetor santíssimo, aí está a súplica, estão as procissões, a construção de uma comunidade de fé, célula da tradição católica e de patrimônios nacionais. Seja qual for o mapa, o santo protetor determina o território. São Nicolau de Piratini e Suruí rogai pelo Brasil.
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1 Professor nos cursos de Graduação e no Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS. Coordena o grupo de pesquisa “Arte Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-Brasileira” (CNPq/PUCRS).
2 Conforme WIN, a palavra Surruuí, é um nome indígena que significa “marisco de água”. A freguesia, conforme Pizarro, ficou conhecida com o nome do rio: Suruí. O nome “Sorei” que se encontra no registro da sesmaria concedida a Inácio de Bulhões (10/9/1565), também: Sorohy, Soroy, Suruí – são corruptelas da palavra indígena. (WINZ, A. P. Notas históricas sobre Nossa Senhora de Copacabana, p. 87-220).
3 WINZ, A. P. Notas históricas sobre Nossa Senhora de Copacabana, p. 87-220.
4 Site oficial da Paróquia São Nicolau do Suruí. Disponível em: https://www.paroquiasaonicolaudesurui.com. br/sobre-nos/. Acesso em: 5 nov. 2019.
5 AZEREDO, C. C. Identidade e gênero na Freguesia de São Nicolau de Suruí (1739-1752), p. 14.6 ALONSO, J. I. Notas para a história de Magé, p. 45-74. Conforme Winz, a primeira referência sobre uma escultura de N. S. de Copacabana tem a referência na capela N. S. da Misericórdia, no Rio de Janeiro, onde estava entre os anos de 1637-1638. Esta não ficou muito tempo. Foi substituída por uma escultura de N. S. do Bonsucesso trazida, nesse mesmo ano, de Portugal pelo Padre Miguel da Costa. (WINZ, A. P. Notas históricas sobre Nossa Senhora de Copacabana, p. 118).
6 ALONSO, J. I. Notas para a história de Magé, p. 45-74. Conforme Winz, a primeira referência sobre uma escultura de N. S. de Copacabana tem a referência na capela N. S. da Misericórdia, no Rio de Janeiro, onde estava entre os anos de 1637-1638. Esta não ficou muito tempo. Foi substituída por uma escultura de N. S. do Bonsucesso trazida, nesse mesmo ano, de Portugal pelo Padre Miguel da Costa. (WINZ, A. P. Notas históricas sobre Nossa Senhora de Copacabana, p. 118).
7 FRIDMAN, F. Freguesias fluminenses ao final do Setecentos, p. 97, 104.
8 FRIDMAN, F. Freguesias fluminenses ao final do Setecentos, p. 106. 9 ARAÚJO, J. de S. A. P. Memórias históricas do Rio de Janeiro e das províncias anexas a ‘jurisdição do Vice-Rei do Estado do Brasil, dedicadas a El-Rei Nosso Senhor D. João VI, p. 68-75.
9 ARAÚJO, J. de S. A. P. Memórias históricas do Rio de Janeiro e das províncias anexas a ‘jurisdição do Vice-Rei do Estado do Brasil, dedicadas a El-Rei Nosso Senhor D. João VI, p. 68-75.
10 Foto de São Nicolau de Suruí enviada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural - Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro - SECEC/RJ, por meio de seu Departamento de Bens Móveis e Integrados – DBMI, (em 17/10/2019), solicitação de Edison Hüttner. A escultura, conforme Código de Ficha: 2110: é uma escultura religiosa do séc. XVII. Sem autoria ou origem de procedência. Com tombamento Estadual (RJ). Altura: 159,00 cm Largura: 60,00 cm Comprimento: 0,00 cm Diâmetro: 0,00 cm Profundidade: 45,00 cm. IN: Coleção: Arte Sacra Fluminense. Disponível em: file:///C:/Users/EHuttner/AppData/Local/Microsoft/Windows/INetCache/Content.Outlook/64VOB 8NB/2110%20São%20Nicolau%20do%20Suruí%20(003).pdf. Acessado em: 5 de nov. de 2019
11 Conferir o site oficial da Paróquia São Nicolau de Suruí. Disponível em: https://www.paroquiasaonicolaudesurui .com.br/sobre-nos/. Acesso em: 5 nov. 2019.
12 A Igreja de Suruí teve oficialmente seu tombamento pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, no processo: E-03/06.999/80. Disponível em: http://www.inepac.rj.gov.br/index.php/bens_tombados/detalhar/101. Acesso em: 5 nov. 2019.
13 No catálogo de registro da escultura de São Nicolau, realizado pelo Inepac – RJ – Bens Móveis e Integrados, código da ficha: 2110: consta registrado: época: XVII; autoria: não identificada; origem: não identificada; procedência: não identificada; modo de aquisição: não identificado. Geralmente essas esculturas antigas não têm registro escrito sobre a procedência, como bem descreve a ficha: 2110. In: Coleção: Arte Sacra Fluminense.
14 HÜTTNER, É; HÜTTNER, E A; MONGELOS, R. Helenismo sul-americano missioneiro: estudos sobre a Província Jesuítica do Paraguai (XVII-XVIII), p. 24.
15 De 1609 até 1706, foram fundadas 54 Reduções. Trinta prosperam. Hoje elas estão noutro contexto: 8 no Paraguai (Inácio Guaçu, Santo Itapuã, São Cosme, Santa Maria, Santiago, Jesus, Santa Rosa e Trindade); na Argentina (Loreto, Santo Inácio Mini, Conceição, Corpus, Santa Maria Maior, Candelária, Japeju, Santa Cruz, São Francisco Xavier, São Carlos, Apóstolos, São Tomé, Sant’Ana, São José, Mártires); sete no território do Brasil (São Borja, São Nicolau, São Miguel, São Luiz Gonzaga, São Lourenço, São João Batista e Santo Ângelo). (BRUXEL, A. Os Trinta Povos Guaranis, p. 28-31).
16 BARCELOS, A. H. F. Espaço & arqueologia nas missões jesuíticas: o caso de São João Batista, p. 99.
17 RUBERT, A. História da Igreja no Rio Grande do Sul: época colonial, p. 15. v. 1.
18 RUBERT, A. História da Igreja no Rio Grande do Sul: época colonial, p. 15. v. 1. 19 FURLONG, G. Misiones y sus Pueblos de Guaranies, p. 140. 20 SIMON, M. Os Sete Povos das Missões, p. 33-34. 21 RUBERT, A. História da Igreja no Rio Grande do Sul: época colonial, p. 23, v.1.
22 FURLONG, G. Misiones y sus Pueblos de Guaranies, p. 141. 23 TRATADO DE MADRID, artigo XVI. In: SOUSA, O. T. (Colecção documentos brasileiros, v. 19). 24 De acordo com Chaves, os espanhóis rescindiram o Trado de Madrid, pois os portugueses renunciaram a sair da Colônia do Sacramento. Com o Tratado de El Pardo (1761) – os Jesuítas continuaram a atuar nos Sete Povos. (CHAVES, O. R. América Portuguesa: do Tratado de Madrid ao Tratado de Santo Idelfonso, p. 223).
25 RUBERT, A. História da Igreja no Rio Grande do Sul: época colonial. p. 35. v. 1.
26 LOPES, V. Z. D. (Arcediago). (Comentário Eclesiástico do Rio Grande de São Pedro desde 1737- 1891, p. 1). Desde o Tratado de Tordesilhas (1494), o atual território do Rio Grande do Sul pertencia à jurisdição eclesiástica do Paraguai e depois à de Buenos Ayres.
27 LOPES, V. Z. D. (Arcediago), p. 128.
28 Conforme descrição da expedição de Saint’Hilaire quando passou nas ruínas da Redução de São Luiz (14/3/1821): “É o cura de São Nicolau que atende às necessidades religiosas da aldeia de S. Luís, [...]. Todavia ele apenas vem aqui para ministrar a comunhão pascal aos habitantes.” (SAINT’HILAIRE, A. de. Viagem ao Rio Grande do Sul, p. 147).
29 RUBERT, A. História da Igreja no Rio Grande do Sul: época colonial, p. 91.v. 2. Conforme O arcediago V. Z. D. Lopes, no ano de 1830, São Nicolau teve seu último padre, que foi o Padre Marcelino Lopes Falcão. (LOPES, V. Z. D. (Arcediago). Comentário eclesiástico do Rio Grande de São Pedro desde 1737-1891, p. 128).
30 RUBERT, A. História da Igreja no Rio Grande do Sul: época colonial. p. 91. v. 2. Em 1824 havia cinco Municípios no Rio Grande do Sul. E a Província das Missões (Sete Povos). O Município de São Luiz Gonzaga foi criado pela Lei n. 1.238, de 3/6/1880. De 1890 até 1940, São Nicolau ficou como Distrito desse Município. Fundação de Economia e Estatística. Da Província de São Pedro ao Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 1981, p. 34, 87, 91, 104 e 14. Disponível em: http://cdn.fee.tche.br/publicacoes/digitalizacao/de-provincia-ide-sao-pedro-a-estado-do-rs-vol-1- 1981. pdf. Acesso em: 5 nov. 2019.
31 LUGON, C. A República comunista cristã dos Guaranis (1610-1768), p. 331.
32 MURATÓRI, L. A. O cristianismo feliz nas missões jesuíticas do Paraguai, p. 103.
33 MURATÓRI, L. A. O cristianismo feliz nas missões jesuíticas do Paraguai, p. 114.
34MURATÓRI, L. A. O cristianismo feliz nas missões jesuíticas do Paraguai, p. 117. Segundo Fleck: “A preparação para as festividades e procissões e os rituais de purificação merecem a atenção também nos relatos dos missionários [...] com a intenção de dar conta da firme conversão dos indígenas e a total integração às práticas religiosas. [...] A Igreja (templo) constitui-se, portanto, em elemento fundamental do projeto ibérico.” (FLECK, E. C. D. O modelo jesuítico de Igreja nas Reduções Jesuíticas, p. 109).
35 SILVEIRA, H. J. V. As missões orientaes e seus antigos domínios, p. 300. 36 LIVRO TOMBO da Paróquia de São Nicolau das Missões. Termo de Abertura (10/04/1979), p. 1-2.
37 Escultura Missioneira de Madeira. Séc. XVII-XVIII. Altura: 95cm. Largura: 38cm. Peso: 20, 200 gr. A escultura foi descoberta e identificada por Édison Hüttner, coordenador do Grupo de Pesquisa de Arte Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-Brasileira (CNPQ/PUCRS) Cf. HÜTTNER, Edison. Estágio PósDoutoral – 2016-2018. In: RELATÓRIO XVIII. S. Nicolau Missioneiro, p. 53.
Referências
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Endereços eletrônicos
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