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Vigília pela paz na Basílica de São Pedro com os bispos italianos Vigília pela paz na Basílica de São Pedro com os bispos italianos 

Pizzaballa de Gaza: a comunidade está muito afetada, mas unida e forte

Na vigília de oração pela paz promovida pelos bispos italianos no Vaticano, por ocasião da Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana, a mensagem em vídeo do Patriarca de Jerusalém agradecendo a proximidade. O Cardeal Zuppi, que visitará a Terra Santa em junho, observa que “o mal usa a cumplicidade de muitos”. Ele reitera que a Igreja é mãe: “a doce insistência da oração com Maria nos torna insistentes em buscar o caminho da paz para reconstruir a família humana”.

Antonella Palermo – Vatican News

É uma intensa vigília pela paz no Vaticano que marcou nesta segunda-feira (20/05) a véspera do início dos trabalhos da 79ª assembleia geral dos bispos italianos. O coração está especialmente próximo do destino da Terra Santa, de onde chega uma mensagem em vídeo do Cardeal Pierbattista Pizzaballa, que visitou a pequena e atribulada comunidade de Gaza desde a última quinta-feira.

Pizzaballa: a comunidade de Gaza está afetada, mas unida e forte

Nas palavras do patriarca de Jerusalém, que gravou o vídeo no escritório do pároco, o agradecimento à Conferência Episcopal Italiana pela proximidade com a pequena comunidade que ele diz ter encontrado “muito atingida, até mesmo concretamente, com vários mortos, mas muito unida e muito forte”. O cardeal está encontrando “muita dor e sofrimento, mas não raiva ou rancor”. Ele especifica que “em certos momentos não se pode resolver os problemas, mas é preciso estar presente. Estar ali e dizer estamos aqui”. Pizzaballa assegura: “Estamos fazendo tudo o que podemos para tentar ajudar a todos, para sair dessa situação, para que esse círculo vicioso de violência possa ser quebrado o mais rápido possível”. Agradecimentos especiais são expressos ao cardeal Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), por sua decisão de viajar à Terra Santa em junho: “obrigado por nos ajudar a viver bem, tanto quanto possível, como cristãos, como crentes, mas enraizados na terra e na vida do povo, neste momento tão difícil”. E, finalmente, o convite para rezar: “Rezem por nós e continuaremos, na medida do possível, apesar de tudo, nesta circunstância, a rezar e agradecer a vocês”.

A procissão em oração em direção à Basílica do Vaticano
A procissão em oração em direção à Basílica do Vaticano

Zuppi: Maria nos ajude a ser testemunhas e artesãos da paz

A procissão dos prelados, juntamente com religiosas e um grupo de leigos, homens e mulheres, começou na entrada do Santo Ofício com a admoestação de Zuppi: “neste tempo marcado por discórdias e conflitos, nós nos tornamos peregrinos da paz, para confiar à Virgem Mãe o apelo à reconciliação entre os povos que se eleva de toda a humanidade. Invocamos sua intercessão materna para que nos ajude a sermos sempre testemunhas e artesãos da paz”. A súplica a Maria é expressa em cantos, ladainhas e orações. A procissão passa pela Sala Paulo VI, sob o arco dos sinos, e depois entra na Praça de São Pedro. A entrada na basílica é marcada pelo som do órgão, tão solene, tão sincero. “Mãe, nossa confiança” é o canto que ressoa com força.

Eles pedem conforto, apoio e orientação em uma época sombria. Do altar da cátedra, o cardeal Zuppi se dirige ao Pai; no túmulo de Pedro, se eleva o clamor pela paz que une os prelados ao Papa Francisco: no centro está o desejo de fraternidade. “Sentimos o peso dos horrores da guerra, a escuridão da divisão e as campanhas de ódio que dilaceram a convivência entre os povos em tantas regiões do mundo”. A preciosa intercessão da Virgem é invocada, “para que, livres de toda discórdia e violência, possamos desfrutar de sua paz”. A leitura da passagem da visita do anjo Gabriel a Maria, no relato do apóstolo Lucas, inicia a recitação do Rosário meditado. Os Mistérios da Alegria são pontuados por cada um com os terços que vêm da Terra Santa, fruto de um trabalho artesanal que corre o risco de se extinguir com o acirramento da guerra.

A Igreja é uma mãe. Shalom, paz, salam!

Nas palavras que o líder dos bispos pronuncia no final da oração, a repetição continua: 'a Igreja é uma mãe.  Como tal, ela não pode se render à terrível lógica do mal. “A Igreja é uma mãe que carrega em seu coração o sofrimento indescritível de tantas mães que desejam ser consoladas. A Igreja é uma mãe que nos carrega sob cada cruz levantada pela loucura do homem. Ver essa Mãe chorando, estar com Ela nos ajuda a chorar e a ver bem a dor para que ela se torne invocação", diz o cardeal Zuppi. Ele acrescenta: “Maria sabe que a esperança tem um preço”; e observa como o mal “usa a cumplicidade de tantos e a inércia de tantos que pensam que sempre têm tempo”. Maria vê o sofrimento de tantas crianças e nos mostra que os pequeninos, dia e noite, clamam por paz. “A doce insistência da oração com Maria”, conclui Zuppi, “nos torna insistentes em buscar o caminho da paz para reconstruir a família humana”. Cita o que o Papa disse em Verona no último sábado: ninguém existe sem os outros. Ele invocou o Paráclito para consolar, iluminar e nos torne fortes para reconstruir a fraternidade que o mal tenta dividir. A vigília termina com toda a assembleia invocando a paz também em hebraico e árabe. “Guerra nunca mais!” ressoa na Basílica. “Senhor, desarme a língua e as mãos, renove os corações e as mentes, para que a palavra que nos une seja sempre irmão, e o estilo de nossas vidas se torne: shalom, paz, salam! Amém”.

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21 maio 2024, 10:15