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Religiosa indiana Religiosa indiana  (REUTERS)

Índia: vandalizada Igreja São Gonçalo Garcia

Ato de vandalismo contra a paróquia de São Gonçalo Garcia. Enquanto a polícia fazia as vistorias, os fiéisse reuniam do lado de fora dos portões para rezar. Arcebispo Felix Machado: "Peço a todos que mantenham a harmonia no bairro e rezem pela paz na sociedade indiana".

Poucos dias antes da festa da Independência - que na Índia é comemorado em 15 de agosto - atos de vandalismo atingiram a Igreja de São Gonçalo Garcia em Vasai, no Estado de Maharashtra. No final da tarde de sexta-feira, 11 de agosto, ao entrar na igreja, o pároco Pe. Pedro Almeida deparou-se com um cenário desolador: obra de arte sobre o altar destruída, uma estátua de Nossa Senhora jogada ao chão e danificada, a cátedra e a pia batismal deslocadas, livros espalhados pelo chão.

“Fizemos denúncia na delegacia de Vasai – declarou o Pe. Almeida à AsiaNews - que imediatamente enciou policiais. Como nos pediram para não tocar em nada, cancelei a Missa da noite de sexta-feira e enviei uma mensagem aos fiéis. Nosso povo, porém, se reuniu do lado de fora dos portões, começou a rezar e muitos estavam chorando. Tudo foi então arrumado e limpo e as celebrações puderam ser retomadas no sábado”.

O arcebispo de Vasai Mons. Félix Machado emitiu nota oficial condenando o episódio. “Estou ciente - escreve - da ferida causada aos sentimentos religiosos dos fiéis católicos da paróquia e da Diocese de Vasai. Tenho estado em contato com o Comissário da Polícia e posso assegurar-lhe - acrescenta - que sob a sua competente orientação o departamento de polícia está totalmente envolvido nas investigações; Exorto-vos a manter a paz e a harmonia no nosso bairro e também a abster-vos de suspeitar ou culpar alguém em particular, de espalhar boatos nas redes sociais ou de fazer declarações infundadas em público. Acima de tudo, imploro que rezem pela harmonia e pela paz na sociedade”.

Quem foi São Gonçalo Garcia

 

Gonçalo Garcia nasceu em Bazain (Índia Oriental) de pai português e mãe indiana. Fez seus estudos no Colégio dos jesuítas de sua cidade e aos vinte e cinco anos mudou-se para o Japão, na intenção de dedicar-se ao comércio.

Chegando ali, mudou de ideia, tornando-se catequista, para ajudar os padres jesuítas, serviço esse que prestou durante dez anos, no qual houve muitas conversões. Em seguida viajou para as Filipinas e ali motivado pela vida pobre e penitente dos franciscanos, pediu para ser aceito na Ordem dos Frades Menores como irmão religioso.

Neste mesmo lugar foi designado para ser o companheiro e intérprete do Comissário São Pedro Batista, quando este viajou para o Japão. Os cristãos que haviam conhecido Gonçalo antes de ingressar na Ordem, o acolheram com muita alegria o que facilitou seu trabalho nas diversas obras missionárias.

Um decreto de prisão contra os franciscanos, expedido pelo Imperador Taicosama na noite de 8 de dezembro de 1596, abriu também para Gonçalo o caminho do martírio. Detido com seus co-irmãos e levado a Meaco, cortaram-lhe a orelha esquerda, e em seguida, colocado em um carro junto com seus companheiros percorreu toda a cidade e várias regiões até chegar a Nagasaki. Ali, na colina dos mártires, foi crucificado, tendo suas costas transpassadas por duas lanças cruzadas, que atingiram seu coração. Tinha então, 40 anos de idade.

* Com Asianews e “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

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14 agosto 2023, 09:22