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Família: fonte de vocações

Neste mês vocacional destinado a celebrar a Igreja como uma nascente viva e sementeira dos chamados a servir a Deus, aos irmãos e a própria Criação, consideramos a alegria e dádiva de ter e ser uma família.

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo diocesano de Campos (RJ)

A família será sempre o primeiro espaço de escutar e despertar a voçação humana. Inicia certamente com o chamado a viver, a cuidar e cultivar a pessoa humana, como berço e Santuário da vida, descoberta sempre como dom precioso e Sagrado.

Onde aprendemos como afirma o Papa Francisco na Laudato Si nº213: “cultivam-se os primeiros hábitos de amor e cuidado da vida, o uso correto das coisas, a ordem e a limpeza, o respeito ao ecossistema local e a proteção de todas as criaturas”. Na família assimilamos espontaneamente o pedir licença sem servilismo, a dizer obrigado como expressão de uma sentida e ponderada avaliação das coisas que recebemos, a dominar a agressividade ou a ganância e a pedir desculpa quando erramos e fazemos o mal para alguém.

São João Paulo II ensinava que a família era a origem e genealogia da pessoa, onde se conjugava o processo de tornar-se pessoa em todos os tempos e modalidades. Lugar do aprendizado dos vínculos fundamentais e axiais da pessoa humana: paternidade e maternidade, filiação, fraternidade e nupcialidade para novamente reiniciar o ciclo da vida.

Constitui o recurso e o valor agregado mais estimado e insubstituível para o Estado e a sociedade. Sendo por sua vez a primeira e pequena Igreja, comunidade do lar, onde se transmitem e crescem a fé, esperança e a caridade.

Revela-se como a escola da mais rica e profunda humanidade, visando a formar cidadãos justos, compassivos e servidores empenhados com o bem comum, com um sentido apurado e generoso de pátria. Rui Barbosa aprofundando um conceito aristotélico de política afirmava : “ o que são a pátria e a sociedade senão a família amplificada”.

Na verdade com as luzes e também as sombras a família é o único lugar em que somos amados e tratados pelo que somos, não pelo dinheiro que temos, a beleza que detentamos, a simpatia ou performance afetiva, e tudo que possa ter brilho, poder ou ser contado.

Não, na família, seremos sempre alguém muito amado, que faz parte para sempre do grupo, ao que pertencemos não pelos resultados, mas porque existimos e por isso com gratuidade seremos sempre aceitos. A única instituição desenhada e querida por Deus desde o princípio, que no seu mistério é como uma família de pessoas que se amam eternamente. Deus seja louvado!

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21 agosto 2023, 13:49