Brasil recebeu XIII Congresso dos Institutos Seculares

Institutos Seculares - São Paulo

O XIII Congresso dos Institutos Seculares da América-Latina e Caribe (CISAL), foi realizado entre os dias 01 e 06 de agosto, no Instituto Pio XI, na capital Paulista, no Brasil. O evento reuniu cerca de 120 consagrados seculares vindos de 15 países da América e da Europa para refletir sobre a “Mística e Profecia na Secularidade”, tema do encontro que foi iluminado pelo lema: “O que ouvi Dele é o que eu falo ao mundo” Jo 8, 26.

Durante os seis dias de congresso, os membros dos institutos seculares refletiram sobre vários temas tendo como foco principal pensar a realidade e a presença dos consagrados seculares na América-Latina e Caribe, a importância da fidelidade à sua consagração e o seu compromisso com o anúncio do Evangelho, como lembrou Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, o Cardeal Dom João Braz de Aviz, na sua mensagem por ocasião do Congresso: “A citação bíblica que escolheram para este Congresso: “O que ouvi Dele é o que eu falo ao mundo” (Jo. 8,26) ilumina com todo o seu esplendor as palavras eloquentes do lema. Convido-os a deixá-las ressoar em seu coração e aceitar o convite que o Senhor faz por meio delas. São três verbos que indicam o caminho e estão muito bem entrelaçados com a essência da vocação a que o Senhor os chamou: Escutar/mística (o que Dele ouvi), anunciar/profetizar (é o que digo), mundo/laicidade (no mundo)”, escreveu.

Brasil recebe XIII Congresso dos Institutos Seculares

Dom Jaime Spengler – Arcebispo de Porto Alegre, presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino-Americano, lembrou aos participantes, como também a todos os consagrados espalhados pelo Brasil e a América-Latina e Caribe que, inseridos no mundo, devem ajudar a sociedade a ter dias melhores, sendo eles o fermento que faz a massa crescer e a luz que ilumina as sombras e as dúvidas. “Consagrados, consagradas, inseridos no mundo buscando construir, na sociedade, dias melhores para todos. Como? sendo fermento, sal e luz nos diversos ambientes da sociedade”, exortou. Ainda, fez voto de que o encontro fosse frutuoso e ajudasse os Institutos Seculares a acenderem e alimentar mais vocações. “Faço votos que o encontro possa ser frutuoso para todos e que o Congresso possa realmente acender e alimentar e suscitar sempre mais vocações à consagração nos institutos seculares presentes entre nós”, concluiu.

Fazendo recordação das palavras do Papa Francisco dirigidas aos membros dos institutos seculares, “A Igreja não é um laboratório para se tranquilizar e descansar. A Igreja é uma missão. Somente juntos podemos caminhar como povo de Deus, como pessoas que buscam o sentido junto com os homens e mulheres do nosso tempo, guardiões da alegria, de uma misericórdia feita carne em nossa vida. Esse percurso exige banir costumes que não dizem mais nada a ninguém, romper esquemas que impedem o anúncio, sugerindo palavras encarnadas, capazes de alcançar a vida das pessoas porque são nutridas da vida delas e não de ideias abstratas. Ninguém dá testemunho com ideias abstratas. Ou você evangeliza com sua vida, e este é o testemunho, ou você é incapaz de evangelizar”, Dom Ricardo Hoepers – Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário Geral da CNBB, assegurou à presidente da Conferência dos Institutos Seculares do Brasil (CNISB), Moema Muricy e, através dela, a todos os consagrados seculares presentes no congresso suas preces pelo bom êxito do congresso e renovou os laços de comunhão e serviço que nos unem em Cristo Jesus.

Brasil recebe XIII Congresso dos Institutos Seculares

O evento trouxe para os consagrados seculares um ar de esperança e vontade de lutar para que os Institutos Seculares sejam cada vez mais conhecidos e presentes da vida da Igreja.

Nessa linha, afirmou a presidente da CNISB que, independente do sofrimento em que estivermos, se agarrar na oração e entregar nossa vida, planos e sonhos a Deus, nos faz compreender os sinais do amor d’Ele por nós. Nesse sentido, é preciso deixar-se guiar e orientado pelo Espírito Santo através do amor de Deus por nós. “Temos que fazer a experiência Mística de Deus. Nós temos que ser contemplativos, é olhar para a natureza glorificar ao Senhor. É olhar para aquela plantinha que nasce teimosa, por cima do cimento, na calçada”, disse.

Na Missa de Abertura do Congresso, presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzar, Bispo Auxiliar de São Paulo e Presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, o bispo destacou a importância da consagração e da busca do caminho para a santidade. Na sua homilia, Dom Ângelo convidou cada consagrado a estar em constante comunhão e oração, lembrando que, mesmo nos dias mais difíceis, é preciso abraçar-se com o Pai, e nele, estar em comunhão com os irmãos, pois, o “Senhor, caminha conosco”. Outro ponto trazido para a reflexão, pelo bispo auxiliar de São Paulo, foi de lembrar que a vida consagrada e a Igreja se sustentam nas vocações, na vida sacramental e, sobretudo, no amor. “Nós somos as boas sementes do Reino de Deus. Em nós se revela o amor profundo de Deus em Jesus Cristo”, disse.

Brasil recebe XIII Congresso dos Institutos Seculares

Entre as atividades realizadas durante esta semana de reflexão e diálogo sobre a caminhada e presença dos Institutos Seculares na América-Latina e Caribe, os consagrados tiveram além de palestras, momentos de confraternização, trocas de experiencias, e um dia de visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Algo que foi uma linda experiência para aqueles que vieram de outros países e não conheciam a casa da Mãe Aparecida, padroeira do Brasil.

No final, os consagrados aprovaram uma carta de compromisso do Congresso a partir das reflexões propostas em que cada um se compromete a 1) Renovar o espirito criativo e  profético na escuta ao Espirito Santo, também pela oração contemplativa na percepção dos sinais de Deus, escutando os apelos do povo, na sua realidade; 2) Aprofundar o significado entre secularidade e consagração para viver a radicalidade dos votos, como compromisso pelo Reino, vencendo o comodismo e o individualismo; 3) Colocar-se a serviço, sensibilizando-se pela preferência evangélica aos que sofrem exclusões e toda forma de discriminação; 4)  Testemunhar fraternidade, valorizando a vida humana e planetária; 4) Esforçar-se para uma  caminhada sinodal a partir de cada Instituto; 5) Conscientizar-se como missionário(a) no discipulado de Jesus Cristo, como chamado especifico.