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Quênia: anunciados novos protestos, bispos pedem a revogação da lei financeira

Novos protestos anunciados pela oposição no Quênia contra o custo de vida e a política econômica do governo, depois dos eventos dos últimos dias violentamente reprimidos com sangue.

Vatican News - Nairóbi

O que está inflamando os ânimos, em particular, é a Lei finaceira, que introduz novos impostos. Em uma declaração lida por dom Anthony Muheria, arcebispo de Nyeri, a Conferência dos Bispos Católicos do Quênia (KCCB) pediu ao presidente William Ruto que a revogue.

"O alto custo de vida criou um pesado fardo para as pessoas e famílias, dificultando a obtenção de meios de subsistência e a manutenção de um padrão de vida decente", disse o arcebispo de Nyeri, citando, em particular, o alto índice de desemprego e as graves dificuldades que muitos quenianos enfrentam para ter acesso à educação e a curas adequadas. "Nesse contexto, o recente projeto de lei financeira impõe um ônus insustentável aos cidadãos já profundamente provados, especialmente àqueles que vivem com baixa renda. Portanto, pedimos ao presidente que revogue a Lei financeira e inicie um processo para alcançar os mesmos fins (da Lei financeira) no contexto da crise atual", acrescentou dom Muheria, sugerindo um convite ao diálogo com a oposição.

Em sua mensagem, os bispos pedem que o presidente William Ruto e o líder da oposição Raila Odinga dialoguem: "pedimos que a falta de conversações bipartidárias seja retomada em um contexto diferente, envolvendo líderes religiosos e outras pessoas e entidades eminentes. Acreditamos que não há nenhum problema, por mais difícil que seja, que não possa ser resolvido por meio do diálogo. Devemos, a todo custo, evitar a perda de vidas. Não pode haver mais derramamento de sangue".

Somente em julho, pelo menos 27 pessoas foram mortas em confrontos entre a polícia e os manifestantes. A difícil situação econômica do Quênia decorre da pesada dívida externa, agravada pelo enfraquecimento da moeda local e pela turbulência nos mercados internacionais. Somente os pagamentos anuais de juros ultrapassaram 5 bilhões de dólares. O risco de o país declarar falência é uma possibilidade real, de acordo com especialistas financeiros. Em uma tentativa de reduzir os gastos do Estado, o Presidente Ruto aboliu vários subsídios em detrimento das classes mais fracas. Exacerbando a crise econômica está o confronto entre Ruto e Odinga, que continua a afirmar que venceu a eleição e foi vítima de fraude eleitoral.

Fonte: Agência Fides

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24 julho 2023, 16:10