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Centro de Eventos Padre Vitor Coelho - local da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Centro de Eventos Padre Vitor Coelho - local da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).  

Bispos de todo o Brasil reunidos no Santuário Nacional

Núncio Apostólico dom Giambattista: “o Papa Francisco reza por este importante momento de encontro e unidade”. Cardeal Odilo Scherer conversa com a Rádio Vaticano - Vatican News.

Silvonei José – Aparecida – Vatican News

Teve início nesta quarta-feira, 19 de abril, no centro de Eventos Padre Vitor Coelho, em Aparecida, SP, a 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema central do encontro deste ano é a avaliação global da caminhada da CNBB. A presença dos bispos de todo o Brasil neste ano após dois anos de pandemia é uma presença importante: até o momento estão presentes 485 bispos, dos quais, 326 na ativa e 157 eméritos. Desde maio de 2022, 8 bispos faleceram; 17 novos bispos foram nomeados e 11 transferidos.

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Até o dia 28 de abril o episcopado tem uma rotina com diversas atividades, entre reuniões, votações, orações e retiros.

A Assembleia deste ano é eletiva, pois os bispos participam da votação para eleger a nova presidência da CNBB, que atuará no próximo quadriênio, entre eles: quatro membros para compor a presidência; 12 para compor a presidência de cada uma de suas comissões; dois representantes para o Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) e dois delegados para o Sínodo 2023.

A abertura dos trabalhos na manhã desta quarta-feira teve a presença do Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, representante do Papa Francisco no país, que dirigiu a sua palavra à Assembleia. Na primeira sessão de trabalhos do dia, os membros da atual presidência da CNBB, cujo mandato se encerra nesta Assembleia, apresentaram o relatório de balanço de gestão 2019-2023.

Trabalhos da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
Trabalhos da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),

Já a segunda sessão do dia foi dedicada à apresentação da análise de conjuntura social ao episcopado brasileiro, realizada pelo grupo responsável pelas análises da CNBB. E a terceira sessão desta quarta-feira foi uma sessão reservada, na qual foi feita a análise de conjuntura eclesial.

Todos os dias às 15h serão realizadas as coletivas de imprensa para falar sobre os temas tratados durante o dia.

Representante do Papa Francisco

O núncio apostólico, dom Giambattista Diquattro, representante do Papa Francisco no Brasil, abriu a assembleia com uma saudação em nome do romano pontífice. “O Papa Francisco reza por este importante momento de encontro e unidade”, garantiu dom Giambattista, que convidou os bispos a consolidar, desenvolver e fortalecer a comunhão da Igreja para a qual o Espírito Santo os consagrou, e o caminho da sinodalidade.

“Expressem a unidade da Igreja”, exortou o núncio, “unidade que não é a adição de números, mas a inserção vital com conhecimento e amor num organismo animado pela graça.” “Nas suas mentes e corações de pastores, o Senhor coloque este carisma, esta responsabilidade e este dom.”

A experiência sinodal vivida pela Igreja no Brasil em resposta aos apelos do Papa Francisco também foi citada por dom Giambattista, que continuou a encorajar os bispos a serem inspiradores, guias e testemunhas do itinerário sinodal. “Juntos, pela comunhão, que é a expressão mais elevada, mais necessária e mais significativa da Igreja.”

Sobre os trabalhos da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nós conversamos com o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer...

Acolhida e comunhão

Dando eco à fala do núncio apostólico, o arcebispo de Belo Horizionte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, acolheu os participantes da assembleia desejando que este seja um momento de comunhão. “O Senhor mostra que Ele é a fonte de comunhão. Portanto, seja esta assembleia, orante, pastoral e permita dar novos passos.”

Balanço do quadriênio 2019-2023

Ao desfazer a mesa de abertura, o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, convidou os bispos a se voltarem à imagem de Nossa Senhora Aparecida cantando pedindo a bênção de Nossa Senhora Aparecida.

A seguir a presidência apresentou o relatório da CNBB para os anos de 2019-2023. Referindo-se ao Papa Francisco, dom Walmor falou do quadriênio como uma travessia em meio à tempestade, um dos períodos mais difíceis do Brasil, tanto no que diz respeito à polarização política que atravessa o Brasil quanto à pandemia da covid-19. “O Senhor interpela-nos, no meio da tempestade, a buscar esperança. Portanto, a CNBB era também um barco no meio travessia, e foi isso que fizemos”, falou o presidente.

Santuário de Nossa Senhora Aparecida
Santuário de Nossa Senhora Aparecida

O portal da CNBB conversou com Dom Walmor, que é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália).

Quais desafios foram enfrentados pela presidência da CNBB neste último quadriênio?

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enfrentou muitos desafios. Neste último quadriênio, o mundo sofreu com as consequências de uma grave pandemia, que vitimou muitas pessoas, enlutou famílias. A Igreja, neste contexto, mesmo nas fases mais agudas de transmissão da doença, com o necessário distanciamento social, intensificou ainda mais o seu trabalho de amparo espiritual e social. Para isso, rapidamente aprendeu a lidar com as novas ferramentas tecnológicas de comunicação, fazendo-se presente no dia a dia das pessoas de muitas formas. Criou também ações para minimizar o sofrimento daqueles que passaram pelas consequências econômicas da pandemia, referência especial à iniciativa “É tempo de cuidar”. Oportuno dizer que, neste último quadriênio, o Brasil viveu uma escalada das polarizações, com rupturas, inclusive, dentro das famílias, provocadas por desavenças político-ideológicas. Um cenário triste, emoldurado pela disseminação crescente de notícias falsas. Um momento ápice dessas polarizações foi vivenciado no último processo eleitoral.

A CNBB, coerente com o que ensina Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor, sempre se manteve ao lado dos pobres, fiel aos valores do Evangelho, elevando, corajosa e profeticamente, a sua voz, para denunciar ameaças à sociedade e à democracia, e descasos para com os mais pobres. Fiel a esse compromisso, a CNBB buscou sempre o caminho do entendimento e do diálogo, unindo-se a instituições sérias, de credibilidade, em um grande Pacto pela Vida e pelo Brasil.

Cada gesto da presidência não foi ato monocrático, mas fruto de uma escuta atenta, sempre em busca de expressar o que vem do coração de todo o episcopado brasileiro. A CNBB é instância e expressão da colegialidade dos Bispos do Brasil, em profunda unidade com o magistério do amado Papa Francisco.

Celebração eucarística

Todos os dias, no Santuário Nacional, às 18h, os bispos rezarão o terço no Altar Central do Santuário Nacional e, às 18h30, os bispos participarão das celebrações eucarísticas também no Santuário.

Nesta quarta-feira a missa com vésperas teve como tema a abertura da Assembleia e foi presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo. Durante a Santa Missa foi utilizada pela primeira vez a tradução brasileira da terceira edição típica do Missal Romano, aprovada recentemente pela Santa Sé.

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19 abril 2023, 23:57