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O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I  (2021 Getty Images)

Bartolomeu I: nas trevas da morte resplandece a luz da Ressurreição

No jornal L'Osservatore Romano, a reflexão pascal do Patriarca Ecumênico de Constantinopla.

De Bartolomeu I

A Ressurreição nunca foi tão urgente como hoje, quando todos vemos ao nosso redor as trevas da perseguição, do sofrimento e da morte. A Cruz representa o confronto supremo entre a força do amor divino e o amor do poder terreno. Basta olhar para a hostilidade na Ucrânia. Basta somente reconhecer a divisão na sociedade.

Todavia, na tragédia da solidão e da morte já começa a replandecer a luz da Ressurreição. Cruz e Ressurreição são dois aspectos de um único ato de salvação e reconciliação. Nos clássicos da espiritualidade existe uma bela expressão para indicar essa experiência. O místico do século VII, São João della Scala, fala de "tristeza alegre" ou a experiência simultânea da Sexta-feira Santa e do Sábado Santo.

O Monte Gólgota é inseparável do jardim do túmulo. Assim foi geograficamente em Jerusalém. Portanto, é liturgicamente na Igreja. Portanto, permanece espiritualmente na alma. Misteriosa e paradoxalmente, a luz de Cristo só aparece na escuridão: "O povo imerso nas trevas viu uma grande luz" (Mt 4, 16). A Ressurreição oferece uma nova intuição, uma nova visão e uma nova percepção. Em sua luz podemos ver todas as coisas como criadas e desejadas por Deus. Esta luz brilha mais forte do que qualquer escuridão em nosso coração e em nosso mundo.

A nossa oração fervorosa por todos vocês e pelo mundo inteiro é que neste Tempo de Páscoa a vida triunfe sobre a morte, o amor prevaleça sobre o ódio e o bem vença o mal.

Χριστὸς Ἀνέστη! Cristo ressuscitou!

* Patriarca Ecumênico de Constantinopla

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17 abril 2023, 13:48