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Paquistão: o pedido de ajuda dos bispos às vítimas das inundações

"Para ajudar as vítimas e os mais necessitados, como Igreja Católica no Paquistão, pedimos às pessoas de boa vontade para arrecadar fundos, através de várias atividades. É necessário apoio humanitário urgente para as famílias atingidas, sobretudo tendas, materiais higiênicos e sanitários, roupas, alimentos não perecíveis”, é o pedido de Dom Benny Travas, diretor da Caritas Paquistão.

Dom Benny Travas, arcebispo de Karachi, capital da província de Sind, sul do Paquistão, fez um apelo por meio da Agência Fides, depois que as autoridades do país declararam estado de emergência devido às fortes chuvas de monção, que causaram inundações desastrosas nas províncias de Sind, Baluchistão e no sul de Punjab. O Paquistão registrou 375,4 mm de chuva, quase 3 vezes superior à média nacional dos últimos 30 anos.

“Tendo em conta a escalada da emergência das aluviões, é urgente demonstrar solidariedade com as pessoas envolvidas pelas enchentes. Para ajudar as vítimas e os mais necessitados, como Igreja Católica no Paquistão, pedimos às pessoas de boa vontade para arrecadar fundos, através de várias atividades. É necessário apoio humanitário urgente para as famílias atingidas, sobretudo tendas, materiais higiênicos e sanitários, roupas, alimentos não perecíveis”.

Dom Benny Travas, que também é diretor da Caritas Paquistão, afirma que a entidade está recebendo muitos pedidos de paróquias, comunidades, comitês de emergências naturais, governos locais. "A equipe diocesana da Caritas de Karachi  - explicou - iniciou um trabalho de acompanhamento e ajuda. Por isso, peço, urgentemente, apoio e convido as pessoas de boa vontade a contribuírem com dinheiro ou ajudas materiais”.

 

Na Diocese de Hyderabad, província meridional de Sind, 90% do território ficou submerso pelas enchentes. O bispo diocesano, Dom Samson Shukardin, convidou os líderes políticos e religiosos, fiéis leigos, ONGs, amigos e benfeitores "a arregaçar as mangas para ajudar os milhares de pessoas atingidas da sua diocese”.

 

Ao visitar algumas das áreas atingidas da sua diocese, o prelado contou à Agência Fides ter se deparado com igrejas, casas paroquiais e prédios escolares inundados e completamente danificados. "As pessoas não têm onde se abrigar e passam fome - acrescentou com dor -; muitas famílias estão de luto pela perda de seus entes queridos. No entanto, estou recebendo inúmeros telefonemas de sacerdotes e de várias paróquias da diocese pedindo ajuda”.

Ao expressar sua aflição pelas desastrosas inundações, Dom Samson Shukardin afirmou que "é realmente um momento lúgubre para o povo do Paquistão, que está enfrentando uma situação muito grave, devido às chuvas torrenciais e aluviões, desde o último mês de julho. As casas estão submersas. Os agricultores pobres perderam suas colheitas, que os leva a contrair dívidas com os latifundiários e isso faz aumentar o fenômeno da escravidão. Daí, pedimos ajuda de todos pelas pessoas mais indigentes e necessitadas de tudo: alimentos não perecíveis, água potável, roupas, lençóis, mosquiteiros, tendas, artigos de higiene”.

O governo do Paquistão declarou estado de emergência, ao constatar o número de mortos, que ultrapassou 1.100, e quase 1.400 feridos. Segundo o relatório da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA), cerca de 33 milhões de paquistaneses foram atingidos, mais de 218 mil casas destruídas e 452.000 danificadas.

O relatório informou ainda que 116 dos 160 distritos foram afetados, e um estado de emergência foi declarado, oficialmente, em 66 distritos do Paquistão. Os meios de subsistência ficaram gravemente limitados, pois quase 800 mil cabeças de gado morreram; cerca de 2 milhões de acres de plantações e pomares estão submersos; mais de 3 mil km de estradas e 145 pontes foram destruídos, impedindo as pessoas de chegar às áreas mais seguras ou ter acesso aos mercados, hospitais e serviços mais urgentes e necessários.

Por fim, segundo o Ministério da Educação, pelo menos 17.566 escolas estão inacessíveis por terem sido completamente destruídas ou danificadas. A rede ferroviária também está parcialmente paralisada em todo o país, pois os trilhos estão inundados. Os prejuízos nas rodovias chegam à casa dos 10 bilhões de rúpias paquistanesas.

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30 agosto 2022, 12:42