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59ª Assembleia Geral da CNBB 59ª Assembleia Geral da CNBB 

Assembleia Geral da CNBB: aprovado o primeiro bloco referente à tradução do Missal Romano

O presidente da CNBB e arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor de Azevedo recordou os 70 anos da CNBB lançando um olhar “sobre essa história de 70 anos e que ela ilumine o caminho que nós vamos percorrer nesses dias”. Conversamos com o primeiro vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler.

Silvonei José – Aparecida - Vatican News

Segundo dia de trabalhos da fase presencial da 59ª Assembleia Geral da CNBB, que teve início ontem de manhã (29/08) no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, no Santuário de Aparecida. No início dos trabalhos de ontem a presidência da CNBB destacou os principais assuntos que serão tratados durante a semana e deram boas-vindas a todos os presentes.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, destacou em sua fala inicial que os bispos já avançaram em muitas questões, mas ainda existe o que melhorar, lembrando o trabalho dos bispos falecidos, dos eméritos e dos que estão em exercício.

“Todos que já partiram e os que ainda continuam conosco, nos introduziram nos trilhos na experiência Sinodal”, disse dom Walmor. “Temos, é verdade, muito a avançar, respostas novas a dar; os desafios no coração do nosso mundo são muitos, os desafios da nossa sociedade são enormes no ponto de vista social, político, econômico, mas também na nossa tarefa missionária”. O arcebispo de Belo Horizonte recordou ainda os 70 anos da CNBB lançando um olhar “sobre essa história de 70 anos e que ela ilumine o caminho que nós vamos percorrer nesses dias”.

Romeiros em Aparecida
Romeiros em Aparecida

O presidente da CNBB lembrou que a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e caribenho, realizada há 15 anos, em Aparecida, também lança luzes às atividades da AG. “O texto final da Conferência de Aparecida, como é conhecida, fecunda os caminhos de nossa Igreja de modo bonito e promissor”, disse o dom Walmor.

Já o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes aproveitou a oportunidade para falar sobre a alegria de receber padres e comunidades no Santuário, mas principalmente de receber os bispos e destacou que a assembleia dará muitos frutos.

“Esse recinto é verdadeiramente um cenáculo, a nossa assembleia é verdadeiramente um Pentecostes e dará, certamente, muitos frutos”. 

Dos 322 bispos em exercício, estavam presentes ontem 292. Os 30 que não estavam presentes justificaram a ausência. Alguns estão no Consistório, outros por motivos de saúde, curso para novos bispos, serviços da Igreja e outros motivos inadiáveis.

Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida
Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida

No dia de ontem os bispos realizaram a primeira votação. Foi aprovado o primeiro bloco referente à tradução da terceira edição típica do Missal Romano. Essa parte compreende as orações eucarísticas e as orações sobre o povo.

Após a apresentação da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel), que explicou o processo da última etapa de consultas em vista da aprovação final da tradução brasileira da terceira edição do Missal Romano, os bispos anotaram seus votos, contabilizados pela equipe de escrutínios.

Dos 266 votantes presentes eram necessários 216 votos para aprovação de acordo com as normas vigentes na Conferência. 265 bispos aprovaram a tradução do texto. Houve 1 abstenção na votação geral.

Ainda haverá um segundo bloco de votações referentes ao Missal no decorrer da Assembleia.

Dom Jaime Spengler
Dom Jaime Spengler

Sobre os trabalhos de ontem conversamos com o primeiro-vice-presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler:

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Análise da conjuntura eclesial

Ainda ontem pela manhã, as atividades da Assembleia Geral contaram com uma análise da conjuntura eclesial. Apresentada pelos padres Geraldo De Mori e Danilo Pinto, do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), a reflexão evidenciou o cenário interno e externo da Igreja no viés do pentecostalismo e da evangelização. A atual ação dos pentecostais no processo de urbanização e também na atração do mundo juvenil e o empoderamento das mulheres foram refletidos pelos bispos.

O imaginário simbólico religioso do povo brasileiro, mesmo diante do processo de secularização, foi analisado como oportunidade para que a Igreja possa continuar sua ação evangelizadora na vida da sociedade. “Que possamos exercer e viver essa Igreja que saiba escutar e discernir os sinais dos tempos de modo sinodal e missionário”, destacou o padre De Mori. Também o uso tecnológico para a evangelização foi apresentado aos bispos como um desafio e, ao mesmo tempo, como grande oportunidade para o anúncio de Jesus Cristo.

A valorização dos leigos e leigas e a presença feminina no trabalho pastoral também foram citados pelos sacerdotes como caminhos na busca “de uma formação comum que atinja o fiel frente aos discursos fundamentalistas”, disse. A formação ética e crítica enquanto presença católica na mídia também integraram as reflexões do episcopado na manhã de hoje.

Na parte da tarde o encontro privativo no subsolo do Santuário e a Santa Missa que encerrou os trabalhos, presidida por dom João Francisco Salm, bispo da diocese de Novo Hamburgo. Durante a celebração rezou-se pelos bispos de recente nomeação.

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29 agosto 2022, 18:47