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"Sentimos o dever de continuar a trabalhar no Sudão do Sul como artesãos do bem, humildes e obstinados, ao lado dos mais pobres, graças à ajuda de todos". "Sentimos o dever de continuar a trabalhar no Sudão do Sul como artesãos do bem, humildes e obstinados, ao lado dos mais pobres, graças à ajuda de todos". 

No Sudão do Sul, o sonho de passar das armas à enxada e aos livros

O país africano vive tempos difíceis. "O país está de joelhos e o governo não consegue pagar os salários dos agentes no campo da saúde e nem garantir os remédios básicos. A população está extenuada", conta padre Dante Carraro. Nesse contexto, pequenos gestos e acontecimentos são motivo de algria e levam grande esperança, como os dez novos diplomados em obstetrícia.

Padre Dante Carraro, diretor da organização de ajuda humanitária Médicos para a África (CUAMM), afirmou por ocasião da cerimônia de formatura de oito rapazes e duas moças na Escola do Hospital He, no Sudão do Sul, que “as verdadeiras revoluções nascem de um trabalho tenaz e da semeadura diária, em meio a esforços, sacrifícios e muito esforço”.

Com o canto "Mãe e bebê, nossa prioridade!", os dez novos diplomados em obstetrícia juraram: “Estamos prontos para servir nossas comunidades, onde quer que seja”.

A este propósito, padre Dante afirmou: “Ouvir falar de serviço, comunidade, servir aos mais pobres é uma revolução para o Sudão do Sul”.

Segundo a Agência Fides, “antes da cerimônia de graduação, os bacharelandos percorreram as ruas em direção ao Hospital He, para que a comunidade local pudesse participar da festa. Ao lado da rua, as crianças, com enxadas na mão olhavam extasiadas aqueles jovens vestidos com túnicas acadêmicas: em suas mentes, o sonho de passar das armas à enxada, até chegar aos livros! No pátio do Instituto de Ciências da Saúde do Hospital He, sob um calor tórrido e em meio a um verde intenso, aconteceu uma grande festa, uma verdadeira explosão de vida e um canto de libertação”.

O diretor da CUAMM dirigiu um pensamento especial de agradecimento às tutoras, três obstetras ugandenses, que com experiência responderam 'sim' ao apelo da CUAMM para se mudarem para um país próximo do seu, mais necessitado e em sérias dificuldades como é o Sudão do Sul. “É a África que ajuda a África” – sublinhou padre Dante, acrescentando  que “os recém-formados são um sinal de esperança, que não desanima e resiste apesar dos contextos difíceis que os colocam à prova: crise institucional, que assola o Sudão do Sul, ainda à espera de paz; seca que empobrece o solo; guerra na Ucrânia, que aumenta drasticamente os preços dos produtos de primeira necessidade, como o gás e o petróleo”.

Por fim - afirma o diretor - “trata-se de uma guerra oculta, sobre a qual ninguém fala, que parece inexistente, mas que está tendo um forte impacto, sobretudo, entre os grupos mais frágeis. Ultimamente, a situação ficou ainda mais dramática. O país está de joelhos e o governo não consegue pagar os salários dos agentes no campo da saúde e nem garantir os remédios básicos. A população está extenuada".

O padre Dante Carraro conclui dizendo: "O CUAMM e cada um de nós sentimos fortemente o 'dever' de estar ao lado dessas pessoas em tal situação, continuando a trabalhar no Sudão do Sul como artesãos do bem, humildes e obstinados, ao lado dos mais pobres, graças à ajuda de todos".

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13 julho 2022, 13:24