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Obstáculos anti-tanque em fazenda na região de Mykolai (Photo by Genya Savilov) Obstáculos anti-tanque em fazenda na região de Mykolai (Photo by Genya Savilov) 

Caravana da paz chega em Mykolai: rezar pela paz, trabalhar pela paz

As guerras, disse na Ucrânia o vice-presidente da CEI, Dom Francesco Savino, "são também a morte da política e da diplomacia". Das guerras "ninguém sai vitorioso", enfatizou, recordando então as palavras do Papa e convidando a "rezar pela paz e fazer pela paz", como estão fazendo os participantes do comboio, "animados por pessoas de sensibilidades diferentes, mas todos permeados pelo mesmo sonho de paz".

Chegou na manhã desta terça-feira, 28, em Mykolai - cidade mártir ao norte de Odessa -, a Caravana da Paz, que saiu da Itália há dois dias para testemunhar a proximidade e a solidariedade às vítimas da guerra ucraniana e levar-lhes a ajuda material arrecadada por 176 associações que fazem parte da coalizão StoptheWarNow.

Trata-se de um comboio reduzido por questões de segurança, liderado pelos coordenadores destes dias passados ​​no coração do conflito, Gianpiero Cofano e Tonio Dell’Olio. O enviado da Conferência Episcopal Italiana (CEI),  Dom Francesco Savino, também viaja no carro que guia o mini-comboio.

 

Na segunda-feira, 27 de junho, a Caravana da Paz “StoptheWarNow”, que chegou a Odessa após uma viagem de dois dias, encontrou alguns religiosos locais. Ilustrando em um encontro público o conteúdo da segunda missão na Ucrânia da rede de associações italianas, o presidente da "Pro Civitate Christiana de Assis", padre Tonio Dell'Olio, coordenou as intervenções respectivamente de Alberto Capannini (Comunidade Papa João XXIII, coordenador local), Stanislav Šyrokoradjuk (bispo latino de Odessa), Mychajlo Bubnij (bispo greco-católico de Odessa), Afanasiy (bispo ucraniano-ortodoxo), Francesco Savino (vice-presidente da CEI), padre Mykola Slobodyan, padre Roman Krat e Oksana Ukraiinska (Caritas-Spes).

Dom Savino recordou a importância da diplomacia, precisamente porque as guerras, disse ele, "são também a morte da política e da diplomacia". Das guerras "ninguém sai vitorioso", enfatizou, recordando depois as palavras do Papa e convidando a "rezar pela paz e fazer pela paz", como estão fazendo os participantes do comboio, "animados por pessoas de sensibilidades diferentes, mas todos permeados pelo mesmo sonho de paz".

O movimento mais amplo da caravana, portanto, diz à Europa e ao mundo "que a guerra deve ser interrompida: a guerra nunca é a solução, mas apenas destruição, desespero, morte". Concluindo, o representante da CEI questionou: “Qual é o mundo que entregaremos aos seus filhos? Não estamos aqui apenas para trazer ajuda, mesmo que a Igreja esteja sempre pronta a doar. Também estamos aqui para dizer que a não-violência é o único método de resolução de conflitos”.

 Dom Savino também levou as saudações e o encorajamento do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, com quem se encontrou na véspera de sua partida.

A conversa foi franca, com os vários religiosos ucranianos não deixando de sublinhar as atrocidades cometidas durante o conflito, o drama dos deslocados, a violência perpetrada nos corpos das crianças.

"As estimativas oficiais dizem que as mortes de civis são cerca de 5 mil, mas sabemos que o número é bem maior", recordou o bispo greco-católico de Odessa Mychajlo Bubnije. O prelado acrescentou um apelo: "Não se acostumem com esta guerra".

Os religiosos ucranianos estão pedindo um maior compromisso com a paz, especialmente da Europa que, comentou o padre Roman Krat, "muitas vezes apenas diz que está preocupada".

*Com Agência Fides

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28 junho 2022, 11:27