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Fugindo de bombardeios do exército no Estado de Karen, birmaneses tentam atravessar rio Salween, na fronteira com a Tailândia. (Photo by Ei Tu Hta Community Leaders/AFP) Fugindo de bombardeios do exército no Estado de Karen, birmaneses tentam atravessar rio Salween, na fronteira com a Tailândia. (Photo by Ei Tu Hta Community Leaders/AFP) 

Bispos de Mianmar: em meio à violência, oração e ação para construir a paz

Referindo-se a valores e objetivos como a paz, a justiça e a reconciliação, os bispos birmaneses dirigem um sincero apelo a todos os responsáveis e líderes políticos e militares, para que a assistência humanitária básica possa ser organizada e prestada aos refugiados e migrantes. “A dignidade humana e o direito à vida não podem ser moeda de troca”, dizem os prelados, pedindo para se “respeitar e valorizar cada vida humana, e respeitar e preservar lugares sagrados e prédios religiosos, hospitais"

Observando a grave situação interna, a Conferência Episcopal Católica de Mianmar (CBCM) diz estar muito preocupada com a situação atual do país.

Milhares de civis são forçados a fugir de seus locais de origem e milhões deles passam fome. A violência é desenfreada e aflige pessoas inocentes, em particular os idosos, as pessoas com deficiência, as crianças, as mulheres e os doentes que têm de se deslocar dos seus locais de origem, com grande desconforto e sofrimento.

A preocupação com essa grave crise humanitária consta da nota divulgada pelos bispos birmaneses, que de 7 a 10 de junho realizaram sua Assembleia Geral em Yangon. Segundo a Agência Fides, participaram do encontro o cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Ynagon e presidente da Conferência, os bispos das 16 dioceses do país e os secretários executivos das Comissões Episcopais.

“A CBCM está muito agradecida aos sacerdotes, diáconos, religiosas, catequistas e voluntários que tentam apoiar e ajudar os fiéis e civis que fogem para lugares mais seguros”, lê-se na nota divulgada no final do encontro. Os bispos encorajam os fiéis a continuar oferecendo assistência humanitária aos refugiados, independentemente de sua fé, origem, posição, etnia, cultura ou ideia política.

Seguindo a doutrina social da Igreja, a Conferência Episcopal Católica afirma que continuará a forjar relações com as várias comunidades católicas do mundo e com as associações que estão dispostas a ajudar os civis de Mianmar, atingidos por imensas dificuldades, devido ao atual conflito político e social.

 

Referindo-se a valores e objetivos como a paz, a justiça e a reconciliação, os bispos birmaneses dirigem um sincero pedido a todos os responsáveis ​​e líderes políticos e militares, para que a assistência humanitária básica possa ser organizada e prestada aos refugiados e migrantes.

“A dignidade humana e o direito à vida não podem ser moeda de troca”, dizem os prelados, pedindo para se “respeitar e valorizar cada vida humana, e respeitar e preservar lugares sagrados e prédios religiosos, hospitais e escolas”.

A Conferência Episcopal, afirmando estar próxima da população sofredora, continuará se esforçando para atender às necessidades das pessoas, independentemente de sua fé, língua ou etnia.

A nota dos bispos expressa uma perspectiva de fé e esperança, apesar das dificuldades e tragédias que duram mais de um ano: "Acreditamos que tudo é possível com Deus. Por isso, encorajamos as comunidades eclesiais a construir a paz de todas as maneiras possíveis, especialmente pedimos que rezem constantemente pela paz, oferecendo uma Santa Missa pela paz todos os primeiros dias do mês e rezando o Rosário pela paz em Mianmar todas as noites".

No relatório da ONU divulgado em março passado, que analisa a situação em Mianmar desde o golpe de fevereiro de 2021, observa-se que o exército de Mianmar cometeu “violações sistemáticas de direitos humanos, muitas das quais são crimes de guerra e crimes contra a humanidade”.

De acordo com dados de organizações não governamentais, em fevereiro de 2021 mais de 1.929 civis foram mortos, 11.000 detidos, enquanto, segundo dados do ACNUR, mais de 800.000 estão deslocados internamente.

*Com Agência Fides

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14 junho 2022, 13:10