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Prédio residencial atacado pelos russos em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia Prédio residencial atacado pelos russos em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia 

Para Kirill, a OTAN ignorou as preocupações russas

Diversos apelos têm sido feitos ao Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa para que interceda junto ao governo russo para por um fim no conflito na Ucrânia. Em uma carta resposta ao Conselho Mundial de Igrejas, kirill repetiu as mesmas razões apresentadas pelo presidente russo para justificar o conflito: países da OTAN procuraram "'reeducar', transformar mentalmente os ucranianos e os russos que vivem na Ucrânia em inimigos da Rússia".

"Este conflito não começou hoje. Tenho firme convicção que seus promotores não são os povos da Rússia e da Ucrânia" que "são unidos pela fé comum, santos e orações comuns e compartilham um destino histórico comum. As origens do confronto residem nas relações entre Ocidente e Rússia”, afirmou o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa em uma carta dirigida ao Conselho Mundial de Igrejas (WCC, sigla em inglês), que havia pedido a ele para interceder junto ao governo russo pelo fim do conflito na Ucrânia.

Kirill acrescentou que “nos anos 90, havia sido prometido à Rússia que sua segurança e dignidade seriam respeitadas", mas "ano após ano, mês após mês, os Estados-Membros da OTAN reforçaram a sua presença militar, ignorando as preocupações da Rússia".

 

Para ele, os países da OTAN "tentaram fazer com que povos irmãos, russos e ucranianos, se tornassem inimigos. Não pouparam esforços, nem fundos para inundar a Ucrânia com armas e instrutores de guerra. No entanto, a coisa mais terrível não são as armas, mas a tentativa de 'reeducar', de transformar mentalmente os ucranianos e os russos que vivem na Ucrânia em inimigos da Rússia".

Kirill fala então do "cisma eclesiástico criado por Patriarca Bartolomeu de Constantinopla em 2018. Ele colocou à prova a Igreja Ortodoxa Ucraniana". E acrescenta: "Já em 2014, quando o sangue foi derramado em Maidan [Praça Maidan, centro de Kiev], e em Kiev e houve as primeiras vítimas, o WCC expressou sua preocupação".

"Foi então que eclodiu um conflito armado na região de Donbass, cuja população defendia o direito de falar a língua russa, pedindo respeito pela própria tradição histórica e cultural. No entanto, suas vozes não foram ouvidas, assim como milhares de vítimas entre a população de Donbass passaram despercebida em todo o mundo ocidental".

"Este trágico conflito tornou-se parte da estratégia geopolítica de grande escala voltada, em primeiro lugar, a enfraquecer a Rússia. E agora os líderes ocidentais estão impondo tais sanções econômicas à Rússia que serão prejudiciais para todos. Eles tornam suas intenções descaradamente óbvias: trazer sofrimento não apenas aos líderes políticos ou militares russos, mas em particular ao povo russo. A russofobia está se espalhando pelo mundo a um ritmo sem precedentes", conclui Kirill esperando que "o Conselho Mundial de Igrejas possa continuar a ser uma plataforma de diálogo imparcial, livre de preferências políticas e uma abordagem unilateral". 

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11 março 2022, 11:23