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A Educação e a Paz Preventiva

Orar e sonhar com a paz para curar nosso inconsciente e canalizar a agressividade para o encontro fraterno, tornar a utopia do Reino uma cena do cotidiano.

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo Diocesano de Campos (RJ)

A opção pela guerra, por ser ameaçadora, precisa legitimidade e desculpas aparentemente humanitárias, recorrendo-se a teorias defensivas, preventivas ou geopolíticas, apelando inclusive à manipulação da informação (FT nº 258). Na verdade, são sempre razões de poder político, econômico, muito rasas, a serviço de elites globais e impérios que disputam a dominação mundial.

Por isso, a atualidade da expressão “Paz Preventiva”, de Andrea Ricciardi, presidente e fundador da Comunidade Santo Egídio, presente em 70 países, que agiu como mediadora em muitos conflitos mundiais, especialmente Moçambique e Angola. Testemunha da prática do magistério eclesial, que sempre refutou o adágio imperial romano “se vis Pacem para bellum”, pelo pensamento claro e límpido de São João Paulo II: “se queres paz prepara-te para a paz”.

Não nascemos, como diz a famosa declaração antropológica de Sevilha, com o gene da guerra, determinados para a aniquilação, mas somos perversamente treinados por aqueles que nos mandam matar por eles. É necessário, como já profetizavam, depois da pavorosa carnificina da 1ª Guerra Mundial, Maria Montessori e Jean Piaget, educar na paz, pela paz e para a paz.

Devemos tornar as escolas, famílias, e todas as comunidades em centros de convivência e aprendizado da paz. Educar o coração e a mente, sentir pensante, formar pessoas compassivas e não violentas para serem objetores de consciência contra toda ideologia do ódio, supremacia, racismo e discriminação imposta para dominar e dividir.

Tornar-se especialista em resolver os conflitos humanos pelo diálogo e de forma pacífica, desenvolvendo a capacidade da comunicação empática e amorosa e da escuta profunda. Honrar os heróis que lutaram pela paz mundial e inspiraram seus povos: Ghandi, Martin Luther King, Leon Tolstoi, Lança del Vasto, Dom Helder Câmara e o Bispo Desmond Tutu.

Obter consensos para a paz, e concretizar pactos e acordos que defendam e efetivem a concórdia e a justiça, pois a palavra paz vem do latim e do sânscrito pangere pactuar, fazer aliança. Orar e sonhar com a paz para curar nosso inconsciente e canalizar a agressividade para o encontro fraterno, tornar a utopia do Reino uma cena do cotidiano, com palavras, pensamentos e ações, levando-nos a uma atitude pacífica e uma cultura de generosa paz, banindo as guerras para o lixo da história. Louvado seja o Deus da Vida e da Paz!

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03 março 2022, 14:50