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Enchentes no Estado da Bahia Enchentes no Estado da Bahia 

Brasil, Caritas e UE se mobilizam para enfrentar as inundações

Semanas de chuvas fortes no Estado da Bahia inundaram casas e estradas, afetando mais de 660 mil pessoas. Vinte e cinco pessoas morreram até agora.

Anna Poce/Mariangela Jaguraba - Vatican News

Os números contam a catástrofe: 25 mortos, 517 feridos e 91 mil desabrigados e deslocados. Este é o balanço, de acordo com fontes locais, das vítimas das chuvas torrenciais que atingiram várias regiões do Brasil desde novembro, principalmente os Estados da Bahia e Minas Gerais. O governo estadual fala de 141 municípios afetados pelo mau tempo, 132 dos quais se encontram em situações de emergência.

Diante deste cenário de destruição, o presidente Jair Bolsonaro destinou 700 milhões de reais (125 milhões de dólares) para ajudar a população nas áreas afetadas pelas enchentes, deslizamentos de terra e danos nas infraestruturas, incluindo a interrupção de estradas, a queda de pontes e o corte de energia elétrica e água potável. Por sua vez, a Caritas Brasil, junto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou a campanha #SOS Bahia e Minas Gerais: solidariedade que transborda, para arrecadar fundos para a compra de alimentos, água potável, roupas, artigos de higiene pessoal e proteção contra a Covid-19. As mercadorias serão distribuídas pela Caritas diocesana perto das áreas em estado crítico, para ajudar os milhares de desabrigados e deslocados.

UE e Caritas Internacional ajudam a população

A Comunidade internacional também se mobilizou para ajudar o Estado brasileiro da Bahia. Uma delegação composta por representantes da União Europeia, Caritas Internacional e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, informa a Agência Sir, iniciou uma visita aos lugares mais afetados, nesta segunda-feira (03/01), começando pela Diocese de Ilhéus, e coordenará a ajuda que está chegando tanto do Brasil quanto da Europa, através da UE, Caritas e Adveniat. A visita teve início em Pontal, com um encontro na Paróquia São João Batista, e continuará, até 8 de janeiro, em outras cidades do Estado da Bahia: Itajuípe, Itapé, Texeira de Freitas, Medeiros Neto e Itamaraju. Entre os membros da delegação estão Roman Najcher, especialista em emergência da União Europeia para a América Latina, Rebekka Reischmann da Caritas Suíça, Valquiria Lima da coordenação nacional da Caritas brasileira, e os bispos de Ilhéus, dom Giovanni Crippa, e de Teixeira de Freitas, dom Jailton de Oliveira Lino.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), dezembro de 2021 foi o mês mais chuvoso no país nos últimos 15 anos. Na Bahia, as fortes chuvas foram causadas pelo fenômeno da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que provoca a permanência de nuvens sobre uma determinada área por até quatro dias consecutivos.  Os desastres ocorreram principalmente no sul do Estado da Bahia por causa da ruptura de duas represas que provocaram a inundação de muitas cidades e a evacuação dos habitantes.

Um Brasil mais justo, unido e fraterno

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, em sua mensagem em vídeo para o início do novo ano, convidou os fiéis, neste momento dramático para o país, a fazerem uma mudança em si mesmos e a reconstruir um Brasil mais justo, fraterno e solidário. "É hora de reconstruir o Brasil", disse ele, "é hora de reconstruir a sociedade na justiça e na paz". Ele destacou que "as atitudes egoístas, o consumo ilimitado, o desprezo pela Casa comum e a indiferença para com os mais pobres têm causado muitas doenças" e, portanto, "o novo ano deve inspirar mudanças profundas", sobretudo nos cristãos, cujo desafio é "mostrar o caminho, ser exemplar no seguimento de Jesus Cristo" e "semear fraternidade e amizade social através de gestos de solidariedade e defesa dos direitos e da justiça".

Em sua mensagem, o arcebispo recordou o ano jubilar pelo 70º aniversário da criação da CNBB, que começou em 14 de outubro passado, e exortou todos a investirem ainda mais numa igreja sinodal, numa igreja de comunhão e de partilha da missão frutuosa. "Contemplaremos nossa história", disse ele, "atentos aos desafios superados pelos evangelizadores que nos precederam, a fim de revigorar cada vez mais o compromisso de ajudar o Brasil a ser mais justo, solidário e fraterno".

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04 janeiro 2022, 10:16