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Dorothy Day se converteu ao catolicismo em 1927 e, desde então, a luz da fé a guiou em cada passo. Dorothy Day se converteu ao catolicismo em 1927 e, desde então, a luz da fé a guiou em cada passo.  

Concluída fase diocesana da beatificação de Dorothy Day

Com a colocação dos selos no material documental recolhido, a vida e a história apaixonante de fé e caridade da Serva de Deus do início do século XX, caminha para uma nova fase. A cerimônia teve lugar no último dia 8 de dezembro em Nova York, onde a jornalista e ativista estadunidense morreu em 1980

Gabriella Ceraso - Cidade do Vaticano

Os aplausos e a calorosa participação de mais de mil fiéis marcaram a cerimônia oficial de encerramento da fase diocesana da causa de beatificação de Dorothy Day na Catedral de São Patrício, em Nova York, no dia 8 de dezembro do ano passado. A causa havia sido proposta pelos Missionários Claretianos já em 1983 e oficialmente aberta em 2000.

“Seu compromisso social, sua paixão pela justiça e pela causa dos oprimidos, eram inspiradas pelo Evangelho, pela sua fé e pelo exemplo dos santos”, disse o Papa Francisco ao citá-la como um dos pilares da identidade estadunidense, em seu discurso proferido em 2015 no Congresso dos Estados Unidos.

Foi justamente esse discurso que deu grande impulso à causa de Dorothy, conforme recordou durante a cerimônia da última quarta-feira o cardeal Timothy M. Dolan, arcebispo metropolitano de Nova York que apoia a causa e agora está pronto para apresentar os resultados ao Vaticano para a decisão final.

Precisamente o cardeal Dolan, de fato, seguindo o protocolo oficial estabelecido pela Congregação para as Causas dos Santos, afixou na última quarta-feira os selos de cera nas caixas contendo os documentos recolhidos em mais de vinte anos, com testemunhos e escritos e tudo o que era necessário para determinar se Dorothy viveu as "virtudes heroicas" aos olhos da Igreja. Portanto, um decreto e um juramento solene concluíram a investigação diocesana, garantindo a integridade e a salvaguarda do que foi recolhido.

Mulher, leiga, ativista e jornalista a serviço dos últimos

 

Na homilia da celebração na Catedral, o cardeal Dolan voltou à figura de Dorothy, sua sede de justiça social e o ardor de seu testemunho no século XX, recordando em particular a oração com a qual, em 8 de dezembro de 1932, no Santuário Nacional da Imaculada Conceição, em Washington, pediu a Deus um plano providencial para servir os pobres e os desempregados.

No retorno a Nova York, ele teria conhecido Peter Maurin, um grande ativista católico francês, com quem teria dado vida a sua visão de uma sociedade construída sobre os valores católicos. Disto nasce o jornal The Catholic Worker, o movimento de trabalhadores católicos para ajudar os sem-teto e os pobres em Nova York, promover os direitos dos trabalhadores e a não-violência, e depois as “casas de acolhida" para os indigentes, em um dos quais em New York York a própria Dorothy morreu em 29 de novembro de 1980. Desde então, muito progresso foi feito: há 240 comunidades Catholic Worker locais ativas e The Catholic Worker é lançado sete vezes por ano, vendido por 1 centavo cada.

Exemplo de conversão

 

A Serva de Deus por desejo de João Paulo II, Dorothy Day - nascida no Brooklyn em 1897, jornalista e ativista comprometida politicamente e socialmente em prol dos trabalhadores, da paz, da justiça social, causas que a levaram em mais de uma ocasião à prisão - se converteu ao catolicismo em 1927 e, desde então, a luz da fé a guiou em cada passo.

"Dorothy chamou as pessoas a colocar em prática o Sermão da Montanha, a praticar a caridade e a justiça. Ela chamou as pessoas ao significado mais profundo do Evangelho que nem sempre estava em primeiro plano", afirmou George Horton, um dos vice-postuladores da causa.

Em suas palavras também os temores daqueles que pensavam que seu pacifismo ou suas escolhas juvenis, entre as quais um aborto, seriam considerados uma ameaça. “Dorothy - disse Horton - era amada pelas pessoas que a conheciam e não queriam que seu legado se perdesse”. Agora, portanto, esperamos o último passo neste longo caminho de uma mulher que Bento XVI, em uma de suas últimas Audiências Gerais, também indicou como um exemplo não só de conversão, mas também de "capacidade de se opor à tentação ideológica de seu tempo de escolher a busca da verdade e abrir-se à descoberta da fé”.

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12 dezembro 2021, 10:29