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“Quando rezo pelos meus irmãos missionários, não ofereço os meus sofrimentos, digo simplesmente: Meu Deus, dai-lhe tudo o que desejo para mim”.  (Santa Teresinha) “Quando rezo pelos meus irmãos missionários, não ofereço os meus sofrimentos, digo simplesmente: Meu Deus, dai-lhe tudo o que desejo para mim”. (Santa Teresinha) 

Cinquenta anos de Missões Carmelitas na África realizam o sonho de Santa Teresa

Em 7 de dezembro de 1971, o cardeal Giuseppe Siri entregou o crucifixo a quatro missionários carmelitas que partiam para Bozoum. Ao chegarem em 16 de dezembro daquele ano, “beijaram o solo onde espalhariam o suor do seu trabalho apostólico”. Além disso, começaram a aprender o sango, língua com a qual anunciariam posteriormente o Evangelho. Ao longo destes 50 anos, a missão cresceu e muitos missionários passaram adiante as funções e testemunhos.

“A missão dos frades Carmelitas Descalços na África Central acaba de completar cinquenta anos. Os primeiros quatro missionários – padres Agostino Mazzocchi, Niccolò Ellena, Marco Conte e Carlo Coencio – chegaram a Bozoum em 16 de dezembro de 1971. Foi o início tímido e discreto da nossa missão e, em certo sentido, um novo capítulo de uma história iniciada há séculos”. É assim que o padre Federido Trinchero, missionário carmelita de Bangui, descreve à Agência Fides o início da missão e as celebrações do Jubileu de Ouro pelos 50 anos de atividades da Congregação na África Central.

“As missões na África eram um grande desejo de Santa Teresa de Ávila”, assinala padre Federico. Como lema do Jubileu, lembra o missionário, foram escolhidas as palavras da própria Santa que dizia “Quero percorrer a terra e anunciar o evangelho”. Pouco antes da morte de Santa Teresa, cinco missionários Carmelitas Descalços partiram de Lisboa, em Portugal, para a costa do Congo. Infelizmente, devido a uma tempestade, a expedição naufragou e todos os missionários morreram. Outras tentativas foram feitas, porém, sem êxito. Foi apenas na época colonial que o Carmelo conseguiu plantar suas primeiras raízes na África. Os primeiros a chegar, porém, não foram os frades, mas sim as freiras, no ano de 1934, no Congo. Mais tarde, em 1956, os irmãos carmelitas também chegaram ao país. A partir daquele momento o espírito carmelita se espalhou por todo o continente.

A missão de Bozoum foi fundada na realidade em 1929 pelos padres espiritanos franceses, que se tornaram evangelizadores na África Central. Mais tarde, na década de 1940, chegaram os capuchinhos de Saboia (França) e Gênova (Itália), que em séculos passados tinham sido enviados para missões na Índia, Pérsia e Síria. O padre provincial da época, Teodoro Brogi, foi o grande promotor da abertura da missão carmelita na África Central. Antes de embarcar no empreendimento – para o qual não faltaram obstáculos – padre Teodoro fez um levantamento para verificar quantos frades estavam dispostos a partir: praticamente todos – exceto um deles – responderam afirmativamente.

Assim, em 7 de dezembro de 1971, o cardeal Giuseppe Siri entregou o crucifixo aos quatro missionários que partiam, recordou padre Federico. No dia 12 de dezembro, os carmelitas embarcaram no voo que partiu do aeroporto de Nice (França) e os levou para Fort-Lamy, no Chade. Depois, viajando novamente de avião e depois de carro, chegaram finalmente a Bozoum onde, segundo as crônicas de 16 de dezembro daquele ano, “beijaram o solo onde espalhariam o suor do seu trabalho apostólico”. Além disso, começaram a aprender o sango, língua com a qual anunciariam posteriormente o Evangelho. Ao longo destes 50 anos, a missão cresceu e muitos missionários passaram adiante as funções e testemunhos. Desta forma, cada um com seu próprio temperamento e habilidades, continuou com igual paixão e dedicação o trabalho iniciado pelos primeiros quatro irmãos.

“No dia 19 de dezembro  nos reunimos para dar Graças a Deus”, diz padre Frederico. “Nossa Alegria foi grande naquele dia não apenas pela presença de tantos fiéis, mas também pelo dom de dois novos sacerdotes: frei Martinal e frei Jeannot-Maria. Depois fomos para Bouar, onde vivi meus primeiros cinco anos de missão na África. Fizemos uma reunião ali, na qual pudemos realizar um balanço desses cinquenta anos e planejar os próximos cinquenta anos da missão africana na realidade atual, agora com a presença de muitos jovens confrades nativos”, afirma o missionário.

“Passei o Natal pela primeira vez em Yolé, com nossos 75 seminaristas. Todas as sextas-feiras do Advento eles faziam uma refeição mais singela para distribuir, na véspera de Natal, os frutos desse sacrifício. Foi doado arroz, café, açúcar, doces e sabão para 250 pobres. Depois, foram entoados os mais belos cantos na missa, foram colocados os melhores pratos à mesa, as mais longas danças e volta do fogo, porque o Rei está entre nós. Nossos primeiros quatro missionários não teriam ousado sonhar tanto quando chegaram há cinquenta anos, às vésperas de Natal. Mas sua coragem permitiu que o sonho se tornasse realidade”, conclui o missionário carmelita. 

*Com Agência Fides

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29 dezembro 2021, 12:16