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 Vista do Big Ben na Torre Elizabeth no Palácio de Westminster, recentemente restaurada. (Foto de Ben STANSALL) Vista do Big Ben na Torre Elizabeth no Palácio de Westminster, recentemente restaurada. (Foto de Ben STANSALL) 

Bispos do Reino Unido sobre suicídio assistido: toda vida tem valor, independente do estado de saúde

Proibir o suicídio assistido significa “enviar uma mensagem clara: não nos envolvemos em provocar a morte de outra pessoa, por mais doente ou deprimida que ela se sinta”, diz o bispo de Nottingham, Dom Patrick McKinney, ao comentar a proposta de lei que permitiria o suicídio assistido para adultos com doenças terminais com menos de seis meses de vida.

Vatican News

Os bispos da Inglaterra e do País de Gales voltam a se manifestar contra o projeto de lei sobre o suicídio assistido, recentemente aprovado em primeira sessão pela Câmara dos Lordes. Apresentado pela baronesa Molly Christine Meacher, a proposta legislativa permitiria o suicídio assistido para adultos com doenças terminais com menos de seis meses de vida sujeito à aprovação de dois médicos e um juiz do Tribunal Superior.

Há algum tempo a Igreja Católica vem se manifestando contra o projeto e agora reitera sua oposição por meio de uma mensagem em vídeo divulgada no YouTube por Dom Patrick McKinney, bispo de Nottingham. “A prescrição de drogas letais - afirma o prelado - não é uma solução civil para pessoas vulneráveis ​​que buscam um fim digno e sereno”.

“Acabamos de passar por uma pandemia global - acrescenta Dom McKinney - e muitos fizeram enormes sacrifícios para proteger os membros mais vulneráveis ​​de nossa sociedade de um vírus potencialmente mortal.” Esta atitude, explica o bispo de Nottingham, “foi uma demonstração muito clara que, como sociedade civilizada, valorizamos naturalmente a vida de cada indivíduo, independentemente da sua idade ou perfil médico." Pelo contrário, “a introdução de um sistema que autorizaria o suicídio assistido a doentes terminais enviaria a mensagem, ainda que involuntária, de que algumas vidas não merecem que se lute por elas”.

Proibir o suicídio assistido, por outro lado - sublinha o prelado - significa “enviar uma mensagem clara: não nos envolvemos em provocar a morte de outra pessoa, por mais doente ou deprimida que ela se sinta”. Esta, aliás, “é a forma mais segura para proteger os que se encontram no fim da vida de abusos, coerções ou mesmo pressões psicológicas, a ponto de optar pela morte assistida por medo de sobrecarregar os seus entes queridos”.

Dom McKinney recorda a seguir, que “segundo a legislação nacional, os médicos têm o dever de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que a morte seja uma experiência pacífica e digna. Oferecer uma receita letal a pacientes desesperados, por outro lado, representaria uma mudança perturbadora em nossa cultura do cuidado."

Por fim, o prelado convida todos os fiéis da Diocese de Nottingham a se inscreverem para uma conferência on-line sobre o tema “A morte assistida: uma vitória para a autonomia pessoal ou uma perda para a sociedade civil?”.

O evento será realizado na quinta-feira, 9 de setembro, às 19h30, na plataforma do Zoom e contará com o depoimento da ex-campeã paralímpica Tanni Gray-Thompson: obrigada a viver em uma cadeira de rodas por ter a espinha bífida, a mulher ainda é uma das atletas que mais medalhas conquistou nos Jogos Paraolímpicos (16 medalhas das quais 11 de ouro).

“Seremos realmente privilegiados - conclui o prelado - em poder ouvir as reflexões de quem lutou corajosamente contra a discriminação da deficiência e que conhece tão claramente os desdobramentos do projeto de lei Meacher, quer para as pessoas com deficiência como para a nossa sociedade em geral”.

Vaticano News Service – IP

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07 setembro 2021, 10:49