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Jovem deslocada pelo conflito no norte da Etiópia está deitada enquanto uma mulher penteia o cabelo na Escola Addis Fana, onde são temporariamente abrigadas, na cidade de Dessie, Etiópia. (Photo by EDUARDO SOTERAS) Jovem deslocada pelo conflito no norte da Etiópia está deitada enquanto uma mulher penteia o cabelo na Escola Addis Fana, onde são temporariamente abrigadas, na cidade de Dessie, Etiópia. (Photo by EDUARDO SOTERAS) 

Etiópia: combates obrigam Igreja Católica a suspender ajudas à população civil

De acordo com a ONU, são ao menos dois milhões os deslocados pelo conflito que eclodiu em 2 de novembro. Uma guerra marcada por assassinatos indiscriminados e violência de todo tipo contra civis, incluindo violência sexual generalizada. Mais de 4,5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, enquanto milhares de menores separados de seus pais correm o risco de abuso.

Vatican News

Enquanto o mundo está focado no drama afegão, o conflito continua se espalhando na região do Tigray, na Etiópia, onde as forças rebeldes da Frente de Libertação Tigray (TPLF), após reconquistar a capital Mekelle, recuperaram o controle de toda a região e partiram para a ofensiva, fazendo acordos com outros grupos armados.

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A escalada dos combates - relata a agência de notícias CNS - obrigou a Igreja Católica na Etiópia a suspender a ajuda à população civil. O anúncio foi feito a uma delegação da AMECEA (Associação das Conferências Episcopais da África Oriental), pelo padre Gabriel Woldehanna, secretário-geral adjunto da Conferência Episcopal da Etiópia (CBCE).

A Igreja etíope, que coordena as ajudas com o apoio da Caritas Internationalis e de outras organizações católicas locais e internacionais, conseguiu arrecadar 1,8 milhões de dólares para a emergência humanitária, dos quais 75% já foram gastos.

A suspensão das operações humanitárias é mais um golpe contra a população civil ameaçada também pela carestia. De acordo com a ONU, são ao menos dois milhões os deslocados pelo conflito que eclodiu em 2 de novembro entre o governo de Addis Abeba liderado por Abiy Ahmed Ali e as forças separatistas da TPLF. Uma guerra marcada por assassinatos indiscriminados e violência de todo tipo contra civis, incluindo violência sexual generalizada. Mais de 4,5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, enquanto milhares de menores separados de seus pais correm o risco de abuso.

Numerosos os apelos de tantos organismos eclesiais que, nos últimos meses, invocaram a paz para a região: além dos bispos da Eritreia, também os da Etiópia pediram um cessar-fogo, juntamente com AMECEA, SECAM (Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar) e o Conselho Mundial de Igrejas.

Inúmeras também as exortações e apelos do Papa Francisco por uma solução pacífica para as discórdias e o fim da violência. Particularmente próxima das populações e da Igreja na Etiópia a AMECEA, que congrega os bispos da Eritreia, Etiópia, Quênia, Malawi, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda e Zâmbia, agora preocupados também com a possível propagação do conflito a outros países do Chifre da África.

Vatican News Service - LZ

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30 agosto 2021, 12:55