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Dom Roque Palosch, arcebispo de Porto Velho, Brasil. Dom Roque Palosch, arcebispo de Porto Velho, Brasil. 

Dom Roque Paloschi: “O sonho que sejam respeitados os direitos dos povos indígenas”

Lembramos “a Páscoa de três irmãos”: A Páscoa de dom Helder Câmara, de dom Luciano Mendes de Almeida e de dom José Maria Pires. “Três bispos que celebram a Páscoa no mesmo dia, em anos diferentes”.

Silvonei José - Vatican News

Na última terça-feira (24/08) representantes da CNBB, da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM-Brasil e da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB)  visitaram o acampamento “Luta pela Vida”, em Brasília, levando solidariedade e apoio aos milhares de indígenas que estão ali mobilizados

Participaram da visita o presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, o secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella, o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), secretário da REPAM-Brasil e arcebispo de Porto Velho (RO), Dom Roque Paloschi, e a presidente da CRB Nacional, Ir. Maria Inês Vieira Ribeiro, e a diretora executiva da REPAM-Brasil, Ir. Maria Irene Lopes.  

Dom Walmor destacou o compromisso da CNBB com a causa indígena e pediu respeito aos povos indígenas. “Queremos dizer do nosso apoio, da nossa alegria e que daqui a nossa voz chegue às portas do STF esperando que os nossos juízes, na sua lucidez e no seu compromisso de fazer valer a Constituição Federal, votem a favor de tudo aquilo que ajuda os povos indígenas”, ressaltou o presidente.  

Dom Roque Paloschi, conversou com a Rádio Vaticano – Vatican New sobre a visita:

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Dom Roque com os indígenas
Dom Roque com os indígenas

“A visita da presidência da CNBB na pessoa de dom Walmor, presidente, do secretário-geral, dom Joel, mas também da presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, irmã Maria Inês, juntamente comigo na condição de presidente do CIMI, foi a demonstração do compromisso e do empenho da Igreja diante dessa dura realidade dos povos indígenas que estão sofrendo ataques constantes e a destruição dos direitos construídos com a Constituição de 1988”, disse ele.

“A manifestação deste acampamento Pela Vida, diante do julgamento do Supremo, faz lembrar também – continuou dom Roque - o empenho dos povos indígenas na construção de seus direitos na constituinte de 88”.

O presidente do CIMI recordou também que nesta sexta-feira (27/08) no Brasil lembramos “a Páscoa de três irmãos nossos do episcopado que construíram caminhos de proximidade, de solidariedade com os pobres”.

A Páscoa de dom Helder Câmara, de dom Luciano Mendes de Almeida e de dom José Maria Pires. “Três bispos que celebram a Páscoa no mesmo dia, em anos diferentes. E como não lembrar o empenho de toda a Igreja, do CIMI, da CNBB na construção desses direitos que até então eram ignorados”.

Como não lembrar – frisou dom Roque – “a palavra firme e decisiva diante do Congresso Nacional, de dom Luciano Mendes de Almeida, na presidência da CNBB? Como não lembrar também o empenho de nosso irmão dom Erwin Krautler, hoje emérito da grande Prelazia do Xingu, de então, e agora Diocese de Xingu. Tudo isso nos leva a bendizer a Deus”.

Dom Roque salientou que “vamos aprendendo a caminhar juntos, a respeitar a história, as tradições, as espiritualidades dos povos indígenas e com a Boa Nova de Jesus fomos também sendo aliados desses povos indígenas. E o Sínodo para a Amazônia nos deu, sobretudo este foco, de sermos aliados dos mais pobres entre os pobres como diz o documento de Medellín, os povos indígenas da nossa América são os mais pobres entre os pobres”.

Falando do seu sonho: “O sonho de que de uma vez por todas se defina, e se respeite os direitos dos povos indígenas os primeiros habitantes dessas terras. São 521 anos de sofrimento, de massacres, de genocídios e quase que desapareceram as populações indígenas”.

“Lembro aqui a expressão do livro de Gênesis, “onde está o teu irmão”? Peçamos que Deus nos de serenidade e coragem de buscar caminhos de vida, de paz, de fraternidade. “Mas também de aprendizado nesta sociedade cada vez mais plural onde todos precisam ser respeitados nas suas histórias e dignidade”, concluiu dom Roque.

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27 agosto 2021, 15:33