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Cardeal Sergio da Rocha: A Irmã dos pobres

Ecoa no Brasil e no mundo o testemunho de santidade, por meio da caridade, da querida Irmã Dulce, canonizada como Santa Dulce dos Pobres, aos 13 de outubro de 2019, pelo Papa Francisco.

Cardeal Dom Sergio da Rocha -Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil

“Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura”. Estas palavras de Santa Dulce dos Pobres expressam bem a sua missão de amar e servir a Cristo, reconhecendo as suas feições sofredoras nos pobres, nos enfermos e fragilizados, aos quais ela amou e serviu com tanta generosidade. Com ela, temos muito a aprender sobre como ser cristão no mundo de hoje, especialmente, pelo testemunho da caridade. “Se houvesse mais amor, o mundo seria outro”, afirmou. Ela acreditava na força transformadora do amor, sustentado pelo amor de Deus, marcado pela gratuidade, pelo amar primeiro, pelo amar antes de ser amado e mais do que ser amado. Assim, Dulce se fez irmã consagrada e irmã dos pobres, amada e admirada por tantos, especialmente pelos mais sofredores e desamparados. Ela nos ensina que “no amor e na fé encontramos as forças necessárias para a missão”.

Em qualquer situação, o seu testemunho de amor fraterno através do serviço da caridade tem um valor imenso, tornando-se ainda mais relevante no trágico cenário da pandemia, marcado pelo sofrimento dos enfermos e das famílias enlutadas e pelo agravamento da pobreza. O Brasil e o mundo necessitam do coração e dos braços de homens e mulheres que continuem a missão de Santa Dulce dos Pobres. A sua memória desinstala, faz pensar, sentir compaixão e caminhar nos passos da caridade de Cristo. Na Bahia e no mundo, necessitamos que se multipliquem as “Dulces”, irmãs de todos, especialmente “dos pobres”.

Ecoa no Brasil e no mundo o testemunho de santidade, por meio da caridade, da querida Irmã Dulce, canonizada como Santa Dulce dos Pobres, aos 13 de outubro de 2019, pelo Papa Francisco. No calendário litúrgico da Igreja Católica, a sua festa foi estabelecida para o dia 13 de agosto, data de sua profissão religiosa. Desde então, a devoção à Santa Dulce tem crescido e se difundido de modo extraordinário. O seu Santuário, em Salvador, tem sido meta constante de peregrinações. Romeiros de todo o Brasil vêm pedir proteção à irmã e mãe dos pobres de Salvador e do Brasil. Reconhecida como “anjo bom da Bahia” ela tem se tornado, sempre mais, o “anjo bom do Brasil” e do mundo.

A nossa querida Irmã Dulce é “santa” que viveu e foi canonizada em nosso tempo, recordando-nos que santidade não é coisa do passado. O mundo precisa de pessoas santas, capazes de amar e servir, como Santa Dulce dos Pobres, dispostas a doar a própria vida para que os que mais sofrem tenham vida. Ela é sinal e recordação de que é possível trilhar o caminho da santidade, na simplicidade do dia a dia, refazendo a experiência do Bom Samaritano, que abraça e levanta quem está caído e cuida de quem sofre, com compaixão.

*Artigo publicado no jornal A Tarde, em 15 de agosto de 2021.

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18 agosto 2021, 14:44