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Campos: Festa do Santíssimo Salvador e as histórias de fé e devoção

Festa do Santíssimo Salvador em Campos dos Goytacazes (RJ) pelo segundo ano teve sua programação adaptada à pandemia. Missas celebradas com número restrito de fiéis respeitando o Decreto Municipal. A procissão que leva uma multidão de devotos às ruas foi realizada em carreata com a imagem passando pelas ruas abençoando a todos nas casas. No início da noite o bispo de Campos, dom Roberto Francisco Ferreria Paz abençoou os quatro cantos da cidade da frente da catedral Basílica Menor do Santíssimo.

Ricardo Gomes e Antônio Filho – Diocese de Campos

A Festa do Santíssimo Salvador na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ) realizada com todos protocolos sanitários, mas preservando a fé e a devoção, está completando 369 anos. A programação religiosa com presença restrita de fiéis respeitando as normas do Decreto Municipal de controle da pandemia. A procissão, que é um dos pontos altos da festa, foi realizada em forma de carreata e a bênção do bispo de Campos aconteceu na frente da Catedral Basílica Menor do Santíssimo Salvador.

Mesmo diante de todas as restrições a fé e a devoção dos fiéis está sendo renovada e a confiança no Santíssimo Salvador. Salvador Marques recorda a tradição familiar de decorar o andor e a catedral na festa e continua o legado e se emociona ao recordar do avô Manoel Marques Gouveia e do pai Salvador Marques Gouveia que deram início a essa expressão de fé e devoção. Salvador Marques Filho, responsável pela ornamentação há 30 anos, desde a morte do pai, em julho de 1989.

Salvador Marques
Salvador Marques

“Meu avô iniciou essa tradição que, mais tarde, passou a ser mantida por meu pai e, há exatos 32 anos, está sob minha responsabilidade. Fazemos um trabalho baseado na fé e na devoção pelo Cristo Salvador, que abençoa nossa Campos, há 369 anos. Durante o ano, boa parte das flores e folhagens são cultivadas em minha propriedade, em Trajano de Moraes, justamente para apresentarmos o cenário mais belo possível, em honra ao nosso padroeiro. Eu faço isso com muito orgulho, com muita satisfação, porque é uma tradição, e meu pai me pedia muito que eu desse continuidade a isso”, explica o empresário Salvador Marques.

Histórias que Maria Aparecida Lourenço Feliciano faz questão de recordar e guardar em seu coração e a esperança de no próximo ano poder estar nas missas e no dia do padroeiro acompanhar a procissão. E confia no Santíssimo Salvador o fim da pandemia que limitou a programação festiva para evitar a circulação da Covid 19 que tem causado mortes em todo o mundo.

Maria Aparecida

Saudosismo e Recordações. A escritora Gisele Gonçalves destaca que promove o encontro e o diálogo entre a fé e a cultura. As bandas de música, as barracas com guloseimas, a animação e a expressão de devoção dos fiéis que comparecem às missas e a procissão e lamenta este ano as restrições diante da pandemia.

“A nossa festa tem mais de 300 anos de história e vem passando por transformações. Podemos perceber que a festa vem sofrendo grandes mudanças ao longo dos anos, pois, na época dos nossos avós, a praça era muito movimentada, existia o festival de doces, a regata, o passeio ciclístico e as apresentações das bandas. Muitos ficavam esperando as bandas musicais tocarem na festividade – a lira Apolo, Guarany, Operários Campistas, conspiradora, entre outras”, recorda Gisele.

A Fé e Devoção preservada

Uma história de 369 anos que continua viva. Desde o início da devoção a festa mantém a celebração do Santíssimo Salvador, herança e legado de Salvador Correa e tem o início com a chegada à região do Frei Fernando, monge beneditino que ajudou a implantar a fé católica em Campos dos Goytacazes. O religioso conquistou o prestigio do General Salvador Correa de Sá e Benevides, sendo administrador das suas terras e celebrando a primeira missa na terra campista. Uma história que acompanha as etapas de criação da Freguesia, depois a criação da vila e a elevação à cidade. E preparando para a criação da Diocese de Campos, que ano que vem completa 100 anos.

“São 369 anos de devoção e atribuímos a formosidade e beleza de nossa cidade porque a luz que banha a cidade de Campos é a Luz Salvador, da Transfiguração gloriosa de Jesus no Monte Tabor mostrando a nossa vocação cristã de nos transformar nele transformar o mundo consagrando a Deus”, Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo Diocesano de Campos.

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

No final da tarde de sexta-feira (6), os campistas voltaram a viver, mesmo que ainda de forma tímida, a tradição do encontro com a imagem do Santíssimo Salvador, em seu dia. No lugar da procissão, uma carreata com o carro-andor, percorreu algumas ruas do Centro. Em um carro de som, o missionário Nelinho entoava cânticos de louvor. Equipes da Guarda Civil Municipal (GCM), auxiliaram no trajeto da carreata, que teve uma hora de duração.

No retorno à praça, o bispo Diocesano de Campos, dom Roberto Francisco Ferrería Paz, aguardava para fazer a acolhida à imagem do padroeiro. Junto de um pequeno grupo de fiéis, Dom Roberto concedeu sua bênção aos quatro cantos da cidade.

“A esperança nos guia. Ano passado, com a igreja de portas fechadas, fizemos a oração de encerramento. Este ano, com toda cautela, cá estamos, na rua, louvando e gloriando o Cristo Salvador”, disse dom Roberto que, no último dia 30, completou 10 anos à frente da Diocese.

Autoridades presentes na Missa Solene

Mantendo viva uma tradição de 369 anos, Campos dos Goytacazes festejou seu padroeiro, o Santíssimo Salvador. A Santa Missa Solene, presidida pelo Bispo Diocesano, dom Roberto Francisco Ferrería Paz e concelebrada pelo bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney, dom Fernando Rifan, foi celebrada às 10h, na Catedral, contando com as presenças do governador Cláudio Castro; do prefeito Wladimir Garotinho, do deputado estadual e secretário de Estado de Governo, Rodrigo Bacellar e diversas autoridades, além dos fiéis, que foram renovar sua devoção ao Cristo Salvador.

No momento de sua reflexão, dom Roberto destacou a importância do 6 de agosto. “Neste dia em que celebramos a transfiguração de Jesus como Salvador do universo, devemos lembrar que Cristo nos transforma, em cada momento de nossas vidas. Neste difícil período que vivemos, o Santíssimo Salvador nos conforta para construir algo muito melhor, uma cidade muito mais iluminada”, disse.

Santa Missa
Santa Missa

“Neste 6 de agosto de 2021, aqui estamos, em Campos, queridos dom Roberto e Dom Fernando, na Solenidade da Transfiguração do Senhor, padroeiro dessa terra tão especial. Nossa missão, no Governo do RJ, é quebrar muros, construindo pontes, mostrando que o Estado do Rio somos todos nós. Quero agradecer ao prefeito Wladimir Garotinho, pela oportunidade de viver, com os campistas, este dia especial. Desejo que o Senho Jesus faça, de nós, homens e mulheres cada dia melhores”, enfatizou Cláudio Castro.

O vice-prefeito, Frederico Paes e sua esposa, Carla Paes, acompanharam a celebração, bem como o deputado Jair Bittencourt, vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj); o deputado estadual Bruno Dauaire e outros parlamentares. O presidente da Câmara Municipal de Campos, vereador Fábio Ribeiro, também esteve na celebração, acompanhado de outros vereadores. O secretário municipal de Governo, Juninho Virgílio, junto de outros secretários, acompanhou o prefeito Wladimir Garotinho.

O coral dos Arautos do Evangelho, regido pelo maestro Bruno Perse, emocionou os fiéis, entoado belos cânticos, durante a celebração. Após a Santa Missa Solene, um encontro de bandas de música centenárias, emocionou a comunidade que deixava a Catedral. Com 151, a Sociedade Musical Lyra de Apollo, sob a regência do maestro Ricardo Azevedo, foi a primeira a se apresentar. Em seguida, a Associação Musical Lira Guarany, com 128, sob a regência do maestro Ésio Ribeiro Amaral, realizou sua apresentação.

Fotos: Antônio Filho

Mons. Leandro

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09 agosto 2021, 15:37