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Santa Missa de Páscoa na Basílica de São Pedro Santa Missa de Páscoa na Basílica de São Pedro 

A ressurreição é “ponto de partida, não de chegada”

O padre jesuíta Vasco Pinto de Magalhães assinala a necessidade de uma catequese que permita encontrar a “Quaresma da alegria” depois da Páscoa.

Rui Saraiva – Portugal

Os sinos repicam ainda no nosso coração. Jesus Ressuscitou, Ele é a nossa Páscoa e a nossa alegria. Esta frase ecoa nos nossos ouvidos e na nossa mente vinda do anúncio da Vigília e do Domingo de Páscoa. Foi abundantemente repetida e cantada por todos nós nas celebrações pascais. Mas, o que significa esta alegria que vem da ressurreição de Cristo? E como se vive esta alegria?

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A jornalista Lígia Silveira, da Agência Ecclesia, em Tempo de Quaresma, foi à procura de respostas, numa conversa com o padre Vasco Pinto de Magalhães. E dessa reflexão sobressai a frase: “a ressurreição é o ponto de partida não é o ponto de chegada”.

“Devia ser tão importante o percurso dos 40 dias depois do Domingo de Páscoa como os 40 dias para trás. Porque nós vivemos nesses 40 dias depois. Esse é que é o nosso paradigma. Porque o ponto de partida é a ressurreição” – sublinha.

“A ressurreição é o ponto de partida não é o ponto de chegada” – declara.

O padre Vasco Pinto de Magalhães recorda um livro que leu no seu inicio de noviciado na Companhia de Jesus que se chamava “A Quaresma da Alegria” e que apresentava uma proposta para os 40 dias depois da Páscoa.

O sacerdote jesuíta cita o Papa Francisco recordando que na fé “o que conta não é o momento, mas o processo”. “E a alegria é a força do processo” – afirma.

“O que conta não é o momento – diz o Papa – mas o processo. E o processo é este. E a alegria é a força do processo. Como são as palavras do anjo a Nossa Senhora, alegra-te – «Avé, Deus está contigo», alegra-te. Renasce, recomeça” – frisa.

O padre Vasco considera que é importante na vida da fé o caminho de preparação e de conversão, mas, por vezes, falta o mais importante que é a “experiência da ressurreição”.

“Penso muitas vezes nas catequeses que fazemos. Como se a catequese fosse o pecado, a conversão, o seguimento, mas depois falta a experiência da ressurreição. Temos a via purgativa, iluminativa, mas importante é a via unitiva, que é a da semana santa, que é a da comunhão. Semana santa é um chamamento a viver em comunhão com Cristo que se transforma, que dá a vida por nós, e diz agora faz o mesmo” – declara.

E fazer o mesmo que Jesus é dar a vida pelos outros, algo que vai “contra a corrente de um mundo instalado que não procura a paz” – diz o sacerdote jesuíta.

“Isto vai um bocadinho contra a corrente de um mundo instalado que não procura a paz, mas procura o bem-estar. Fala de justiça, mas está cada vez mais burguês. E, assim, é difícil vir com esta proposta do nascer de novo” – afirmou.

“A palavra alegria significa vontade de viver, ânimo” – define o padre Vasco clarificando que o seu verdadeiro significado não é contente nem divertido. “Uma alegria não superficial” como era “a vida interior de Jesus Cristo, confiadíssimo no amor do Pai”.

“Nós confundimos, muitas vezes, tristeza como se fosse o contrário da alegria. Ora a tristeza não é o contrário da alegria. O contrário da alegria é o pessimismo, é a desistência, é a negatividade é a depressão. A tristeza não, a tristeza é compatível com a alegria”. 

“A ressurreição é o ponto de partida não é o ponto de chegada” – é a frase que nos fica desta reflexão do padre Vasco Pinto de Magalhães e que nos pode ajudar a descobrir a ressurreição de Cristo na nossa vida.

Laudetur Iesus Christus

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07 abril 2021, 10:26