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Foto de arquivo: dom Felipe Arizmendi Esquivel e o Papa Francisco numa audiência general em 2015 Foto de arquivo: dom Felipe Arizmendi Esquivel e o Papa Francisco numa audiência general em 2015

Dom Arizmendi recebe com "espanto e gratidão" a missão de cardeal

O arcebispo emérito de San Cristóbal de Las Casas, no México, é um dos 13 novos cardeais a serem criados pelo Papa Francisco no Consistório de 28 de novembro próximo. Em entrevista ao Vatican News, dom Felipe Arizmendi Esquivel explica que recebe esta missão com “espanto e gratidão”, pois é “um reconhecimento para a Igreja e, particularmente, para as comunidades indígenas”, com as quais pôde trabalhar durante anos

Manuel Cubías - Vatican News

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O arcebispo emérito de San Cristóbal de Las Casas, no estado mexicano do Chiapas, dom Felipe Arizmendi Esquivel, é um dos 13 novos cardeais que o Papa Francisco criará no Consistório que se realizará em 28 de novembro próximo. O Vatican News conversou com o futuro purpurado, que explica que recebeu esta nomeação “com espanto e gratidão”.

“Não considero uma nomeação a título exclusivamente pessoal porque sem meu povo, sem minha família, sem a Diocese de Toluca, e sem a Diocese de San Cristóbal de Las Casas, no Chiapas, eu não seria nada. Considero, portanto, um reconhecimento para a Igreja e, particularmente, para as comunidades indígenas onde o Senhor Deus me permitiu trabalhar”, diz dom Arizmendi.

O senhor é bispo emérito. Qual seria sua contribuição agora, na grande missão que o Papa tem com a Igreja no mundo e com a humanidade em geral?

Durante muitos anos procurei difundir os ensinamentos do Magistério Pontifício. Escrevi artigos para vários meios de comunicação, tanto civis como religiosos, desde 1979, quando o Papa João Paulo II veio ao México, e tento continuar prestando este serviço até hoje. Quero ser um servidor da Palavra de Deus e do Evangelho de minha Igreja nas diferentes circunstâncias em que nosso povo vive. Considero que esta nomeação reforça o serviço que busquei prestar ao povo de Deus e ao Magistério Pontifício.

 Como o senhor se coloca em relação ao povo ao qual serviu durante anos, sobretudo as pessoas das Dioceses com as quais trabalhou no Chiapas?

Em primeiro lugar, sou devedor de meu país, de meu povo: um povo simples, camponês, agrícola e trabalhador. Depois, sou devedor da Igreja que me formou, na qual servi como vigário em paróquias de várias dioceses, e depois como pastor em comunidades indígenas na Diocese de Toluca e posteriormente no Chiapas, na Diocese de Tapachulas, onde trabalhei durante nove anos servindo às comunidades. Trata-se de uma área muito multicultural, há chineses, japoneses, alemães e muitos imigrantes, especialmente centro-americanos.

"Devedores de Deus, da Igreja e de nossos povos"

Neste contexto, dom Felipe Arizmendi recorda seu trabalho na Diocese de San Cristóbal de Las Casas, que é em sua maioria indígena, onde assegura ter tentado seguir “o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo”, e de seus bispos antecessores, sobretudo dom Samuel Ruíz, “que se dedicaram tanto aos indígenas”.

“Esse é um serviço que o Senhor Deus nos pede e eu sempre tentei servir, com minhas limitações. A nível latino-americano, também coordenei alguns serviços do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano) com os povos nativos. E são precisamente esses povos aos quais servimos que vão nos formando”, acrescenta o próximo novo cardeal da Igreja católica, enfatizando que “somos devedores de Deus, da Igreja e de nossos povos.”

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27 outubro 2020, 11:42