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Papa Francisco, em imagem de arquivo de 2019, quando recebeu artistas cubanos de circo no Vaticano Papa Francisco, em imagem de arquivo de 2019, quando recebeu artistas cubanos de circo no Vaticano 

Papa reza pelos artistas: povo do circo já sofre por falta de comida devido à pandemia

Francisco já descreveu os circenses como “artesãos da alegria e da festa” e hoje, segundo alerta a Pastoral dos Nômades do Brasil, são artistas que precisaram baixar as tendas e, sem o retorno das bilheterias e uma renda fixa, já sofrem por falta de comida. Os voluntários católicos estão mobilizados para ajudar o povo itinerante do circo com campanha de doação de cestas básicas. "Que o Senhor envie o Seu Espírito para termos coragem de ir ao encontro deles”, disse Pe. Wallace Do Carmo Zanon.

Andressa Collet - Vatican News

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O Papa Francisco renovou o pedido de orações pelos artistas na missa desta quinta-feira (7), na Casa Santa Marta, ao comentar que recebeu uma carta de representantes do setor que agradeciam as intenções do Pontífice. Segundo o Papa, os artistas ajudam a compreender o Evangelho através da beleza do seu trabalho.

O olhar dos Papas aos circenses

Nessa categoria, também se encontram os itinerantes, trabalhadores viajantes e sem ocupação fixa, como os circenses, os já descritos por Francisco como “artesãos da alegria e da festa”. Quem lembra dessa passagem é o Pe. Mirko Dalla Torre, membro da Pastoral do Espetáculo Viajante da Fundação Migrantes, um organismo da Conferência Episcopal Italiana (CEI) que acompanha e apoia as comunidades migrantes no país, em especial, as famílias envolvidas no fenômeno de mobilidade urbana:

“De João XXIII até o Papa Francisco, no pensamento dos Papas sempre estiveram os profissionais do espetáculo viajante. Lembremos do Papa Francisco que, numa Audiência de 2017, se dirigiu ao espetáculo viajante, chamando-os de artesãos da alegria e da festa. Papa Francisco tem um olhar dirigido aos pobres e a todas as pessoas com necessidades e, colocamos neste momento, também eles que não trabalham.”

Povo do circo sente fome

No Brasil, a Pastoral dos Nômades, um organismo ligado à CNBB para promover a dignidade das pessoas nômades, tem alertado sobre as dificuldades vividas pelos circenses, ciganos e parquistas durante a pandemia. Uma situação frágil e pouco considerada diante das medidas de isolamento social que proíbem a aglomeração de pessoas, gerando consequências econômicas diretas para trabalhadores privados de renda, mas com despesas para administrar. Desde o início de abril, pedidos de socorro têm chegado inclusive por WhastApp.

O palhaço Pessebe, proprietário de circo em Sergipe (AL) e agente da Pastoral, tem feito um trabalho de mobilização entre os empresários de várias cidades pedindo a doação de cestas básicas à população circense que precisou baixar as tendas e, sem o retorno das bilheterias, está precisando de comida. A orientação, como recomenda Maria Cristina Teixeira Garcia, coordenadora-executiva da Pastoral em reportagem da CNBB, é procurar “as autoridades municipais e as paróquias mais próximas para pedir apoio”. 

Ajude você também!

Quem quiser ajudar, em qualquer parte do Brasil, basta entrar em contato com a coordenadora-executiva da Pastoral dos Nômades, Cristina Garcia, pelo telefone: 27-99831-8131 ou pelo e-mail: cgtsilva@gmail.com. O organismo também está com um novo site para divulgar as ações e integrar o trabalho dos agentes que há 30 anos atuam pela Pastoral dos Nômades no Brasil.

É preciso ter coragem para ajudar

A página "pastoralnomades.org.br" foi lançada oficialmente no domingo, 4 de maio, dia em memória ao beato Zeferino Gimenez, cigano e mártir, com a celebração de uma missa transmitida ao vivo da paróquia Santa Lúcia, em Eunápolis (BA), pelo Facebook. O tesoureiro da Pastoral, Pe. Wallace Do Carmo Zanon, presidiu a celebração e, na homilia, lembrou da experiência de caridade do beato. O sacerdote exortou a viver mais o exemplo de Jesus, de não ficar só na superficialidade, e de no empenharmos mais, como fez Zeferino, em “todos os acampamentos, ranchos, circos e parques”, indo até eles para fazer a experiência de Cristo ressuscitado:

“Precisamos ir ao encontro dessas pessoas que, neste momento difícil, não têm nem o que comer. O que nós, como cristãos verdadeiros, estamos fazendo para dar vida a essas pessoas? Que o Senhor envie o Seu Espírito para termos atitudes diferentes e para termos coragem de ir ao encontro deles.”

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07 maio 2020, 14:01